Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Com demanda energética em alta, Japão se move para reativar maior usina nuclear do planeta
Publicado 22/12/2025 • 08:00 | Atualizado há 2 horas
CEO do LinkedIn critica conselho clássico de carreira: “é ultrapassado e pouco realista”
Xbox perde corrida dos consoles e aposta em virada nos games da Microsoft
Novo filme do Avatar decepciona e estreia com bilheteria abaixo do esperado
Após mudança de tom de Trump, Departamento de Justiça libera milhares de arquivos Epstein
IA cortou 55 mil postos de trabalho em 2025 — veja as big techs que mais tiveram baixas
Publicado 22/12/2025 • 08:00 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
Usina de tecnologia de energia nuclear
Unsplash.
A assembleia da província de Niigata aprovou nesta segunda-feira (22) uma votação que abre caminho para a reativação da usina nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, a maior do mundo em capacidade instalada. A decisão marca um ponto central na estratégia do Japão de retomar o uso da energia nuclear, quase 15 anos após o acidente de Fukushima, em 2011.
Localizada a cerca de 220 quilômetros a noroeste de Tóquio, Kashiwazaki-Kariwa esteve entre os 54 reatores desligados após o terremoto e o tsunami que levaram ao colapso da usina de Fukushima Daiichi, considerado o pior desastre nuclear desde Chernobyl.
Desde o acidente, o Japão religou 14 dos 33 reatores considerados tecnicamente operáveis. O movimento faz parte de um esforço para reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados. A usina de Kashiwazaki-Kariwa será a primeira a voltar a operar sob gestão da Tokyo Electric Power Co (TEPCO), empresa que também administrava Fukushima.
A votação em Niigata consistiu na aprovação de um voto de confiança no governador Hideyo Hanazumi, que declarou apoio à reativação no mês anterior. Com isso, a decisão política necessária para o reinício das operações foi formalmente concluída.
Após a sessão, Hanazumi afirmou que a aprovação representa um avanço, mas ressaltou que a questão da segurança permanece aberta e contínua.
Apesar do aval da assembleia, o debate evidenciou forte divisão entre parlamentares e moradores da província. Críticos afirmaram que a decisão prioriza acordos políticos e interesses econômicos, deixando em segundo plano a opinião da população local.
Do lado de fora do prédio, cerca de 300 pessoas protestaram contra o plano, carregando cartazes com mensagens contrárias à energia nuclear e em apoio às vítimas de Fukushima. Entre os manifestantes estava Kenichiro Ishiyama, de 77 anos, morador da cidade de Niigata, que expressou temor sobre as consequências de um eventual acidente.
Segundo a emissora pública NHK, a TEPCO avalia reativar o primeiro dos sete reatores da usina em 20 de janeiro. A capacidade total de Kashiwazaki-Kariwa é de 8,2 gigawatts (GW), suficiente para abastecer milhões de residências.
A previsão é colocar em operação uma unidade de 1,36 GW já no próximo ano e iniciar outra, de mesma capacidade, por volta de 2030. De acordo com estimativas do Ministério do Comércio do Japão, apenas o primeiro reator poderia elevar em 2% o fornecimento de eletricidade para a região metropolitana de Tóquio.
As ações da TEPCO encerraram o pregão da tarde em Tóquio com alta de 2%, desempenho superior ao índice Nikkei, que avançou 1,8%.
Leia mais:
No início do ano, a TEPCO anunciou um plano para investir 100 bilhões de ienes (US$ 641 milhões) em Niigata ao longo de dez anos, com o objetivo de conquistar apoio local. Ainda assim, uma pesquisa divulgada em outubro mostrou que 60% dos residentes consideram que as condições para a reativação não foram atendidas, enquanto quase 70% demonstram preocupação com a empresa continuar operando a usina.
Entre os críticos está Ayako Oga, de 52 anos, que se mudou para Niigata após deixar a região de Fukushima em 2011, junto com cerca de 160 mil evacuados. Sua antiga casa ficava dentro da zona de exclusão de 20 quilômetros. Agricultora e ativista antinuclear, ela relata impactos psicológicos persistentes desde o desastre.
O próprio governador Hanazumi já afirmou esperar que, no futuro, o país consiga reduzir sua dependência da energia nuclear, defendendo fontes que não gerem insegurança na população.
O governo central tem defendido a retomada nuclear como parte de uma estratégia para reforçar a segurança energética. A primeira-ministra Sanae Takaichi, no cargo há dois meses, argumenta que a medida ajuda a conter os custos dos combustíveis fósseis importados, responsáveis por 60% a 70% da geração elétrica japonesa.
Em 2023, o Japão gastou 10,7 trilhões de ienes (US$ 68 bilhões) com importações de gás natural liquefeito e carvão, cerca de 10% do total das importações do país. Apesar da queda populacional, o governo projeta aumento da demanda por energia na próxima década, impulsionado pela expansão de centros de dados voltados à inteligência artificial.
Para atender a esse cenário e cumprir compromissos de descarbonização, o país estabeleceu como meta elevar a participação da energia nuclear para 20% da matriz elétrica até 2040, o dobro do nível atual.
Segundo Joshua Ngu, vice-presidente da Wood Mackenzie para a Ásia-Pacífico, a aceitação pública da reativação de Kashiwazaki-Kariwa seria um marco decisivo para o cumprimento dessas metas. Em julho, a Kansai Electric Power anunciou o início de estudos para um novo reator no oeste do país, o primeiro projeto do tipo desde Fukushima.
Para moradores como Oga, no entanto, o retorno da energia nuclear reacende temores profundos. Ela afirma que, em 2011, não imaginava que a TEPCO voltaria a operar uma usina nuclear e diz esperar que nenhuma população volte a enfrentar os impactos de um acidente semelhante.
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
1
Casquinha e sundaes do McDonald’s são sorvetes? Tribunal toma decisão e fast-food escapa de multa milionária
2
Greve dos Correios é confirmada em 9 estados; veja onde há paralisação
3
Por que a Warner Bros. considera a Netflix mais estratégica que a Paramount para uma fusão
4
Boxe com prêmios milionários: Anderson Silva vence e Jake Paul é nocauteado
5
Família de Chorão perde direitos sobre a marca Charlie Brown Jr.; entenda as consequências