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A chave para uma infância sem smartphones é impor 4 “regras simples”, diz professor da NYU

Publicado 19/02/2025 • 12:09 | Atualizado há 3 semanas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Jonathan Haidt, professor da NYU e autor de "The Anxious Generation", é um dos principais defensores do movimento por uma infância sem smartphones.
  • Ele tem alguns conselhos para os pais que estão lutando com essa questão, dizendo que enfrentar os problemas do uso de smartphones por crianças exige que os pais trabalhem juntos.
  • A maioria das escolas na Inglaterra já implementa uma proibição ou restrições ao uso de celulares nas escolas, mas no último ano houve um movimento para transformar essa orientação em lei.

Valter Campanato/Agência Brasil

Dar um smartphone ao seu filho se tornou um tema polêmico nos últimos meses. Os pais estão citando evidências de que as redes sociais podem aumentar o risco de problemas de saúde mental como razão para impedir que seus filhos usem smartphones, mas enfrentam diversos desafios, principalmente a pressão dos colegas, o que dificulta impor as regras em casa.

Jonathan Haidt, professor da NYU e autor de “The Anxious Generation”, é um dos principais defensores do movimento por uma infância sem smartphones.

Ele tem alguns conselhos para os pais que estão lutando com essa questão, dizendo que enfrentar os problemas do uso de smartphones por crianças exige que os pais trabalhem juntos.

“A razão pela qual isso é um problema global e muitos pais se sentem impotentes é que, quando agimos sozinhos e tentamos dizer: ‘Não, você não vai ter um smartphone’, nosso filho responde: ‘Mas sou o único que não tem. Estou sendo excluído’”, disse Haidt à apresentadora da CNBC, Tania Bryer, no Fórum Econômico Mundial.

“Então, quando enfrentamos isso como indivíduos, estamos presos, e piora cada vez mais. E, porque estamos presos em um problema de ação coletiva, a única saída é por meio da ação coletiva.”

Seus comentários surgem enquanto o movimento por uma infância sem smartphones ganha força, com organizações surgindo ao redor do mundo. Essas incluem Smartphone Free Childhood (Reino Unido), Wait Until 8th (Austin), Unplugged (Canadá), No Es Momento (México) e Heads Up Alliance (Austrália).

Haidt afirmou que existe o que ele chama de “quatro normas simples” que podem ajudar os pais a adiar a entrega de smartphones para seus filhos e adolescentes.

“Duas delas precisam de apoio governamental, duas não”, explicou Haidt. “Quatro normas simples, e se a maioria de nós as seguir, resolveremos o problema.”

Sem smartphones antes dos 14 anos

A primeira é não dar smartphones às crianças antes dos 14 anos. “Deixe-as ter um celular simples, mas lembre-se, um smartphone não é realmente um telefone. Elas podem fazer ligações, mas é um dispositivo multifuncional pelo qual o mundo pode acessar seus filhos”, disse Haidt.

Estudo global realizado com 27.969 jovens de 18 a 24 anos pela ONG Sapien Labs, em 2023, revelou que crianças que receberam o primeiro smartphone em idade mais avançada relataram menos danos à saúde mental.

O estudo mostrou que 74% das mulheres que receberam seu primeiro celular aos seis anos se sentiam angustiadas ou com dificuldades, mas isso diminuiu para 52% entre as que receberam o primeiro smartphone aos 15 anos.

Para os homens, as taxas de angústia reduziram de 42% entre os que receberam o primeiro smartphone aos seis anos para 36% entre os que receberam aos 18 anos.

Sem redes sociais antes dos 16 anos

A segunda norma é que os pais devem esperar até os 16 anos para permitir que seus filhos tenham contas em redes sociais.

“Redes sociais são totalmente inadequadas para menores de idade… Então, nada de redes sociais até os 16 anos”, disse Haidt, apontando para o crescente corpo de pesquisas que mostram como as redes sociais afetam a confiança dos jovens.

As empresas de redes sociais estão tentando lidar com algumas das preocupações que pais e legisladores levantaram.

Por exemplo, o Instagram, do Meta, introduziu contas para adolescentes de 16 anos ou menos, que são privadas, têm configurações restritas que só podem ser alteradas pelos pais e com notificações silenciadas em certos horários.

Outras iniciativas incluem o Google, que lançou o YouTube Kids em 2015, um aplicativo separado com conteúdo e controles adequados para crianças.

Haidt afirmou que o governo e as empresas de redes sociais podem ir mais longe implementando verificações de idade. A Austrália é um dos poucos países a aplicar uma proibição de redes sociais para menores de 16 anos.

Escolas sem celulares

A terceira norma de Haidt é ter escolas sem celulares, o que deve ser imposto pelo governo, segundo ele. “O que estamos vendo é que… os professores odeiam os celulares, os alunos não conseguem aprender quando estão no TikTok, jogando videogame e vendo pornografia durante as aulas.”

A maioria das escolas na Inglaterra já implementa uma proibição ou restrições ao uso de celulares nas escolas, mas no último ano houve um movimento para transformar essa orientação em lei.

Enquanto isso, Zhengzhou se tornou a primeira cidade da China a aprovar uma legislação para limitar o uso de celulares por alunos do ensino fundamental e médio.

As razões para proibir o uso de celulares nas escolas incluem aumento da atenção nas aulas e maior socialização presencial.

Mais brincadeiras livres

A quarta regra sugerida é substituir infâncias “digitais” por atividades da vida real. Ele afirmou que precisamos de “muito mais brincadeiras livres e independência no mundo real”, e “precisamos devolver às crianças uma infância empolgante”.

Em relação à ação coletiva, Zach Rausch, cientista de pesquisa da NYU e principal pesquisador de “The Anxious Generation”, disse anteriormente à CNBC Make It que é crucial organizar-se com os pais das crianças na classe dos seus filhos.

“Converse com os pais deles, e se todos decidirem juntos adiar os smartphones até o ensino médio, vai ser muito mais fácil, porque então você pode dizer: ‘Bem, o Johnny também não vai ganhar o smartphone até os 14 anos’”, disse.

Rausch também pediu o restabelecimento de uma infância baseada em brincadeiras, onde as crianças têm autonomia para brincar ao ar livre, serem independentes e correrem riscos, o que é “realmente crucial para o desenvolvimento humano.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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