Fórum internacional em Fortaleza discutirá novos indicadores para o Sul Global na era digital
Publicado 30/05/2025 • 12:28 | Atualizado há 4 dias
Publicado 30/05/2025 • 12:28 | Atualizado há 4 dias
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Segundo ele, a situação atual é preocupante: empresas estrangeiras têm acesso mais ágil a informações sobre os brasileiros do que o próprio Estado
Foto: Pixabay
Indicadores de áreas como saúde, educação, trabalho, desigualdade e meio ambiente estarão no centro dos debates do Triplo Fórum Internacional de Governança do Sul Global, que será realizado em Fortaleza (CE), entre os dias 11 e 13 de junho.
Organizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o governo do Ceará e com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o evento reunirá mais de 100 conferencistas do Brasil e do exterior.
Representantes de pelo menos 30 países já confirmaram presença. As inscrições, gratuitas, estão abertas até 8 de junho.
Na semana em que o IBGE completa 89 anos, o presidente do instituto, Marcio Pochmann, avalia que o fórum será uma oportunidade valiosa de troca de experiências sobre os desafios enfrentados por países em desenvolvimento — especialmente na chamada era digital.
Em entrevista à Agência Brasil, ele defendeu a importância da soberania dos dados como eixo estratégico para políticas públicas.
“Estamos diante de um desafio comparável ao do século passado, quando o IBGE foi criado. Hoje, a disputa passa por quem detém e controla os dados”, afirmou.
Pochmann destacou que, apesar da enorme capacidade técnica do IBGE, com quase 11 mil servidores e presença em todo o território nacional, o país ainda precisa integrar melhor seus bancos de dados.
“Temos o DataSUS, dados tributários, do Cadastro Único, mas eles ainda estão fragmentados. O IBGE pode cumprir esse papel de articulador do sistema geoestatístico nacional”, disse.
Segundo ele, a situação atual é preocupante: empresas estrangeiras têm acesso mais ágil a informações sobre os brasileiros do que o próprio Estado. “É dramático que um país não detenha a soberania sobre seus próprios dados”, criticou.
O fórum em Fortaleza também reflete o novo papel do Brasil no cenário estatístico internacional. Em 2024, o IBGE passou a integrar o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, além de coordenar iniciativas no G20, Brics, Mercosul e entre países lusófonos.
“Estamos num momento de inflexão global, com o deslocamento do centro dinâmico do Ocidente para o Oriente, do Norte para o Sul. O Brasil tem papel central nesse novo cenário”, afirma Pochmann.
Entre os temas que serão abordados no evento estão as especificidades do Sul Global em relação à desigualdade, juventude, trabalho doméstico não remunerado e desenvolvimento urbano e ambiental. A proposta é repensar indicadores e metodologias que levem em conta a realidade desses países — como a queda da taxa de fecundidade e os novos modelos de renda na economia digital.
“É um evento que se dirige à juventude, aos gestores públicos, aos pesquisadores. Vai marcar época”, disse Pochmann.
O presidente do IBGE também defendeu a integração metodológica entre os países do Sul Global como forma de ampliar a comparabilidade de dados e a eficiência na formulação de políticas. Ele citou experiências inovadoras de países como Colômbia e China, que têm adaptado seus métodos estatísticos às novas realidades tecnológicas e sociais.
“Hoje não se pergunta apenas se a pessoa trabalha, mas se ela gera renda. São essas inovações que precisamos incorporar”, afirmou.
O evento em Fortaleza será ainda preparatório para dois encontros internacionais em que o Brasil terá papel de destaque: a Cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro (6 e 7 de julho), e a COP30, em Belém (novembro), que discutirá questões ambientais globais.
“O Fórum servirá como base de discussão para essas agendas, com contribuições concretas sobre governança, clima, juventude, desenvolvimento e dados”, concluiu Pochmann.
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