Desinteresse e ingresso caro podem atrapalhar patrocinadores da CBF
Publicado 21/11/2024 • 10:17 | Atualizado há 6 meses
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Publicado 21/11/2024 • 10:17 | Atualizado há 6 meses
A imagem de arquibancadas com lugares vazios chamou a atenção durante o empate entre Brasil e Uruguai na última terça-feira (19) válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Com capacidade para receber 49 mil torcedores, o estádio Fonte Nova, em Salvador, recebeu 41.511 espectadores.
O público, aquém do esperado, traz um impacto negativo para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Principalmente em relação à exposição de seus patrocinadores. Essa vertical representa uma fatia importante do faturamento do órgão que comanda o futebol brasileiro.
Da receita de R$ 1,17 bilhão registrada em 2023, quase metade (R$ 528 milhões) foi decorrente de patrocínios. Entre as companhias que possuem acordos para a exposição de suas marcas em diferentes produtos da CBF estão Itaú, Ambev, Vivo, Cimed, entre outras.
“A questão é que a gestão da CBF está totalmente desorientada com relação aos interesses do torcedor”, afirma Amir Somoggi, sócio-diretor da consultoria Sports Value. “Pesquisas recentes mostram que mais da metade dos brasileiros não demonstram interesse pela seleção.”
Para Somoggi, as empresas patrocinadoras da seleção brasileira estão sendo afetadas por esse desinteresse. “Ainda vamos ver jogos lotados em clássicos entre Brasil e Argentina ou em partidas mais decisivas de uma competição como a Copa América, por exemplo, mas são exceções”, diz.
Renovações de patrocínios
O Itaú renovou o patrocínio com a CBF em 2022. O contrato, que iria até o fim daquele ano, agora é válido até 2026. O banco vai pagar R$ 300 milhões durante o período.
A renovação do contrato da Vivo aconteceu no ano passado. A operadora de telefonia não divulgou os valores que serão pagos ao órgão, mas informou que o novo contrato vai contemplar, além das seleções masculina e feminina de futebol, também as modalidades beach soccer, futsal e games.
Mais recentemente, em março desse ano, a Cimed renovou o patrocínio com a CBF. O novo acordo é válido por quatro anos e adiciona mais R$ 100 milhões para o orçamento do órgão. Dois esses depois, em maio, Adibe foi escolhido pela CBF para chefiar delegação da Seleção Brasileira em dois amistosos.
O valor do ingresso contribuiu para o público baixo. Para assistir ao jogo, o torcedor precisava desembolsar pelo menos R$ 100 na entrada mais em conta e considerada “solidária” (em que é necessária a doação de alimentos não-perecíveis). Em outros setores, o ingresso poderia custar R$ 800.
O momento ruim dentro de campo também é visto como um fator importante para esse afastamento do torcedor. “O futebol depende do resultado nas quatro linhas e temos visto a seleção com problemas em campo”, diz Rodrigo Geammal, CEO da agência de marketing esportivo Elos Sport Marketing.
Com 18 pontos, o Brasil está atualmente em 5o lugar na tabela das Eliminatórias da Copa do Mundo. A Argentina está na liderança com 25 pontos. Na sequência estão Uruguai, Equador e Colômbia. Mais seis partidas serão disputadas para que sejam definidos os classificados para a competição mundial.
Geammal afirma que há uma “crise de identidade” na seleção brasileira e que o público sente falta de craques vestindo a amarelinha. Considerado o principal talento do futebol brasileiro, o atacante Neymar não entra em campo pela seleção desde outubro de 2023 em decorrência de uma série de lesões.
Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.
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