Boeing enfrenta nova crise com guerra comercial entre EUA e China
Publicado 15/04/2025 • 20:17 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 15/04/2025 • 20:17 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
Maior exportadora dos EUA, a Boeing foi pega no fogo cruzado da guerra tarifária
Pexels
A gigante da aviação dos Estados Unidos, Boeing, recém-saída de uma crise paralisante envolvendo disputas trabalhistas e controle de qualidade, agora se vê envolvida no crescente conflito comercial entre Washington e Pequim.
Maior exportadora dos EUA, a Boeing foi pega no fogo cruzado após o presidente Donald Trump impor novas tarifas de até 145% sobre muitos produtos chineses, provocando retaliações de Pequim com tarifas de 125%.
Essas tarifas mais que dobram o custo de aeronaves e peças de reposição fabricadas nos Estados Unidos.
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Na terça-feira (15), Trump acusou a China de voltar atrás em um “grande acordo com a Boeing”, após uma reportagem da Bloomberg afirmar que Pequim ordenou que companhias aéreas não recebessem mais entregas de jatos da empresa.
A reportagem também informou que Pequim solicitou que transportadoras chinesas suspendessem a compra de equipamentos e peças relacionadas a aeronaves de empresas americanas.
A Boeing recusou-se a comentar o assunto.
Na semana passada, a Bloomberg informou que a Juneyao Airlines, da China, estava adiando a entrega de uma aeronave widebody da Boeing, à medida que o agravamento do conflito comercial aumentava os custos de produtos de alto valor.
‘Sem surpresa’
O site da Boeing mostra que sua carteira de pedidos no fim de março continha 130 aeronaves destinadas a clientes chineses, incluindo companhias aéreas e empresas de leasing.
Mas, como alguns compradores preferem permanecer anônimos, o número real pode ser ainda maior.
Analistas do Bank of America (BofA) observam que a Boeing está programada para entregar 29 aeronaves este ano a empresas chinesas identificadas, mas acrescentam que uma grande parte dos clientes não identificados que compraram aviões são, na verdade, chineses.
“A China representa cerca de 20% do mercado de jatos civis de grande porte nos próximos 20 anos”, afirmou o BofA Securities em nota.
O banco acrescentou que a administração dos EUA não pode ignorar a Boeing ao considerar os saldos comerciais.
“A Boeing é a maior exportadora dos EUA, por isso, não nos surpreende a atitude da China; no entanto, consideramos isso insustentável”, disse o BofA.
Segundo os analistas, a principal concorrente da Boeing, a Airbus, não pode ser a única fornecedora de grandes jatos comerciais para a China, dadas suas limitações de capacidade.
A Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC) também é “altamente dependente de fornecedores dos EUA”, disseram os analistas.
Se a China deixasse de comprar componentes de aeronaves dos Estados Unidos, o programa C919 da COMAC — concorrente do 737 da Boeing e do A320 da Airbus — seria interrompido, afirmaram.
Um bloqueio nas entregas também afetaria ainda mais a balança comercial dos EUA.
A produção da Boeing desacelerou significativamente após problemas de qualidade que surgiram com um incidente em voo em janeiro de 2024, e duas fábricas foram posteriormente paralisadas por uma greve no outono.
De acordo com dados oficiais dos EUA, as exportações de aeronaves comerciais chegaram a US$ 4,2 bilhões em agosto do ano passado, mas caíram para US$ 2,6 bilhões em setembro. O valor caiu ainda mais em outubro e novembro.
Em dezembro, quando as entregas da Boeing foram gradualmente retomadas, o valor subiu para US$ 3,1 bilhões.
Clientes das companhias aéreas
O CEO da Boeing, Kelly Ortberg, destacou anteriormente que a empresa sustenta 1,8 milhão de empregos nos Estados Unidos.
Um congelamento nas entregas teria consequências diretas para o grupo, que tradicionalmente recebe 60% do valor no momento da entrega.
Com as dificuldades de 2024, a Boeing já está consumindo fortemente o fluxo de caixa, que foi afetado pela pandemia de Covid-19 e outros problemas.
Além das preocupações com Pequim, a Boeing provavelmente também será pressionada pelas tarifas mais altas.
Michael O’Leary, CEO da Ryanair — maior companhia aérea da Europa em número de passageiros — disse na terça-feira que sua empresa pode adiar a entrega de 25 jatos da Boeing prevista para agosto, caso os custos com tarifas alfandegárias aumentem.
A Ryanair, um importante cliente da Boeing, fez um pedido em maio de 2023 de 300 aeronaves 737 MAX 10, incluindo 150 pedidos firmes, com preço de lista estimado em mais de US$ 40 bilhões.
Ed Bastian, CEO da Delta Air Lines, disse na semana passada que não pretende pagar tarifas alfandegárias pelas aeronaves da Airbus que espera receber este ano.
* Com informações da AFP
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