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Publicado 26/12/2024 • 10:31
KEY POINTS
O Banco Central (BC) vendeu na manhã desta quinta-feira (26), a oferta integral de US$ 3 bilhões em um leilão à vista de dólares. Nove propostas foram aceitas.
Com essa intervenção, o BC já despejou, desde o dia 12 de dezembro, US$ 19,760 bilhões em leilões à vista no mercado.
É a maior injeção de recursos em um único mês da história do regime flutuante de câmbio, acima dos US$ 12,054 bilhões vendidos em março de 2020, durante a pandemia de Covid-19.
O dólar à vista abriu em baixa leve na manhã desta quinta-feira (26), em meio a expectativas pela venda de até US$ 3 bilhões no mercado à vista. O mercado realiza lucros em meio a uma liquidez reduzida pós feriado de Natal.
Na segunda-feira (23), sem realização de leilão extraordinário do BC, a divisa fechou no segundo maior valor nominal histórico (a R$ 6,1851) diante da cautela fiscal interna e da valorização externa por otimismo sobre os ativos dos EUA.
Lá fora, a moeda americana exibia viés de baixa ante pares principais nesta manhã, e tem sinais mistos frente divisas emergentes e ligadas a commodities, em meio à liquidez menor nos mercados e promessas do governo da China de ampliar medidas de apoio fiscal e econômico em 2025.
O minério de ferro caiu 0,06% na China, mas o petróleo subiu moderadamente, ampliando ganhos de mais de 1% antes do feriado de Natal, enquanto operadores aguardam dados sobre estoques da commodity nos EUA que saem na sexta-feira (27).
Na terça-feira (24), o dólar subiu no exterior em meio ao otimismo com os ativos americanos, mas os mercados locais estavam fechados em véspera do Natal. Na última segunda-feira, sem a realização de leilões extraordinários no câmbio, o dólar à vista encerrou em alta de 1,86%, a R$ 6,1851 – segundo maior valor nominal de fechamento da história.
Entre 2 e 19 de dezembro de 2024, o Brasil registrou uma saída de dólares de US$ 14,699 bilhões, a maior para o período desde 2008. Pelo canal financeiro, a saída foi de US$ 14,903 bilhões, a segunda maior da série histórica, atrás apenas de 2019.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, atribuiu o fluxo negativo ao aumento de pagamentos de dividendos e ao movimento de pessoa física. Para conter os efeitos no câmbio, o BC realizou sete leilões à vista, injetando US$ 16,760 bilhões no mercado.
O Banco Central destacou que o repasse da alta do dólar aos preços ao consumidor (pass through) está mais intenso devido ao crescimento acelerado da economia brasileira, acima de sua capacidade, e às incertezas fiscais e inflacionárias.
Na ata do Copom de dezembro, que elevou a Selic para 12,25% ao ano, o BC apontou que o repasse aumenta com demanda forte, expectativas desancoradas ou câmbio persistente. Segundo o economista João Fernandes, a economia enfrenta desequilíbrios, com demanda superior à oferta.
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