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Agro

Preço da carne bovina nos EUA deve continuar alto, mesmo depois do fim da temporada de churrascos

Publicado 23/07/2025 • 21:53 | Atualizado há 1 dia

Redação Times Brasil

Imagem de peças de carne bovina.

Imagem de peças de carne bovina.

Agência Brasil

Os valores do bife e da carne moída bateram recorde, segundo dados de inflação de junho do Bureau of Labor Statistics, que acompanha o preço da carne bovina desde 1984, de acordo com reportagem da NBC News, do Grupo CNBC.

Mesmo assim, a procura pelo produto segue forte. A carne bovina é a segunda proteína animal mais consumida no país, e a temporada de churrascos no verão é ainda mais popular.

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Demanda sazonal e variação de preços

“O pico da procura por carne costuma acontecer perto do feriado de 4 de julho (Independência dos EUA)”, explica Bernt Nelson, economista agrícola da American Farm Bureau Federation. “Na segunda metade do ano, a demanda naturalmente diminui.” Ou seja, os preços podem cair um pouco.

Mas, mesmo depois que os americanos guardarem as grelhas e churrasqueiras, o setor de carne bovina dos EUA ainda vai enfrentar problemas de oferta no longo prazo.

Os rebanhos de gado vêm diminuindo há décadas. Houve queda de mais 1% entre 2024 e 2025, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA. O número de vacas que pariram também caiu 1%, atingindo o menor patamar já registrado. Com isso, o rebanho atual é o menor do país desde 1951, segundo o Farm Bureau.

Problemas climáticos pioraram ainda mais a situação. Especialistas afirmam que a seca dos últimos anos nas regiões das Grandes Planícies e do Meio-Oeste secou as pastagens. Isso obrigou fazendeiros a diminuir seus rebanhos, e até agora o número de cabeças de gado não se recuperou.

“O clima de seca trouxe muito estresse para os produtores e as pastagens que eles dependem para alimentar o gado”, diz Nelson. “Com isso, muitos acabaram vendendo fêmeas para o abate, em vez de mantê-las para reposição do rebanho. Esse movimento levou à queda lenta, mas constante, do rebanho de gado.”

Impactos das restrições comerciais e importações na oferta

As importações também estão limitando a oferta. O governo dos EUA suspendeu a entrada de gado do México em maio deste ano por causa do parasita conhecido como bicheira, que afeta o gado por lá.

Mais desafios estão a caminho. O presidente Donald Trump ameaçou impor uma tarifa de 50% sobre as importações de carne bovina do Brasil, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, o que pode deixar a oferta ainda mais restrita.

Cerca de 8% da carne bovina consumida nos EUA vem de países como Brasil, Argentina e Austrália, segundo Michael Swanson, economista-chefe de agricultura do Wells Fargo. Com a possibilidade das novas tarifas, frigoríficos brasileiros já estão repensando se vale a pena vender carne para os Estados Unidos, segundo uma entidade do setor.

Preços em alta e reação da indústria

A carne moída está custando, em média, US$ 6,12 (R$ 33,77) por libra, um aumento de 11,84% em relação ao ano passado. Isso significa que um hambúrguer de 170g pode sair por cerca de US$ 0,24 (R$ 1,32) mais caro do que no verão passado. O bife está custando, em média, US$ 11,49 (R$ 63,39) por libra, uma alta de 8,05% no mesmo período.

No fim das contas, o Departamento de Agricultura prevê que os preços da carne bovina e de vitela subam até 6,8% neste ano. Para carne de porco e frango, o aumento deve ser menor.

De olho nesse cenário, as empresas têm apostado mais no frango. Redes de fast-food como McDonald’s, Wendy’s e Chipotle lançaram novos produtos de frango. A Tyson Foods, uma das maiores empresas de proteína animal dos EUA, também apresentou novidades no cardápio de frango recentemente.

“Quando o cenário está complicado para a carne bovina e a oferta está mais apertada, é importante para a empresa conseguir gerenciar um portfólio com várias proteínas e diferentes canais de venda”, disse Curt Calaway, diretor financeiro da Tyson Foods, em apresentação feita em maio deste ano.

O Walmart mudou sua estratégia e abriu no mês passado sua primeira unidade própria para processar carne bovina. Segundo a gigante do varejo, a nova instalação vai aumentar a capacidade de produção e melhorar a cadeia de distribuição, ajudando a cortar custos e oferecendo carne bovina de qualidade a preços baixos para o consumidor.

Desafios para a recuperação da indústria da carne bovina

Enquanto os produtores tentam reconstruir seus rebanhos, especialistas dizem que a recuperação da indústria da carne bovina pode levar anos.

“Se eu quiser aumentar a produção de frango, basta esperar de três a seis meses”, explica Swanson. “Agora, se eu quiser mais gado, preciso esperar de três a quatro anos para conseguir aumentar de verdade o rebanho.”

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