Manaus (AM) assumiu a liderança no ranking dos municípios brasileiros que mais importam, segundo dados da plataforma Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Entre janeiro e agosto, a capital amazonense movimentou R$ 10,93 bilhões em importações, superando Itajaí (SC), que registrou R$ 10,77 bilhões.
A mudança, consolidada a partir de maio, reflete a força da Zona Franca de Manaus, que concentra indústrias de eletroeletrônicos, motocicletas e bens de consumo, dependentes da importação de insumos e componentes.
O peso da Zona Franca
Segundo Rogério Marin, especialista em comércio exterior e CEO da Tek Trade, o desempenho da capital amazonense está diretamente ligado ao modelo econômico local:
“A Zona Franca combina incentivos fiscais com um parque fabril diversificado. Esse ecossistema gera demanda contínua por componentes importados, o que mantém Manaus em destaque no ranking nacional”, afirma.
Itajaí segue como polo logístico
Apesar da perda da liderança, Itajaí permanece como um dos principais polos logísticos do país, beneficiado por localização estratégica no litoral catarinense e por uma rede portuária moderna. Marin destaca que a cidade tem vocação para produtos acabados e atrai tradings de todo o Brasil em razão de vantagens tributárias e eficiência logística.
O top 5 de municípios importadores
Além de Manaus e Itajaí, o ranking é completado por:
- São Paulo (SP): R$ 6,64 bilhões
- Petrópolis (RJ): R$ 6,47 bilhões
- Rio de Janeiro (RJ): R$ 5,23 bilhões
Nos estados, São Paulo mantém a liderança isolada com R$ 57,48 bilhões em importações até agosto, seguido por Santa Catarina (R$ 22,48 bi), Rio de Janeiro (R$ 19,73 bi), Paraná (R$ 13,69 bi) e Minas Gerais (R$ 12,02 bi). O Amazonas aparece em sexto lugar, com R$ 11,09 bilhões.
Importações em alta no Brasil
As importações brasileiras cresceram 6,9% no acumulado de janeiro a agosto, totalizando US$ 184,77 bilhões. Apesar da retração de 2% em agosto, houve expansão de 26,5% na Indústria Extrativa, enquanto a Indústria de Transformação recuou 3,8%. Para Marin, o saldo mostra resiliência:
“Mesmo em um ambiente de oscilações mensais e instabilidades globais, o crescimento acumulado demonstra a força do setor de importações no Brasil.”
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