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Publicado 19/11/2024 • 12:23 | Atualizado há 2 dias
KEY POINTS
O plano ‘Punhal Verde e Amarelo’, previa o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Foto: ONOFRE VERAS/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
O plano ‘Punhal Verde e Amarelo’, apreendido com o general reformado do Exército Mário Fernandes – ex-secretário-executivo da Presidência do governo Bolsonaro – previa o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 por envenenamento ou “uso de químicos para causar um colapso orgânico”, considerando a vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais do petista.
No planejamento dos militares presos nesta terça-feira (19), na Operação Contragolpe, Lula era tratado pelo codinome ‘Jeca’ e seu vice, Geraldo Alckmin, era ‘Joca’.
Os detalhes constam da representação da Polícia Federal pela prisão do general reformado do Exército Mário Fernandes; dos ‘kids pretos Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo – militares com especialização em Forças Especiais; e do policial federal Wladimir Matos Soares. Todos foram capturados na manhã desta terça por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
O general era o guardião do plano montado ainda no governo Bolsonaro. O documento também trazia detalhes sobre a possível execução de Moraes e de Alckmin. Segundo a Polícia Federal, o arquivo “continha um verdadeiro planejamento com características terroristas”.
Na visão dos investigados, segundo a PF, a “neutralização” de Lula “abalaria toda a chapa vencedora, colocando-a, dependendo da interpretação da Lei Eleitoral, ou da manobra conduzida pelos 3 Poderes, sob a tutela principal do PSDB”. Já a morte de Alckmin “extinguiria a chapa vencedora”. “Como reflexo da ação, não se espera grande comoção nacional”, registrou o documento sobre o ex-tucano.
O plano de assassinatos ainda cita um ‘Juca’, o qual a PF ainda não identificou. Ele é descrito no documento como “iminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov” e sua “neutralização desarticularia os planos da esquerda mais radical”.
O plano para eliminar Moraes demandava, por sua vez, artefatos mais pesados. O documento cita não só a possibilidade de envenenamento em evento oficial público, mas também o uso de “artefato explosivo”.
Em outro capítulo, o general chegou a descrever os armamentos que seriam necessários para concretizar o plano ‘Punhal Verde e Amarelo’: pistolas e fuzis comumente utilizados por policiais e militares, “inclusive pela grande eficácia dos calibres elencados”; além de uma metralhadora, um lança granada e um lança rojão, “armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate”.
Para a PF, o contexto de emprego de armamentos extremamente letais, bem como de uso de artefato explosivo ou envenenamento, revelam que o grupo trabalhava com a possibilidade de assassinato de Moraes.
“Tal fato é reforçado pelo tópico denominado “Danos colaterais passiveis e aceitáveis”, em que o documento descreve como passível “100%” e aceitável também o percentual de “100%”. Ou seja, claramente para os investigados a morte não só do ministro mas também de toda a equipe de segurança e até mesmo dos militares envolvidos na ação era admissível para cumprimento da missão de “neutralizar” o denominado “centro de gravidade”, que seria um fator de obstáculo à consumação do golpe de Estado”, indicou a PF.
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