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Dólar sobe com tarifaço de Trump e de olho em Focus e Congresso, após cair 5,56% em janeiro
Publicado 03/02/2025 • 10:53 | Atualizado há 5 meses
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Publicado 03/02/2025 • 10:53 | Atualizado há 5 meses
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Dólar
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O dólar sobe no mercado à vista na manhã desta segunda-feira, 3, em linha com a valorização externa do dólar ante pares principais e moedas emergentes em geral e também dos rendimentos curtos dos Treasuries. Os ativos financeiros reagem à confirmação pelos EUA de tarifas de 25% às importações do México e Canadá e de 10% à China, a partir desta terça-feira, 4. Há temor de que o Brasil seja atingido também por novas tarifas à frente.
O presidente americano Donald Trump avisou ainda que os EUA aplicarão tarifas sobre importações de aço, alumínio, cobre, chips de computador, produtos farmacêuticos, petróleo e gás a partir de meados de fevereiro. As novas tarifas se somarão às existentes, e Trump afirmou que elas fortalecerão a economia dos EUA, sem se preocupar com a inflação ou as reações do mercado. “Acho que vamos para o dia 18 de fevereiro e vamos impor muitas tarifas sobre o aço”, disse.
Em resposta, o Canadá anunciou que taxará produtos dos EUA em 25%, o México adotará medidas tarifárias e não tarifárias, e a China recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) e “tomará medidas correspondentes para salvaguardar seus direitos e interesses”.
As tarifas de Trump fomentam a tensão nos mercados e as preocupações de governos, empresários industriais e agrícolas com o impacto em preços, inflação, renda e atividade econômica.
O Goldman Sachs estima que uma tarifa de 25% pode elevar o índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos EUA em 0,7% e reduzir o PIB em 0,4%. A tarifa de 10% sobre produtos energéticos canadenses reduz um pouco esse impacto. O banco projeta também uma tarifa de 20% sobre a China, elevando o PCE em 0,3%.
A nova cúpula do Congresso brasileiro tomou posse no sábado alegando buscar um caminho de “independência” do Executivo, embora a atuação parlamentar tanto do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), quanto do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indique um histórico favorável às pautas do governo Lula. Há consenso entre deputados e senadores de que há pouco espaço para votar projetos fiscais, especialmente por conta do impasse sobre as emendas parlamentares.
Investidores repercutem ainda o boletim Focus. A mediana das estimativas para o IPCA 12 meses à frente voltou a subir, indo de 5,64% para 5,74%, o que é fator negativo. A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O IPCA 2025 passou de 5,50% para 5,51%, acima do teto da meta, de 4,50%. O IPCA para 2026 passou de 4,22%, para 4,28%.
A previsão para Selic no fim de 2025 segue em 15,0% e em 2026 continua em 12,50%. A projeção de alta do PIB de 2025 segue em 2,06% e de 2026 segue em 1,72%. A previsão para dólar no fim de 2025 e de 2026 continua em R$ 6,00. A estimativa mediana para déficit primário de 2025 e de 2026 segue em 0,60% do PIB.
Na última quarta-feira, 29, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 12,25% para 13,25%, e voltou a sinalizar que vai elevar os juros em mais 1 ponto, a 14,25%, na sua próxima reunião, em março.
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve alta de 0,02% no final de janeiro, após subidas de 0,31% em dezembro e 0,12% na terceira quadrissemana de janeiro. Com isso, o índice acumulou uma variação de 3,38% nos últimos 12 meses até janeiro. O resultado ficou próximo do valor mais baixo das estimativas, que era de 0,01%, e abaixo da mediana de 0,06%.
Às 9h37 desta segunda-feira, o dólar à vista subia 0,31%, a R$ 5,8549. O dólar futuro para março ganhava 0,14%, a R$ 5,8840.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou a R$ 5,8366, em queda de 0,28%, emendando o décimo pregão consecutivo de baixa. A moeda americana encerrou janeiro com desvalorização de 5,56% ante o real, após ter subido 2,98% em dezembro e 27,34% em 2024. Foi a maior queda mensal da moeda americana desde junho de 2023 (-5,59%). Analistas dizem que houve correção do “exagero completo” da alta do dólar no fim de 2024 e houve uma “resposta muito enérgica” do BC, que mostrou firmeza no combate à inflação e deixou claro que vai fornecer a liquidez de que o mercado precisa.
Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.
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