Tsai Chi-yu, CEO e fundador da Stay, falou ao jornal Times Brasil deste sábado (12), sobre o impacto das tarifas de Donald Trump no mercado asiático e a decisão de Donald Trump de isentar smartphones, computadores e chips das novas tarifas.
Nascido em Taiwan, o executivo conhece muito bem como pensa o asiático de origem nessa situação de pressão. “Fato é que algumas concessões não serão feitas. A gente está falando de uma sociedade, uma cultura que tem um povo muito resiliente, e esse governo específico é um governo que não pode fazer algumas concessões dado a conjuntura política interna do país. Diferentemente dos governos anteriores, que antecederam o Xi Jinping. O atual presidente dificilmente vai fazer concessões nessa guerra tarifária.”
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O empresário entende, no entanto, a importância do mercado norte-americano para a China e sugere soluções que devem ser adotadas a curto, médio e longo prazo. “Dificilmente qualquer país ou grupo de países vai conseguir substituir rapidamente o poder de consumo da economia americana. Mas a China tem outras opções, não só na Ásia, como em outros continentes, como na África, na própria América Latina, um redirecionamento do comércio chinês para esses países”, diz Tsai.
“A curto prazo esse vai ser o grande movimento que a China vai fazer, ir em direção para o Sudeste Asiático, mas a médio e longo prazo, a China precisa transicionar sua economia de um mercado de exportação para um mercado de consumo. Não tem nenhum mercado maior para substituir o mercado americano do que o próprio mercado interno”, aposta o empresário, que fundou sua fintech no Brasil em 2022.
Tsai Chi-yu entende também que as mudanças mais recentes adotadas por Trump são uma questão de manter a imagem dele positiva no próprio país. “Vale ressaltar que o smartphone vai entrar nessa lista de exceção porque uma sobretaxação de um produto que impacta diretamente o consumidor americano tem um impacto muito negativo para a percepção do governo. O americano vai sentir muito no bolso. Para esse produto, o americano tende a ser mais flexível.”
Stay
A Stay, empresa de Tsai Chi-yu, oferece previdência privada como benefício corporativo. O empresário apontou os motivos de ter escolhido o Brasil para investir nesse mercado. “Quando a gente fala de previdência privada no Brasil, falamos de um mercado que hoje representa mais de alguns trilhões de reais. E quando você olha quando o Brasil envelhece e a fertilidade cai, é muito difícil imaginar que todo mundo vai conseguir contar com a previdência pública”, explica o CEO.
“As pessoas precisam poupar e [a previdência privada] é a forma mais segura de poupar, pois é um mercado hiper regulado pelo governo. Não tem nada melhor do que a empresa te oferecer um produto como esse. Você recebe via sua empresa, mas no fim do dia a empresa que tem que contratar uma solução de previdência corporativa. A tendência é que no futuro as empresas deem cada vez mais previdência privada para os seus funcionários”, aposta Tsai.
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