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Uma explosão é vista durante um ataque de míssil em Tel Aviv, Israel, nesta sexta-feira, 13 de junho de 2025.

CNBC Israel alerta: “Teerã vai queimar” se Irã continuar ataques com mísseis

Energia

Preços do petróleo sobem mais de 8% após ataques israelenses

Publicado 13/06/2025 • 09:36 | Atualizado há 22 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Os contratos futuros de petróleo bruto dispararam mais de US$ 5 por barril na manhã desta sexta-feira (13), depois que Israel lançou ataques aéreos contra o Irã sem o apoio dos Estados Unidos.
  • A ofensiva elevou os temores entre investidores de que o conflito possa se alastrar e comprometer o fornecimento de petróleo no Oriente Médio.
  • O contrato do petróleo dos EUA tipo West Texas Intermediate (WTI), com vencimento em julho, subia 7,95%, cotado a US$ 73,45 por barril às 8h06 (horário da Costa Leste dos EUA).

Os contratos futuros de petróleo bruto dispararam mais de US$ 5 por barril na manhã desta sexta-feira (13), depois que Israel lançou ataques aéreos contra o Irã sem o apoio dos Estados Unidos. A ofensiva elevou os temores entre investidores de que o conflito possa se alastrar e comprometer o fornecimento de petróleo no Oriente Médio.

O contrato do petróleo dos EUA tipo West Texas Intermediate (WTI), com vencimento em julho, subia 8,48%, para US$ 73,81 por barril. Já os contratos do Brent, referência global, subia 7,86%, para US$ 74,81 por barril.

Israel lançou uma “operação militar direcionada” contra o programa nuclear e de mísseis balísticos do Irã, afirmou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em um pronunciamento. Segundo ele, Israel atingiu o principal local de enriquecimento de urânio em Natanz, os principais cientistas nucleares do país e o centro do programa de mísseis balísticos do Irã. Os bombardeios também mataram membros de alto escalão das forças armadas iranianas.

“Essa operação continuará pelo tempo que for necessário para eliminar essa ameaça”, declarou Netanyahu.

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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que, até a manhã de sexta-feira, não foi observada elevação nos níveis de radiação no local de Natanz após o ataque. A instalação nuclear de Isfahan não foi afetada.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que Israel tomou uma “ação unilateral contra o Irã” sem o apoio dos Estados Unidos. Ele alertou Teerã contra qualquer ataque a interesses norte-americanos.

“Não estamos envolvidos nos ataques contra o Irã e nossa principal prioridade é proteger as forças americanas na região”, disse Rubio em comunicado. “Israel nos informou que acreditava que essa ação era necessária para sua autodefesa.”

O presidente Donald Trump afirmou que o Irã pagou o preço por não ter fechado um acordo sobre seu programa nuclear dentro do prazo de 60 dias estabelecido por ele.

“Eles deveriam ter feito isso!”, escreveu Trump na sua rede social, a Truth Social. “Hoje é o 61º dia. Eu disse o que deveria ser feito, mas eles simplesmente não conseguiram chegar lá. Agora talvez tenham, quem sabe, uma segunda chance!”

E agora, o que esperar dos preços do petróleo?

Há risco de que o fornecimento de petróleo pelo Irã, e por outros países da região que possam ser arrastados para o conflito, seja afetado. Em abril, a produção iraniana era de 3,305 milhões de barris por dia, segundo o relatório mensal da Opep de maio, que reúne estimativas de fontes independentes.

A Agência Internacional de Energia, criada para responder a choques no mercado global de petróleo, disse nesta sexta-feira que dispõe de 1,2 bilhão de barris em estoques emergenciais em seu sistema de segurança.

“A AIE está monitorando ativamente os impactos da situação entre Israel e Irã no mercado de petróleo. O mercado está bem abastecido hoje, mas estamos prontos para agir se necessário”, afirmou o diretor-executivo da agência, Fatih Birol.

Segundo Andy Lipow, presidente da consultoria Lipow Oil Associates, investidores estão preocupados com uma possível retaliação iraniana contra alvos israelenses ou norte-americanos — o que poderia desencadear uma escalada militar e interromper o fornecimento de petróleo.

“O Irã sabe muito bem que o presidente Donald Trump está focado em manter os preços de energia baixos”, disse Lipow à CNBC. Ele acrescentou que qualquer ação do Irã que afete o fornecimento de petróleo do Oriente Médio e, por consequência, eleve os preços da gasolina e do diesel para os consumidores americanos teria um impacto político negativo para o presidente dos EUA.

Instalações petrolíferas iranianas não foram atingidas

A crescente tensão no Oriente Médio também acendeu o alerta para a possibilidade de o Irã usar o Estreito de Ormuz como trunfo. A passagem conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e é um dos principais corredores do comércio mundial de petróleo, cerca de um quinto da oferta global passa por ali.

Apesar da gravidade da operação israelense, que se destaca em comparação com episódios recentes, não houve ataques diretos a instalações de produção ou exportação de petróleo do Irã, o que significa que Teerã ainda pode continuar exportando sua produção, explicou Ellen Wald, cofundadora da Washington Ivy Advisors.

“Para o Irã, não há nenhum benefício real em tentar impedir o fluxo de petróleo pelo Estreito de Ormuz”, disse Wald. Segundo ela, qualquer tentativa nesse sentido resultaria em retaliações.

A capacidade do Irã de bloquear totalmente o estreito também é questionável. Embora embarcações cruzem águas iranianas, elas podem ser desviadas para as águas dos Emirados Árabes Unidos e de Omã, acrescentou Wald. “Pode haver um período de interrupção, mas não deve durar muito.”

Ela também alertou que uma disparada nos preços do petróleo provocada pelo fechamento do estreito poderia gerar pressão econômica por parte do maior comprador de petróleo iraniano: a China.

“A China não quer ver o fluxo de petróleo do Golfo Pérsico ser interrompido de forma alguma, nem deseja que os preços subam. Por isso, vai usar todo o seu poder econômico para pressionar o Irã”, afirmou.

“Não acho que estejamos diante de algo tão grave quanto a invasão da Ucrânia pela Rússia. A ameaça ao fornecimento de petróleo não é tão significativa assim”, concluiu Wald.

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