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Como o impasse entre Israel e Irã mudou de rumo e o que esperar após 24 horas decisivas
Publicado 23/06/2025 • 10:07 | Atualizado há 10 horas
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Publicado 23/06/2025 • 10:07 | Atualizado há 10 horas
KEY POINTS
Esta imagem mostra rastros de foguetes no céu acima de Jerusalém em 13 de junho de 2025. Sirenes de ataque aéreo soaram em Jerusalém e fortes explosões foram ouvidas em 13 de junho, relataram jornalistas da AFP, quando os militares israelenses disseram ter detectado um míssil lançado do Irã.
Foto: AHMAD GHARABLI / AFP
As últimas 24 horas foram decisivas no conflito entre Israel e Irã, com os Estados Unidos entrando oficialmente na guerra, movimento que deixou investidores e líderes mundiais em alerta. Na noite de sábado (21), bombardeiros furtivos americanos B-2 Spirit e submarinos atacaram três dos principais sites nucleares do Irã: Fordo, Natanz e Isfahan.
Esses ataques representaram a primeira ação direta dos EUA contra o Irã desde que o país foi alvo de bombardeios israelenses no início de junho.
Israel e Irã vinham trocando ataques desde que Israel realizou uma ofensiva preventiva em 13 de junho, que resultou na morte de figuras-chave do setor militar iraniano e cientistas nucleares.
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Desde então, o mundo acompanha as reações aos ataques, incluindo a do próprio Irã, que classificou as ações como “ultrajantes” e prometeu “consequências duradouras”. O Parlamento iraniano também votou pelo fechamento do estratégico Estreito de Ormuz, colocando em risco o fornecimento global de energia.
Veja um resumo dos acontecimentos desde os ataques dos EUA e o que pode acontecer a seguir:
À noite, o presidente Donald Trump anunciou na rede Truth Social que os EUA haviam realizado um “ataque muito bem-sucedido” nos três sites nucleares, acrescentando que “AGORA É A HORA DA PAZ!”.
Cerca de uma hora depois, uma autoridade americana disse à agência Reuters que bombardeiros B-2 Spirit participaram dos ataques. Esses aviões são considerados os únicos capazes de transportar armamentos potentes o bastante para penetrar nas instalações subterrâneas de Fordo.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou posteriormente que os três sites foram atingidos.
Após os ataques, diversas reações de líderes mundiais surgiram. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu a Trump, chamando a decisão de “ousada”.
A AIEA divulgou dois comunicados após os bombardeios, informando que o diretor-geral Rafael Grossi convocaria uma reunião de emergência da Junta de Governadores da agência para discutir a situação. A AIEA também foi informada pelas autoridades reguladoras iranianas de que não houve aumento nos níveis de radiação fora dos locais após os ataques.
O Conselho de Segurança da ONU também se reuniu no domingo para tratar do ataque, enquanto Rússia, China e Paquistão propuseram uma resolução pedindo um cessar-fogo imediato e incondicional no Oriente Médio.
A China condenou com veemência o ataque dos EUA ao Irã e às instalações nucleares supervisionadas pela AIEA, declarou o embaixador chinês na ONU, Fu Cong, durante a reunião do Conselho de Segurança.
Embora autoridades americanas, como o vice-presidente JD Vance e o secretário de Defesa Pete Hegseth, tenham afirmado que os ataques não tinham como objetivo promover uma mudança de regime na República Islâmica, o próprio Trump levantou essa possibilidade.
Em postagem na Truth Social, Trump escreveu: “Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas se o atual regime iraniano não conseguir FAZER O IRÃ GRANDE DE NOVO, por que não haveria uma mudança de regime??? MIGA!!!”.
Os preços do petróleo subiram mais de 2% na noite de domingo, alcançando quase US$ 80 por barril para o Brent e pouco abaixo de US$ 75 para o West Texas Intermediate.
O aumento foi impulsionado pelo voto do Parlamento iraniano a favor do fechamento do Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de 20% do petróleo mundial. A Administração de Informação de Energia dos EUA já classificou o estreito como “o ponto de passagem de petróleo mais importante do mundo”.
Contudo, a decisão final sobre o fechamento cabe ao Conselho de Segurança Nacional do Irã, segundo informações da imprensa.
O estreito segue aberto até o momento, mas analistas disseram à CNBC que os preços do petróleo poderiam superar US$ 100 por barril caso o Irã feche o estreito e forças ocidentais tentem reabri-lo pela força.
No domingo, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também pediu que a China atue para impedir o Irã de fechar o estreito.
A China é a maior compradora de petróleo do Irã, respondendo pela maior parte das exportações iranianas, e mantém relações amistosas com o país.
Agora, o mundo aguarda a resposta iraniana, após o chanceler Abbas Araghchi afirmar em comunicado na rede X que o Irã “reserva todas as opções” para reagir ao ataque.
“Os acontecimentos desta manhã são ultrajantes e terão consequências duradouras”, disse Araghchi.
O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Majid Takht Ravanchi, afirmou à imprensa alemã que o país continuará com seu programa de enriquecimento de urânio e que “ninguém nos dirá o que fazer”, segundo a Reuters, que citou a agência iraniana Tasnim News.
Shane Oliver, economista-chefe e diretor de estratégia de investimentos do banco australiano AMP, escreveu em nota na segunda-feira que, se o Irã realizar apenas “algumas ações simbólicas” e “se render incondicionalmente”, como exige Trump, “os preços do petróleo cairão rapidamente e as bolsas se recuperarão”.
Oliver lembrou que foi exatamente isso que ocorreu quando a coalizão liderada pelos EUA entrou na Primeira e Segunda Guerras do Golfo.
Por outro lado, caso o Irã ataque bases americanas na região, os EUA provavelmente retaliariam, o que manteria os mercados em estado de alerta, acrescentou o economista.
Vandana Hari, fundadora da consultoria de inteligência em energia Vanda Insights, disse ao programa Squawk Box Asia, da CNBC, nesta segunda-feira, que o risco de fechamento do estreito continua sendo “absolutamente mínimo”.
Segundo Hari, se o Irã avançar com essa medida, arrisca afastar seus países vizinhos produtores de petróleo e seus principais clientes, incluindo a China, sendo o maior importador de petróleo iraniano, conforme dados da Administração de Informação de Energia dos EUA.
“Há muito, muito pouco a ganhar, e muito dano autoinfligido que o Irã poderia causar” se decidisse fechar o estreito, concluiu Hari.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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