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O euro sobe — e as políticas de Trump podem deixar a moeda mais cara
Publicado 07/07/2025 • 10:52 | Atualizado há 8 horas
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Publicado 07/07/2025 • 10:52 | Atualizado há 8 horas
KEY POINTS
Euro pode ser um ativo estratégico em relação ao dólar.
Unsplash
A importância global do euro continuará a se fortalecer neste ano, enquanto forças políticas alimentam novos ganhos em relação ao dólar americano, de acordo com banqueiros, centrais e estrategistas.
Falando em um fórum econômico em Aix-en-Provence, França, na semana passada, autoridades do Banco Central Europeu (BCE) disseram que, embora o euro esteja muito longe de ameaçar o dólar como principal ativo de reserva global, a moeda europeia será cada vez mais vista como uma alternativa estável, quando houver políticas de apoio por trás dela.
“Se você combinar as tarifas [dos EUA] com os ataques ao Fed e às instituições, com a sustentabilidade fiscal dos Estados Unidos após o ‘belo’ projeto de lei tributária, isso explica a evolução da taxa de câmbio do dólar nas últimas semanas”, disse Yannis Stournaras, governador do banco central da Grécia, durante um painel moderado pela CNBC no sábado.
“Aqueles que impõem tarifas serão os primeiros prejudicados”, acrescentou Stournaras sobre o impacto econômico de taxas mais altas.
Até segunda-feira (7), o status de um potencial acordo comercial entre os EUA e a União Europeia permanecia no limbo, com uma atualização prevista para os próximos dias.
A indicação dos primeiros acordos comerciais de Washington — incluindo com o Reino Unido e o Vietnã — é que as tarifas da Casa Branca serão, em geral, mais altas sobre todos os produtos que chegam aos EUA do exterior do que eram no início do ano, mesmo que sejam menores do que as taxas ameaçadas em abril.
Até agora, em 2025, a ampla incerteza em torno das negociações tarifárias dos EUA e seu impacto na economia e na inflação, juntamente com as expectativas de um estímulo fiscal na UE, impulsionaram uma valorização de cerca de 14% do euro em relação ao dólar. Esses ganhos ocorreram apesar do BCE ter cortado as taxas de juros e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tê-las mantido estáveis.
Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, conseguiu aprovar na semana passada um amplo projeto de lei sobre impostos e gastos, conquistando uma grande vitória política — que, no entanto, deve aumentar o déficit federal, potencialmente alimentando ainda mais o nervosismo entre os credores dos EUA que já se opuseram ao caos do mercado em torno das tarifas deste ano.
“O status do dólar não vai mudar de um dia para o outro, [mas] o euro pode ganhar em reservas internacionais”, continuou Stournaras. Isso exigirá que a UE conclua seus esforços de longa data para formar uma União Bancária e uma União dos Mercados de Capitais e reduza as barreiras internas para permitir que o euro aumente seu papel nos mercados internacionais, afirmou.
O chefe do banco central da Irlanda, Gabriel Makhlouf, ecoou o sentimento.
“Acho que o que estamos vendo agora com o dólar é um realinhamento, um reajuste por parte dos investidores”, disse Makhlouf.
Não se trata tanto de tarifas, que ganham muitas manchetes. [Os investidores] estão vendo o Estado de Direito nos Estados Unidos enfraquecer e estão reagindo de acordo, porque isso significa um risco maior para seus investimentos e ativos, e eles estão se ajustando.
A proporção global do euro nas reservas cambiais manteve-se praticamente estável por mais de uma década, em cerca de um quinto. A participação do dólar americano caiu de 68,8% em 2014 para 57,8% no final de 2024, de acordo com um relatório do BCE publicado em junho, sendo que o impacto exato das mudanças em 2025 ainda não está claro.
Embora o euro não esteja prestes a substituir o dólar repentinamente, Makhlouf disse que ele está impulsionando sua posição global e que tanto o BCE quanto os líderes políticos precisam aproveitar a oportunidade para capitalizar esse momento.
Paschal Donohoe, presidente da aliança de ministros das finanças da zona do euro, Eurogroup, disse a Charlotte Reed, da CNBC, que haveria um grande aumento nos empréstimos denominados em euros nos próximos anos, principalmente devido ao projeto de estímulo NextGenerationEU desenvolvido em resposta à pandemia da Covid-19.
“O mais importante para nós é como podemos ter bases sólidas para o euro”, disse Donohoe no sábado, citando a estabilidade como um dos fatores mais importantes.
As taxas de câmbio do euro em relação ao dólar americano nos próximos meses devem flutuar em meio a atualizações sobre tarifas, política monetária e muito mais, mas devem permanecer amplamente favoráveis à moeda da zona do euro, dizem estrategistas.
O fato de que o recente aumento no risco geopolítico e nos preços do petróleo tenha causado apenas um pequeno e temporário impulso ao dólar destaca sua recém-descoberta fragilidade, disse Francesco Pesole, estrategista de câmbio do ING, em nota em 26 de junho.
″É verdade que o mercado cambial, altamente eficiente e prospectivo, nunca realmente negociou os grandes riscos de um conflito prolongado e preços de energia sustentavelmente mais altos. Mas isso se deveu, pelo menos em parte, à aversão generalizada à retenção de dólares devido a considerações de médio prazo”, disse ele.
Esses fatores incluem preocupações fiscais, ameaças políticas à independência do Federal Reserve ou um corte na taxa de juros do Fed antes do esperado, ele observou.
Os estrategistas do Deutsche Bank, George Saravelos e Christian Wietoska, enfatizaram em nota de 1º de julho que o principal pano de fundo para o declínio do dólar foi que “os estrangeiros não estão mais comprando ativos em dólar suficientes para financiar o enorme déficit em conta corrente dos Estados Unidos”.
“Os estrangeiros não precisam vender ativos americanos para enfraquecer o dólar, mas simplesmente dizer ‘não, obrigado’ à compra de mais. Essa contínua sendo a mensagem das diversas métricas de fluxo de dólar de alta frequência que temos”, disseram.
— Chloe Taylor, da CNBC, contribuiu para esta história.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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