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Biotecnologia brasileira prepara o agro para a COP30 com soluções contra a crise climática

Publicado 08/10/2025 • 12:46 | Atualizado há 3 horas

KEY POINTS

  • Startups brasileiras avançam em biotecnologia agrícola com foco em adaptação climática.
  • Biotechs nacionais desenvolvem soluções para reduzir riscos climáticos na produção de alimentos.
  • COP30 deve ampliar o debate sobre o papel do agro tropical na mitigação das mudanças climáticas.

Com a COP30 marcada para novembro de 2025, em Belém (PA), o debate global sobre mudanças climáticas joga luz na agricultura — um dos setores mais emissores de gases efeito estufa e também afetados pelos extremos do clima e também parte da solução.

No Brasil, o avanço da biotecnologia agrícola mostra como a inovação pode transformar o campo tropical em uma plataforma de resiliência climática, combinando ciência, dados e sustentabilidade.

Duas agtechs nacionais — InEdita Bio e Symbiomics — são exemplos de como a biotecnologia pode ajudar o país a chegar à conferência com soluções concretas de adaptação e mitigação dos impactos ambientais.

Edição genética para enfrentar seca e calor

Fundada pelo geneticista Paulo Arruda, um dos nomes mais respeitados da biologia molecular no país, a InEdita Bio trabalha com edição de genes em plantas para desenvolver cultivares adaptadas às mudanças climáticas.

O foco está em soja e milho, com características que aumentam a tolerância à seca e às altas temperaturas, além de permitir ciclos mais curtos de produção — uma forma de reduzir perdas em períodos críticos.

Atualmente em fase avançada de validação com parceiros agrícolas, as variedades desenvolvidas pela startup utilizam ferramentas de edição de precisão para melhorar o uso da água e a resistência a pragas, reduzindo o risco climático e aumentando a previsibilidade da produção.

“A edição genética permite ajustar o metabolismo das plantas às novas realidades climáticas do trópico, com ganhos em produtividade e eficiência de recursos”, explica Paulo Arruda, sócio-fundador da InEdita Bio e coordenador do Centro de Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas da Unicamp.

Arruda é reconhecido por sua contribuição à biotecnologia agrícola e à formação de startups de base científica.

Foi um dos fundadores da Alellyx Applied Genomics, pioneira no setor no início dos anos 2000, e figura entre os pesquisadores mais citados do mundo, segundo levantamento da Universidade de Stanford e da Elsevier.

Microbiomas e IA para fortalecer o solo

Enquanto a InEdita atua na genética das plantas, a Symbiomics aposta nos microrganismos do solo como aliados da produtividade.

A startup utiliza mapeamento de microbiomas nativos, inteligência artificial e biologia computacional para formular bioinoculantes personalizados — consórcios de microrganismos que ajudam as plantas a resistirem a seca, calor e escassez de nutrientes.

Os produtos aumentam a eficiência na absorção de fósforo e nitrogênio, mesmo em solos degradados, e promovem o equilíbrio biológico do ambiente agrícola.

Em parceria com produtores e centros de pesquisa, a empresa valida novas formulações e diversifica ativos biológicos ainda não explorados no mercado.

“Cada cultura e região tem um microbioma próprio. Usar inteligência de dados para mapear essas interações é o que permite criar bioinsumos mais eficientes e sustentáveis”, afirma Rafael de Souza, CEO e cofundador da Symbiomics.

A startup, que nasceu de projetos desenvolvidos no Centro de Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC) — iniciativa conjunta da Embrapa e da Unicamp —, acaba de fechar uma rodada Série A liderada pela Corteva, consolidando-se como uma das referências nacionais em biotecnologia aplicada ao agro.

Ciência e mercado se encontram no campo

A combinação entre edição genética e biotecnologia microbiana forma a base para o futuro da agricultura tropical.

As duas abordagens compartilham o mesmo objetivo: aumentar a resiliência das lavouras diante das mudanças do clima, sem ampliar o uso de insumos químicos.

O Brasil, com sua diversidade genética e riqueza de microbiomas, ocupa uma posição estratégica nesse cenário.

A expectativa é que, durante a COP30, os temas ligados à agricultura regenerativa, bioeconomia e biotecnologia tropical estejam entre os destaques das discussões técnicas e políticas.

Como resume Paulo Arruda: “A biotecnologia não é mais uma promessa de futuro, é o presente do agro sustentável. O desafio agora é ampliar o acesso e escalar essas soluções para milhões de produtores.”

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