Polícia prende suspeito de matar membros do MST em assentamento
Publicado dom, 12 jan 2025 • 11:56 AM GMT-0300 | Atualizado há 34 dias
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KEY POINTS
Parentes, amigos, militantes e políticos comparecem ao velório de Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, lideranças do MST Assentamento Olga Benário que foram assassinadas durante ataque, no Velório Municipal de Tremembé
Foto: LUCAS LACAZ RUIZ/ESTADÃO CONTEÚDO
A Polícia Civil de São Paulo informou que prendeu na tarde deste sábado (11) um dos suspeitos de matar duas pessoas que participavam de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé, no interior do estado.
Os crimes ocorreram na noite de sexta-feira (10) no assentamento Olga Benário, na Estrada Canegal, por volta das 23 horas. Segundo MST, foram mortos a tiros Valdir do Nascimento, o Valdirzão, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28. Nascimento era uma das lideranças do assentamento. A ação deixou ainda seis pessoas feridas, que precisaram ser encaminhadas a atendimento hospitalar.
De acordo com a polícia, o detido, que é apontado como mentor intelectual do crime, é conhecido como Nero do Piseiro e já tinha passagem criminal por porte ilegal de arma de fogo. Ele foi reconhecido por testemunhas que viram os criminosos chegando ao local em carros e motos.
O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Taubaté como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.
As equipes da Delegacia Especializada de Investigações Criminais de Taubaté identificaram o segundo suspeito de envolvimento no ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que resultou na morte de duas pessoas em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba. A prisão do suspeito já foi solicitada ao Poder Judiciário e a polícia tenta localizar o envolvido.
Segundo a polícia, há indícios que apontam Ítalo como um dos autores do crime em investigação. Foram realizadas diligências em campo, mas ele não foi localizado em nenhum dos endereços registrados nos sistemas policiais.
De acordo com a polícia, a linha de investigação, que está a cargo da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) do município, é de que a motivação dos crimes foi a disputa por um terreno na área do assentamento.
Segundo o MST, a área do assentamento desperta interesse imobiliário devido a localização privilegiada. “O Assentamento Olga Benário enfrenta uma intensa disputa com a especulação imobiliária voltada para o turismo de lazer, devido à sua localização estratégica na região do Vale do Paraíba. Há anos, as famílias assentadas vêm sofrendo ameaças e coerções constantes”, disse o movimento em seu site,
O MST critica que “mesmo após diversas denúncias feitas aos órgãos estaduais e federais”, não houve uma resposta efetiva para garantir a segurança e a permanência dessas famílias no território.
Localizado em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba, a cerca de 140 quilômetros da capital paulista, o assentamento foi atacado por 10 homens, segundo MST. Eles utilizaram cinco carros e duas motos.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal instaure inquérito para apurar o ataque. A pasta informou que uma equipe da PF, com agentes, perito e papiloscopista, já foi deslocada para Tremembé.