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Publicado 12/12/2024 • 12:36
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O setor automotivo brasileiro registrou o maior crescimento entre os dez principais mercados globais em 2024, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (12) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Em entrevista ao jornal Money Times, Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, afirmou que o crescimento se deve principalmente à maior oferta de crédito e à própria atividade econômica, que apresentou um desempenho acima das expectativas, além de uma taxa de desemprego baixa. “Esses fatores têm refletido em um crescimento mais sustentável”, declarou.
Com um desempenho expressivo no período, o mercado deve encerrar o ano com uma alta de 15% nas vendas de automóveis, marcando o maior crescimento percentual do setor desde 2007.
“O Brasil foi o que mais cresceu entre os principais mercados do mundo. Esperamos começar o ano nesse ritmo acelerado e fazer de 2025 o último degrau antes da volta ao patamar dos 3 milhões de unidades vendidas”, disse.
Na véspera da divulgação dos dados da Anfavea, o Banco Central do Brasil aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano. A decisão, juntamente com as perspectivas de novos aumentos no próximo ano, fez com que a Associação revisasse as projeções durante a madrugada.
“Nós estávamos projetando três milhões de unidades vendidas para o ano que vem e precisamos revisar para 2,802 milhões”, disse o executivo. “A taxa de juros é o inimigo do crescimento industrial. Toda vez que falamos em aumento da Selic, ocorre uma retração”, disse.
A Anfavea projeta um crescimento adicional de 5,6% nas vendas em 2025, com um total de 2,8 milhões de unidades emplacadas. Os caminhões e ônibus também devem seguir com bons desempenhos, com alta estimada de 15% e 8,5%, respectivamente.
Para exportações totais, a expectativa é de de 428 mil unidades, uma alta de 6,2% na comparação com
2024.
A Anfavea avaliou positivamente o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que o tratado beneficia ambos os blocos, proporcionando mais tempo para a indústria brasileira se preparar para a competição e facilitando o acesso de europeus a fornecedores de peças do Brasil.
Contudo, Leite ressalvou que ainda é necessário entender os detalhes do acordo, que ainda não foi formalmente assinado.
Pelo tratado, a isenção total de tarifas para automóveis ocorrerá apenas 30 anos após sua entrada em vigor, com uma exceção para veículos eletrificados, cuja redução será mais rápida, em 18 anos.
Nos seis primeiros anos, a indústria manterá a proteção atual com 35% de imposto de importação. Esse prazo mais longo foi visto como uma oportunidade para a indústria brasileira se adaptar gradualmente à abertura comercial, enquanto os europeus poderão ampliar suas compras de peças nacionais devido à eliminação de barreiras tarifárias.
Segundo Leite, o impacto do acordo será gradual e só começará a ser sentido a partir do sétimo ano, o que proporciona um cenário de transição mais suave para a indústria local. Ele classificou o tratado como positivo e motivo de celebração, mas destacou que seus efeitos serão de longo prazo, sem mudanças significativas no curto prazo.
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