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Energia

Grandes petroleiras enfrentam escolhas difíceis à medida que os “lucros monstruosos” ficam no passado

Publicado 13/10/2025 • 08:28 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • As grandes petroleiras provavelmente enfrentarão dificuldades para manter os pagamentos aos acionistas nos próximos meses, em meio a um cenário de preços mais fracos do petróleo, disseram analistas à CNBC.
  • “Muitas buscarão reduzir custos e investimentos de capital onde for possível”, afirmou Thomas Watters, diretor-gerente e líder do setor de petróleo e gás da S&P Global Ratings.
  • Para alguns, porém, a situação atual das grandes companhias de petróleo não é tão sombria quanto poderia ter sido.
Plataforma de petróleo.

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Plataforma de petróleo

As gigantes do setor de energia estão sendo obrigadas a encarar decisões difíceis em um cenário de preços mais fracos do petróleo, com os generosos pagamentos a acionistas sob forte pressão nos próximos meses.

As petroleiras dos Estados Unidos e da Europa — entre elas Exxon Mobil, Chevron, Shell e BP — têm cortado empregos e reduzido custos recentemente, em um esforço para conter despesas em meio à desaceleração da indústria.

A mudança marca um contraste acentuado em relação a apenas alguns anos atrás.

Em 2022, as cinco maiores companhias de petróleo do Ocidente registraram lucros combinados de quase US$ 200 bilhões, impulsionados pela disparada nos preços dos combustíveis fósseis após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia.

Com caixa abundante, empresas como Exxon Mobil, Chevron, Shell, BP e TotalEnergies destinaram o que o secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou de “lucros monstruosos” para recompensar acionistas por meio de dividendos mais altos e recompras de ações.

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De fato, a parcela de retorno em dinheiro em relação ao fluxo de caixa operacional (CFFO) chegou a atingir 50% em algumas companhias de energia nos últimos trimestres, segundo Maurizio Carulli, analista global de energia da Quilter Cheviot. No entanto, no cenário atual de preços mais baixos do petróleo, