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Diretor do BC vê sinalização de interrupção de altas de juros como evolução do ciclo
Publicado 27/06/2025 • 16:04 | Atualizado há 4 meses
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Publicado 27/06/2025 • 16:04 | Atualizado há 4 meses
KEY POINTS
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil.
Fachada do Banco Central do Brasil.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta sexta-feira (27) que o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por fornecer uma sinalização sobre as suas próximas decisões porque o estágio avançado do ciclo de aperto permite uma pausa para se observar os efeitos defasados da alta de juros.
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“É a história de ter incerteza e ter a própria evolução do ciclo, e a evolução do ciclo vai te levando a uma taxa de juros mais contracionista, que te permite, inclusive, também ter mais tempo para poder observar os efeitos defasados”, disse Guillen quando indagado sobre o tema em um evento do banco Barclays, em São Paulo.
Na última semana, o Copom aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto, de 14,75% para 15% ao ano, e informou antever uma “interrupção do ciclo”. A ideia, conforme a comunicação do colegiado, é observar os efeitos defasados do ciclo e julgar se juros neste nível, mantidos por um período “bastante prolongado”, são suficientes para fazer a inflação convergir à meta.
Foi uma quebra em relação à comunicação vigente desde a reunião anterior, de maio. No período entre encontros do Copom, membros do colegiado vinham destacando em falas públicas a elevada incerteza, e repetindo que o colegiado precisava ter flexibilidade e manter graus de liberdade para as suas decisões.
“Os movimentos refletem um Banco Central muito comprometido com a convergência da inflação à meta – isso eu acho que tem de estar muito claro –, e a cautela em busca dessa convergência da inflação à meta”, acrescentou Guillen nesta sexta-feira.
O diretor repetiu que, agora, o Copom pretende pausar para observar se a alta já realizada é suficiente para levar à convergência, e para avaliar como está se dando a transmissão da política monetária para a economia.
Guillen afastou qualquer debate sobre quando o Copom pode começar a reduzir os juros. “O debate de corte não faz parte do Copom, então, começar a elucubrar sobre quais seriam os motivos, eu acho muito precoce”, comentou. “Dito isso, na minha cabeça, a função de reação que temos delineado não tem mudado, seja no período de alta, seja no período de baixa.”
O diretor reforçou que o comitê considera um conjunto de variáveis – como dinâmica da inflação, hiato do produto, expectativas para o IPCA e balanço de riscos – para ter confiança em relação às suas decisões, e evitar um erro decorrente de observar apenas um fator.
Ele repetiu nesta sexta-feira que o ganho de apresentar cenários alternativos para a política monetária –por exemplo, com juros parados em 15% ao longo de todo o horizonte relevante – em momentos de alta incerteza parece baixo, inclusive porque pode ser entendido pelo mercado como um forward guidance.
O diretor acrescentou que, no caso do Brasil, seria estranho o Copom oferecer um cenário alternativo quando a sua última decisão foi de aumentar os juros.
“Acho que o importante é sempre a discussão sobre se estou trazendo informação com um cenário alternativo ou se as pessoas vão acabar achando que aquilo é um forward guidance e não é informação”, explicou Guillen. “Tem que tratar com um pouco de cuidado, mas, se a gente julgar que é informativo, a gente vai usar.”
O diretor de Política Econômica do Banco Central reforçou a projeção da autarquia de 5% para o juro neutro. Segundo ele, a estimativa do BC para a variável é mais diferente do mercado no curto prazo, e menos no longo.
Guillen afirmou que não descarta revisões na estimativa. “Se tiver de mudar, vamos mudar”, frisou.
Ele afirmou que a taxa Selic é contracionista qualquer que seja a estimativa de juro real neutro hoje. Além disso, voltou a repetir que a transparência da autoridade monetária ajuda a entender como o Copom enxerga métodos, riscos e opções.
O diretor também voltou a falar sobre as perspectivas para o hiato do produto, e disse que diferentes estimativas para a variável ajudam no desenvolvimento do debate. “A surpresa da atividade se refletiu nas nossas estimativas de hiato, e nas do mercado”, lembrou.
Inflação alta em qualquer recorte
Diogo Guillen frisou que a inflação doméstica está elevada e acima da meta em qualquer recorte que se faça, inclusive no horizonte relevante da autoridade monetária. Conforme o Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado na quinta-feira, a projeção para a inflação no quarto trimestre de 2027 está em 3,2%, ainda acima da meta de 3%. Não só a inflação cheia deve ficar acima da meta em 2027, como também a de preços livres, segundo Guillen.
O diretor lembrou que a média dos núcleos de inflação está acima da meta há quase um ano, e isso pode ser explicado pela questão da demanda. E ainda salientou que se as expectativas permanecerem desancoradas, podem aumentar a indexação da inflação. “O desconforto é com a desancoragem e com o tempo em que ela continua”, alertou.
O diretor do BC ainda afirmou que há um debate sobre o hiato corrente e sobre como se dará essa abertura. A perspectiva de abertura de hiato, segundo ele, é essencial para a convergência da inflação.
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