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Como a Geração Z lida com o caos global — saiba como eles enfrentam os ‘sistemas quebrados’ que herdaram
Publicado 04/07/2025 • 10:06 | Atualizado há 10 horas
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Publicado 04/07/2025 • 10:06 | Atualizado há 10 horas
KEY POINTS
Geração Z vem sofrendo com instabilidade reproduzida no dia a dia
Pexels
Como a primeira geração nativa digital, a Geração Z está exposta à instabilidade global de uma maneira que nenhuma outra geração esteve.
“Crescemos com a guerra sangrando através de nossas telas, e vimos mais drones armados, mísseis e crianças mutiladas antes das 9 da manhã do que qualquer geração antes de nós”, disse Amogh Mehrotra, pesquisador de neurociência e IA, de 25 anos.
O tumulto geopolítico abalou o mundo nos últimos anos, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, a contínua guerra entre Israel e Hamas, até o conflito entre Israel e Irã, onde as tensões nucleares foram intensificadas.
A Geração Z também está enfrentando a inflação, o aumento dos preços das moradias, mudanças climáticas e demissões em massa nas empresas — e estão vendo tudo isso acontecer bem debaixo dos seus olhos. Isso criou uma profunda sensação de incerteza para muitos dessa geração enquanto tentam construir seu futuro.
“Muitos de nós sentimos que estamos herdando sistemas quebrados, e ainda assim esperam que os consertemos”, Mehrotra disse ao CNBC Make It.
Para lidar com as realidades de um cenário global desafiador, alguns jovens estão usando humor irônico em situações sérias.
“Primeira guerra, meio nervoso”, diz a legenda de um vídeo no TikTok mostrando mísseis caindo em cidades. O vídeo acumulou 2,3 milhões de curtidas.
Outro vídeo no TikTok, com 480 mil curtidas, mostra ideias de roupas para a “Terceira Guerra Mundial” com conceitos como “militar chique” e “streetwear de prisioneiro político”.
Quando Tanushree Srivastava chegou ao Reino Unido vindo de Nova Délhi em 2021, aos 26 anos, sonhava em trabalhar para uma revista de moda, mas suas esperanças foram frustradas à medida que a incerteza econômica e política rapidamente se tornou uma realidade.
A jovem imigrante da Geração Z concluiu seu mestrado em comunicação de moda, esperando entrar na indústria. No entanto, para permanecer no Reino Unido, ela precisava de um visto de Trabalhador Qualificado, o que limitou suas opções.
Muitos empregadores no país hesitam em contratar imigrantes com o visto de cinco anos devido aos custos associados. Após dois anos de busca por emprego, Srivastava finalmente encontrou uma empresa que a patrocinaria — ela agora é executiva de contas em uma agência de relações públicas e comunicação.
“Esse não era meu plano”, ela disse ao CNBC Make It. “Eu sou de uma família de classe média, então fiz um empréstimo para vir para cá, e agora é tão difícil conseguir empregos, e com a inflação, tudo mudando em torno das políticas governamentais e da geopolítica, é tão difícil realmente acreditar que o amanhã é certo”.
Srivastava disse que se sente “desesperançosa” em relação a suas ambições futuras porque a situação dos imigrantes é precária tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos.
“Isso literalmente me limitou de tantas maneiras que não estou muito feliz e alegre com isso, e com o que está acontecendo agora, eu não sei se existiremos amanhã, então não tenho certeza de quanto planejar”.
A perspectiva de guerra a deixou ansiosa pela segurança de sua família na Índia, especialmente com o recente atrito entre Índia e Paquistão.
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Para aumentar suas preocupações, a ideia de comprar uma casa ou ter uma família parece fora de alcance. “Parece muito arriscado neste momento; precisamos basicamente sobreviver agora, está realmente caro”.
Srivastava não está sozinha em suas ansiedades. Muitos da Geração Z estão adiando a vida adulta, pois a insegurança financeira permanece em primeiro plano.
Uma pesquisa global da Deloitte de 2025 com 23.482 entrevistados em 44 países descobriu que mais de 80% dos respondentes sentem que seu futuro financeiro a longo prazo e as despesas do dia a dia desempenham um papel fundamental em seu estresse e ansiedade.
