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Após recorde em 2024, indústria eletroeletrônica projeta queda no primeiro semestre

Publicado 23/06/2025 • 14:01 | Atualizado há 7 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Depois de um crescimento histórico de 29% em 2024, a indústria eletroeletrônica brasileira deve encerrar o primeiro semestre de 2025 com retração de 1%, segundo projeção da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
  • A desaceleração atinge principalmente o segmento de eletroportáteis, responsável por dois terços das vendas do setor, que acumula queda de 6% no período de janeiro a maio.
  • De acordo com a Eletros, o ambiente macroeconômico mais adverso tem afetado diretamente o consumo de bens duráveis.
De acordo com a Eletros, o ambiente macroeconômico mais adverso tem afetado diretamente o consumo de bens duráveis.

De acordo com a Eletros, o ambiente macroeconômico mais adverso tem afetado diretamente o consumo de bens duráveis.

Arquivo/Agência Brasil

Depois de um crescimento histórico de 29% em 2024, a indústria eletroeletrônica brasileira deve encerrar o primeiro semestre de 2025 com retração de 1%, segundo projeção da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) divulgada nesta segunda-feira (23).

A desaceleração atinge principalmente o segmento de eletroportáteis, responsável por dois terços das vendas do setor, que acumula queda de 6% no período de janeiro a maio.

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De acordo com a Eletros, o ambiente macroeconômico mais adverso tem afetado diretamente o consumo de bens duráveis. Juros elevados, inflação persistente, crédito mais caro e instabilidade econômica levam os consumidores a priorizarem despesas essenciais, como alimentação e medicamentos, postergando a compra de eletrodomésticos e eletrônicos.

Apesar do cenário negativo, alguns segmentos ainda registram crescimento. É o caso do setor de ar-condicionado, que avançou 21% nos cinco primeiros meses do ano. O bom desempenho é atribuído às altas temperaturas, à busca por conforto térmico e à maior conscientização sobre eficiência energética. No entanto, a escassez de compressores, concentrados em um único fornecedor nacional, ameaça a continuidade desse avanço.

“Há meses, o setor de ar-condicionado sofre com a escassez de compressores nacionais. A política industrial impõe a obrigatoriedade de compra local, mas a produção não atende à demanda. Isso limita a indústria e prejudica o consumidor”, disse Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros.

Na linha branca, que inclui itens como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, o crescimento é modesto: alta de 1% até maio, com expectativa de 2% até junho. O setor também enfrenta aumento nos custos de produção, pressionado por alterações nas tarifas de importação de insumos como aço e resinas plásticas.

Já a linha marrom (TVs e áudio) apresenta estabilidade, com avanço de 0,3% até maio. A expectativa é de crescimento de 1% no semestre, sustentado por avanços tecnológicos e pela expectativa de maior demanda no segundo semestre, impulsionada por datas como a Black Friday e o Natal.

Eletroportáteis é o mais afetado

O segmento de eletroportáteis é o mais afetado, com retração de 6% até maio. A expectativa é de que esse recuo se reduza para cerca de 4% até o fechamento do semestre. Apesar de historicamente apresentar desempenho mais resistente em momentos de crise, o setor sofre com estoques elevados, aumento da concorrência de produtos importados de baixo custo e entrada de itens no mercado sem o cumprimento de normas técnicas. A Eletros defende ações para reequilibrar o ambiente concorrencial e proteger a indústria nacional formal.

A Eletros destaca os produtos que mais conquistaram o consumidor brasileiro, revelando tendências em diferentes segmentos da indústria eletroeletrônica:

  • Ar-condicionado: Modelos com tecnologia inverter representaram 82% das vendas de aparelhos Split.
  • Linha branca: fogões e geladeiras responderam por cerca de 45% das vendas do segmento.
  • TVs: Modelos LCD de médio a grande porte dominaram o mercado, com 6,6 milhões de unidades vendidas.
  • Ventiladores: Alta de 47%, com mais de 18 milhões de unidades comercializadas.
  • Monitores: Equipamentos de até 25 polegadas representaram 85% das vendas.

Pressões externas

Além dos fatores internos, a indústria enfrenta pressões externas. O aumento dos preços do petróleo e de commodities, tensões comerciais globais e instabilidades cambiais afetam os custos operacionais e a competitividade das empresas brasileiras. A volatilidade do dólar e o encarecimento das importações são desafios adicionais.

Para os próximos meses, a expectativa é de leve recuperação em alguns segmentos, com apoio de datas sazonais e lançamentos de novos produtos. No entanto, o cenário ainda é marcado por incertezas. Com a taxa Selic em patamar historicamente alto, atualmente em 15%, e o consumidor mais cauteloso, a retomada dependerá de estímulos ao crédito, revisão de políticas industriais e estabilidade macroeconômica.

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