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Publicado 28/01/2025 • 09:27
KEY POINTS
Divulgação/Boeing
O CEO da Boeing, Kelly Ortberg, enfrentará investidores nesta terça-feira (28) em busca de respostas sobre como a empresa planeja superar problemas de fabricação, após registrar seu sexto prejuízo anual consecutivo.
Na última quinta-feira (23), a Boeing divulgou resultados preliminares indicando um prejuízo de US$ 4 bilhões no quarto trimestre e uma receita de US$ 15,2 bilhões, abaixo das expectativas dos analistas.
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A empresa relatou encargos em sua divisão de aeronaves comerciais e no setor de defesa e espaço, abrangendo modelos como o Boeing 767, o tanque de reabastecimento KC-46 e os dois 747s há muito atrasados, que servirão como os novos aviões presidenciais Air Force One.
Aqui estão as expectativas dos analistas de Wall Street, segundo pesquisa da LSEG:
A Boeing registrou lucro pela última vez em 2018. Desde então, enfrentou as consequências de dois acidentes fatais envolvendo seus populares aviões 737 Max, o impacto da pandemia no setor de viagens aéreas, uma série de defeitos de fabricação, estouros de custo e, no início do ano passado, um incidente quase catastrófico envolvendo o rompimento de um painel de porta de um Max 9 quase novo durante a decolagem em Portland, Oregon.
Na semana passada, a Boeing informou que seus resultados foram impactados, como esperado, por uma greve de quase dois meses de seus operários, que interrompeu a produção da maioria de suas aeronaves e ampliou os atrasos nas entregas aos clientes.
Esses atrasos são críticos, já que as companhias aéreas pagam a maior parte do valor das aeronaves no momento da entrega. A empresa declarou que queimou US$ 3,5 bilhões em caixa no quarto trimestre, encerrando de forma difícil o que deveria ser um ano de recuperação.
Após o fim da greve, a Boeing retomou a produção do 737 Max em dezembro e, no início deste mês, reiniciou os voos de teste do 777X, que ainda não foi certificado pela FAA. A Boeing também está trabalhando na certificação dos modelos Max 7 e Max 10, os menores e maiores da família de corredor único Max.
Embora os CEOs de companhias aéreas tenham, em geral, apoiado Ortberg, que assumiu o cargo em agosto, clientes importantes da Boeing ainda sentem os efeitos dos atrasos nas entregas.
A American Airlines anunciou, no fim de semana, cortes adicionais em sua programação devido aos atrasos na entrega dos novos Boeing 787 Dreamliners.
A companhia planejava usar essas aeronaves para lançar configurações com maior número de assentos premium, visando atender à crescente demanda por assentos mais espaçosos e caros.
Entre os ajustes, estão a suspensão do serviço entre Miami e Paris em junho e julho, redução de frequências entre o Aeroporto Internacional de Dallas Fort Worth e Nova York (JFK) para Londres em maio, além da rota de Dallas para Honolulu em junho.
“Estamos entrando em contato proativamente com os clientes afetados para oferecer alternativas de viagem e seguimos comprometidos em mitigar os impactos desses atrasos da Boeing, enquanto continuamos oferecendo uma rede global abrangente”, afirmou a American Airlines em comunicado.
Enquanto isso, o CEO da companhia aérea europeia de baixo custo Ryanair, Michael O’Leary, disse na segunda-feira que precisou reduzir sua meta de tráfego de passageiros para o ano devido aos “frustrantes” atrasos nas entregas da Boeing.
Ortberg e outros líderes da Boeing devem enfrentar perguntas durante a conferência com analistas às 10h (horário de Nova York) sobre os estouros de custo e atrasos na divisão de defesa da empresa, incluindo os aviões presidenciais Air Force One, além de possíveis tarifas e outras políticas do governo Trump.
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