A Starbucks China atraiu ofertas para uma potencial venda de participação, avaliando a rede de cafeterias em até US$ 10 bilhões, disseram três pessoas familiarizadas com o processo do negócio à CNBC.
Quase 30 empresas de private equity nacionais e estrangeiras na China apresentaram ofertas não vinculativas, disseram as fontes, acrescentando que as propostas em discussão avaliam o negócio entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões, com lances previstos para se fixarem no limite superior dessa faixa.
Como o valor de mercado da Starbucks gira em torno de US$ 108 bilhões, com seus negócios na China gerando mais de 8% da receita global, uma avaliação justa seria em torno de US$ 9 bilhões, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
A Starbucks está avaliando as ofertas, propostas de estrutura de negócios e argumentos de criação de valor pós-venda dos licitantes, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, antes de selecionar potenciais compradores.
Essa seleção pode ser concluída em dois meses, mas é improvável que o acordo inteiro seja concluído até o final deste ano, disse a pessoa.
Em uma declaração à CNBC, um porta-voz da Starbucks disse que a empresa planeja manter uma “participação significativa no negócio”.
“Qualquer acordo deve fazer sentido para os negócios e parceiros da Starbucks”, diz o comunicado.
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Vemos um potencial significativo de longo prazo na China e estamos avaliando as melhores maneiras de aproveitar as oportunidades de crescimento futuras. Buscamos um parceiro estratégico com valores semelhantes, que compartilhe nossa visão de oferecer uma experiência premium em cafeterias. Mantemos nosso compromisso com a China e queremos manter uma participação significativa no negócio. Qualquer acordo deve fazer sentido para os negócios e parceiros da Starbucks.
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Há uma possibilidade de a Starbucks manter uma participação de 30%, com o restante dividido entre um grupo de compradores, cada um detendo menos de 30%, de acordo com uma pessoa familiarizada com o processo do negócio.
Centurium Capital — acionista majoritário da Luckin Coffee — Hillhouse Capital e as empresas de private equity americanas Carlyle Group e KKR & Co estão entre os concorrentes que disputam uma participação nos negócios da Starbucks na China, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Os gestores de ativos estão sob crescente pressão para colocar a mão na massa, com atividade limitada de negociações em meio aos ventos contrários da economia chinesa.
“Fechar um acordo e aplicar o capital ocioso é a principal prioridade agora”, disse um veterano de PE familiarizado com o assunto.
“Todos estão tentando provar às suas empresas que ainda têm capacidade de fechar negócios, mesmo neste ambiente de mercado. Só o fato de conseguir um lugar à mesa mostra que ainda é possível gerar lucro para a empresa”, disse a pessoa.
Esse cenário tornou o Starbucks uma opção atraente e os investidores podem ser compelidos a aumentar os preços de oferta para fechar o negócio, elevando ainda mais a avaliação, disse a pessoa.
O Goldman Sachs é o consultor financeiro deste acordo, liderando o processo, confirmaram fontes à CNBC.
Apesar de todo o interesse, a rede de cafeterias ainda pode adiar o processo de licitação caso as ofertas não correspondam ao valor esperado pela empresa. ”É um processo muito dinâmico — só no último dia é que você poderá ter certeza”, disse uma pessoa a par do assunto.
As ações da Starbucks estavam sendo negociadas com alta de 1,6% em Frankfurt.
Não desistir da China
A potencial venda de participação da Starbucks é semelhante à venda dos negócios chineses pelo McDonald’s em 2017, disseram especialistas do setor.
O McDonald’s vendeu uma participação majoritária de 52% em suas operações na China continental e em Hong Kong para a estatal chinesa Citic Capital e uma participação de 28% para a Carlyle, em um acordo que avaliou a empresa em US$ 2,1 bilhões, enquanto sua proprietária, sediada em Illinois, manteve os 20% restantes.
A rede de fast food posteriormente aumentou sua participação para 48% , recomprando a participação de 28% da Carlyle em 2023, avaliando a participação em US$ 6 bilhões.
A Starbucks também estará inclinada a manter uma participação na China para garantir ganhos futuros com o crescimento da empresa, permitindo-lhe exercer influência sobre os novos parceiros, disse um veterano de capital privado baseado em Xangai. Ainda não está claro o número de ações que a Starbucks colocou à venda.
Um porta-voz da Starbucks disse à CNBC no mês passado que a empresa não estava considerando uma “venda total” de sua operação na China.
A empresa iniciou o processo formal de venda de sua operação na China no final do ano passado, disse uma pessoa familiarizada com o assunto, convidando propostas preliminares de potenciais pretendentes.
O CEO da Starbucks, Brian Niccol, disse ao Financial Times no mês passado que a empresa havia recebido “muito interesse” dos investidores.
“As pessoas veem o valor da marca Starbucks. Elas veem que a categoria de café está crescendo. Acho que elas adorariam ser parceiras da gente para descobrir como podemos aumentar esse número de 8 mil para 20 mil”, disse Niccol.
A Starbucks, com sede em Seattle, tinha 7.758 lojas na China em março.
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