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EXCLUSIVO: Conheça a estratégia do CEO da Paramount para virar o jogo em negócio da Warner Bros.
Publicado 08/12/2025 • 18:10 | Atualizado há 44 minutos
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Publicado 08/12/2025 • 18:10 | Atualizado há 44 minutos
KEY POINTS
David Ellison resolveu transformar a disputa pela Warner Bros. em um plebiscito sobre dinheiro vivo e poder de mercado no streaming. Em entrevista exclusiva à CNBC, o CEO da Paramount Skydance resumiu sua estratégia com uma frase que mira diretamente os acionistas da WB:
“Destaco a importância de estarmos em Wall Street, onde o dinheiro ainda é crucial. Estamos oferecendo aos acionistas 17,6 bilhões de dólares a mais do que o acordo atual com a Netflix. Acreditamos que, ao verem nossa oferta, eles irão votar nela.”
A fala faz parte da ofensiva pública da Paramount para tentar derrubar o acordo já assinado entre Warner Bros. e Netflix, operação que prevê a venda do estúdio Warner Bros. e dos ativos de streaming, incluindo HBO Max, em uma transação avaliada em US$ 72 bilhões, combinando dinheiro e ações.
Ellison lembra que a Paramount vem procurando fechar negócio com a WB há meses. “Estamos aqui para finalizar o que começamos e mostrar como chegamos até aqui. Em 1º de dezembro, fizemos uma proposta para adquirir a Warner Brothers Discovery e conversamos com David Zasloff. Ele retornou com uma série de questões. No dia 4 de dezembro, enviamos uma proposta que supera a oferta feita por eles”, afirmou.
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“Nossa proposta é de US$ 30 por ação, totalizando US$ 41 bilhões em dinheiro e US$ 54 bilhões em dívidas garantidas pelo grupo Ellison, RedBird, Citi, Bank of America e Apollo. Temos certeza regulatória mais rápida para fechar o negócio e nosso acordo é a favor do consumidor, é a favor do talento criativo, é a favor da concorrência”, acrescenta.
E continua: “Para contextualizar melhor, nossos US$ 30 por ação são basicamente US$ 17,6 bilhões em dinheiro a mais do que os US$ 23 em ações que eles assinaram.”
Na visão dele, a mensagem é simples: em “Wall Street, onde o dinheiro ainda é crucial”, e o prêmio de caixa deveria pesar mais do que a combinação de dinheiro e ações oferecida pela Netflix.
Um dos pontos centrais da narrativa de Ellison é a forma como o mercado deve enxergar os ativos lineares de TV da WB, que não fazem parte do pacote vendido para a Netflix e devem ser listados separadamente sob a marca Discovery Global a partir de 2026.
Ele discorda da avaliação mais otimista atribuída a executivos da WB, e faz suas próprias contas.
“De forma respeitosa, penso que o valor justo seria em torno de US$ 1 por ação. Se considerarmos a Versant, a média é de aproximadamente quatro vezes e meia. Para atingir os US$ 3 extras alegados, é preciso alcançar no mínimo cinco vezes o valor do patrimônio líquido.”
A crítica mira diretamente o argumento de que o acordo com a Netflix compensaria ao deixar para os atuais acionistas uma nova empresa de TV linear com valor relevante em bolsa.
Para Ellison, esse valor é bem mais modesto do que o defendido pela WB, o que reforçaria, segundo ele, a atratividade de uma proposta toda em dinheiro.
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Ellison não concentra o ataque apenas na matemática. Ele tenta enquadrar a operação com a Netflix como um risco concorrencial e cultural para o setor de entretenimento.
Ao comentar o impacto de combinar a líder global de streaming com a WB, dona do quarto maior serviço, ele foi direto:
“E quando você olha para a escala das empresas… Olhe para a escala da Netflix, 310 milhões de assinantes globais. Ao unir o principal streamer com o terceiro, surge uma empresa com poder de mercado sem igual, contando com mais de 400 milhões de assinantes. A Disney, segundo o maior concorrente, possui quase 200 milhões. Isso é negativo para a Hollywood, para a comunidade criativa e para os consumidores.”
“Veja como o mercado está reagindo a essa situação”, acrescentou.” Talentos já falam sobre o fim das salas de cinema e todos conhecem os comentários de Ted Sarandos sobre a experiência nas telas. Nosso acordo também beneficia os acionistas com mais dinheiro.”
O discurso dialoga com o clima regulatório em Washington, onde o governo Trump já sinalizou “ceticismo” em relação à combinação entre Netflix e WB por questões de participação de mercado. Ao reforçar que a Paramount é menor e teria, em tese, menos obstáculos antitruste, Ellison tenta se posicionar como a alternativa pró-concorrência, mesmo tendo concentração maior também em TV, cinema e streaming.
Nos bastidores, a proposta da Paramount Skydance combina:
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Para contornar resistências políticas a capital estrangeiro, a estrutura prevê que esses investidores internacionais entrem com ações sem direito a voto, “abrindo mão de qualquer direito de governança”, o que tira o negócio da alçada direta do Comitê de Investimento Estrangeiro dos EUA (CFIUS).
Na entrevista, Ellison reforça que ouviu diretamente dos interlocutores da WB quais eram as prioridades do outro lado.
“Nos disseram várias vezes que queriam todo o dinheiro, o qual entregamos. Perguntaram se queriam garantia total da família Ellison e RedBird. Então, entregamos respaldado por ambos.”
É esse conjunto – mais dinheiro em cash, discurso pró-concorrência e desenho pensado para facilitar a aprovação regulatória – que a Paramount agora leva diretamente aos acionistas da WB, na tentativa de virar um jogo que, no papel, já parecia ganho pela Netflix.
Se o conselho da Warner Bros. pode ignorar uma proposta que Ellison descreve como “mais dinheiro, menos risco regulatório e empresa inteira” é a pergunta que passa a dominar a disputa. E é exatamente essa dúvida que o CEO da Paramount Skydance quer amplificar em Wall Street, onde, como ele mesmo fez questão de repetir, “o dinheiro ainda é crucial”.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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