Quase metade dos respondentes da Geração Z disse que não se sente financeiramente estável, e 52% disseram que estão vivendo de salário em salário. Cerca de 41% da Geração Z está preocupada por não conseguir se aposentar confortavelmente.
Enquanto muitos da Geração Z estão ansiosos, alguns lidam com isso tomando as rédeas de suas vidas.
Amrita Bhasin, graduada pela UC Berkeley, estava prestes a começar seu cargo em tempo integral na Meta antes de decidir romper seu contrato com a empresa.
A jovem de 24 anos tomou essa decisão após perceber o quão instável a indústria de tecnologia havia se tornado. Após ver muitos de seus amigos sendo demitidos e observar as empresas terceirizando cada vez mais empregos para a inteligência artificial, ela concluiu que “as grandes empresas de tecnologia não seriam sempre um porto seguro e estável”.
“Há pessoas que vão para a faculdade, gastam de US$ 200 mil a US$ 300 mil (R$ 1,08 milhão a R$ 1,63 milhão, na cotação atual) em um curso de ciência da computação em uma escola particular, e depois não conseguem um emprego”, disse Bhasin.
“Então eles ficam tipo: ‘Mas eu segui o caminho. Fiz tudo que deveria fazer.’ E o problema é que o que está no fim do caminho simplesmente não é mais garantido”, ela disse. “E por isso acho que [a Geração Z] está tipo: ‘Por que eu seguiria um sistema se ele não me garante um emprego?'”.
Vendo que outras indústrias também eram instáveis, Bhasin decidiu começar sua própria empresa. “O empreendedorismo não era mais instável do que as outras [indústrias]”, disse ela.
Hoje, ela é cofundadora e CEO da Sotira, um marketplace B2B para excesso de estoque na indústria de logística e frete.
Os jovens tendem a querer trabalhar por conta própria. Uma pesquisa de 2024 da Fiverr com mais de 10 mil membros da Geração Z ao redor do mundo descobriu que 70% estão atuando como freelancers ou planejam fazê-lo no futuro, e um quarto espera começar seu próprio negócio, com o objetivo de estar financeiramente confortável e se aposentar cedo.
Da mesma forma, Harsha Poojari, de 29 anos, decidiu lidar com isso focando em sua própria felicidade. Hoje, ela tem seu próprio negócio chamado An Honest Media Company, onde trabalha como estrategista visual e diretora criativa de forma fracionada.
Ela disse que, embora essa geração enfrente desafios crescentes de saúde mental, em grande parte devido às redes sociais e à internet, esse mesmo acesso à informação lhes apresenta uma oportunidade única.
Crescer exposta a tantas notícias em seu smartphone levou Poojari a querer ajudar a criar um “mundo melhor” ao escolher trabalhar com clientes mais voltados para o impacto.
“Temos essa oportunidade que gerações anteriores não tiveram, de realmente possuir os meios de produção e poder [dizer] eu quero sair e trabalhar para mim mesma”, disse Poojari. “Há mais iniciativa e liberdade com o que podemos fazer”.
“Posso gastar meu tempo fazendo os projetos que quero fazer, e [posso] dizer não se o trabalho não estiver alinhado comigo”, acrescentou.
“Em vez de apenas trabalhar por trabalhar, parece mais importante do que nunca que o tempo e energia que coloco em algo realmente leve a um futuro melhor para mim e para a humanidade”, disse Poojari.
No final das contas, embora a Geração Z esteja lidando com a navegação de suas próprias vidas em meio ao caos global, muitos permanecem otimistas e escolheram assumir o controle não apenas de seus próprios futuros, mas também do futuro do mundo.
“O conflito geopolítico meio que mostrou muitos problemas na sociedade, certo? Há muitos problemas, há muitos buracos, e eu fui atrás de resolvê-los”, disse Bhasin.
“A Geração Z está escolhendo, na minha opinião, enfrentar grandes problemas”, ela acrescentou. “Se alguma geração tivesse que ser a que lidasse com essas questões, nossa geração está fazendo um [realmente] bom trabalho”.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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