Guerra comercial reduz projeção de crescimento da economia global, diz OCDE
Publicado 03/06/2025 • 09:24 | Atualizado há 3 dias
Publicado 03/06/2025 • 09:24 | Atualizado há 3 dias
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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que o "risco de recessão global se aproxima se as tarifas dos Estados Unidos não forem resolvidas".
Pixabay.
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) cortou sua previsão de crescimento global anual nesta terça-feira (3), alertando que a ofensiva tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve sufocar a economia mundial — com impacto especialmente severo sobre os próprios EUA.
Após uma expansão de 3,3% no ano passado, a economia global deve crescer somente 2,9% em 2025 e 2026, segundo a organização, que é sediada em Paris, capital da França.
No relatório anterior, publicado em março, a OCDE previa um crescimento de 3,1% para 2025 e de 3,0% para 2026.
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Desde então, Trump iniciou uma nova onda de tarifas, que abalou os mercados financeiros. “As perspectivas globais estão se tornando cada vez mais desafiadoras”, disse a OCDE, grupo de formulação de políticas econômicas que reúne 38 países, em sua maioria desenvolvidos.
A entidade alertou que aumentos substanciais nas barreiras comerciais, condições financeiras mais apertadas, confiança enfraquecida de empresas e consumidores e maior incerteza política terão “efeitos adversos marcantes sobre o crescimento” caso persistam.
A OCDE revisou para baixo sua projeção de crescimento dos Estados Unidos em 2025, de 2,2% para 1,6%. Para 2026, espera-se uma nova desaceleração, para 1,5%.
Trump, que tem afirmado que as tarifas impulsionariam a indústria e restaurariam uma “Era de Ouro” da economia norte-americana, escreveu em sua rede Truth Social antes da publicação do relatório: “Por causa das Tarifas, nossa Economia está decolando!”
A OCDE realiza nesta terça e quarta-feira uma reunião ministerial em Paris.
Negociadores comerciais dos EUA e da União Europeia devem se encontrar à margem do evento, após Trump ameaçar aplicar tarifas de 50% sobre produtos europeus.
O Grupo dos Sete (G7), formado pelas principais economias avançadas, também realiza uma reunião com foco no comércio.
“Para todos, inclusive os Estados Unidos, a melhor opção é que os países se sentem à mesa e cheguem a um acordo”, disse o economista-chefe da OCDE, Alvaro Pereira, em entrevista à AFP.
“Evitar uma fragmentação ainda maior do comércio é absolutamente essencial nos próximos meses e anos”, acrescentou Pereira.
Em abril, Trump impôs uma tarifa base de 10% sobre importações de diversos países.
Ele anunciou tarifas ainda mais altas contra dezenas de nações, mas adiou a aplicação para julho, a fim de permitir negociações.
O presidente dos EUA também aplicou tarifas de 25% sobre automóveis e planeja elevar para 50% os impostos sobre aço e alumínio já nesta quarta-feira.
No relatório, Pereira alertou que “as perspectivas econômicas enfraquecidas serão sentidas em todo o mundo, com pouquíssimas exceções”.
Ele afirmou ainda que “um crescimento menor e menos comércio afetarão as rendas e desacelerarão a criação de empregos”.
Segundo o documento, o cenário “deteriorou-se” nos Estados Unidos após um crescimento robusto de 2,8% no ano passado.
A taxa efetiva de tarifas sobre importações americanas saltou de 2% em 2024 para 15,4% — o maior nível desde 1938, segundo a OCDE.
Essa alta, somada à incerteza política, “afetará o consumo das famílias e o crescimento dos investimentos empresariais”, diz o relatório.
A OCDE também atribuiu a piora a “uma alta incerteza nas políticas econômicas, uma desaceleração significativa na imigração líquida e uma redução expressiva na força de trabalho do governo federal”.
Embora a inflação anual deva “moderar” entre os países do G20, chegando a 3,6% em 2025 e 3,2% em 2026, os Estados Unidos são “uma exceção importante”.
A inflação americana deve acelerar para pouco menos de 4% até o fim do ano — o dobro da meta estabelecida pelo Federal Reserve para o aumento dos preços ao consumidor.
A OCDE também reduziu levemente a previsão de crescimento da China — afetada por tarifas americanas de três dígitos que foram temporariamente reduzidas — de 4,8% para 4,7% neste ano.
Outro país com forte revisão para baixo foi o Japão, cuja projeção de crescimento caiu de 1,1% para 0,7%.
Já a perspectiva para a zona do euro foi mantida, com crescimento estimado em 1%.
“Existe o risco de que o protecionismo e a incerteza nas políticas comerciais aumentem ainda mais, e que novas barreiras comerciais sejam introduzidas”, escreveu Pereira.
“De acordo com nossas simulações, tarifas adicionais reduziriam ainda mais as perspectivas de crescimento global e impulsionariam a inflação, enfraquecendo ainda mais a economia mundial”, concluiu.
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