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Saúde mental no trabalho: a crise invisível que já custa caro às empresas

Publicado 12/12/2025 • 17:10 | Atualizado há 9 horas

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Saúde mental no trabalho: a crise invisível que já custa caro às empresas

A saúde mental deixou de ser tema periférico para ganhar centralidade absoluta nas decisões corporativas. No mundo, a Organização Mundial da Saúde estima que mais de 1 bilhão de pessoas convivem com algum transtorno mental, especialmente ansiedade e depressão.

O impacto sobre o trabalho é devastador: segundo a OMS, 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente, somando licenças médicas, absenteísmo, queda de produtividade, incapacidade temporária e rendimento reduzido, uma métrica que traduz o sofrimento humano em perdas econômicas concretas.

O ambiente de trabalho como fator de risco

Metas agressivas, ritmo acelerado, excesso de estímulos, múltiplas demandas simultâneas e insegurança profissional transformaram o ambiente laboral em um dos principais determinantes do adoecimento emocional, em que os chamados riscos psicossociais se tornaram parte estrutural do trabalho contemporâneo, e não exceção.

Empresas que historicamente naturalizaram jornadas extensas e desempenho a qualquer custo agora enfrentam um cenário em que o sofrimento se reflete diretamente nos indicadores de produtividade, retenção e clima organizacional.

Nova regulamentação, novo horizonte

A revisão da NR-01 incorporou a obrigatoriedade de avaliar e gerenciar riscos psicossociais com o mesmo rigor aplicado a riscos físicos e ergonômicos; porém, reconhecendo a complexidade da implementação, a Portaria MTE nº 765/2025 prorrogou o prazo de adequação para 25 de maio de 2026.

O período extra permite que empresas revisem políticas internas, treinem lideranças, fortaleçam canais de escuta e estruturem práticas consistentes antes da fiscalização.

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Mais do que ajustar documentos, a mudança exige repensar modelos de gestão, processos de trabalho e dinâmicas de relacionamento, tornando-se um marco regulatório que sinaliza a responsabilidade corporativa diante de uma crise silenciosa que impacta milhões de trabalhadores.

CHO: a liderança que conecta cultura, estratégia e bem-estar

Nesse contexto, cresce a figura do Chief Happiness Officer (CHO), profissional dedicado à arquitetura do bem-estar organizacional, atuando como estrategista: mede engajamento, analisa fatores de risco emocional, orienta lideranças, integra áreas, desenvolve programas de saúde mental e fortalece a segurança psicológica, elemento hoje fundamental para inovação, retenção e atração de talentos.

Os benefícios são tangíveis:

  • aumento da retenção e redução do turnover,
  • clima organizacional mais estável,
  • diminuição de conflitos e desgaste emocional,
  • prevenção de absenteísmo e custos associados,
  • equipes mais criativas, engajadas e sustentáveis,
  • fortalecimento da cultura e melhoria do desempenho global.

A atuação do CHO se torna ainda mais relevante diante das exigências regulatórias, funcionando como elo entre bem-estar e estratégia de negócios.

O custo da omissão e o futuro das empresas brasileiras

A negligência com saúde mental cobra seu preço. Ausências prolongadas, produtividade reduzida, alta rotatividade e perda de capital humano formam um ciclo que compromete competitividade e sustentabilidade. O Fórum Econômico Mundial classifica o adoecimento emocional como uma das maiores ameaças à força de trabalho até 2030.

O desafio brasileiro é transformar esse cenário em oportunidade. Empresas que tratam saúde mental como prioridade estratégica constroem ambientes mais humanos, reduzindo sofrimento e fortalecendo sua capacidade de inovar, crescer e se adaptar.

No fim das contas, essa crise invisível é um chamado claro: o trabalho precisa voltar a ser espaço de equilíbrio, motivação, inspiração, pertencimento e potência.

Dr. Diego Wildberger
Psicoterapeuta
Membro da Brazil Health

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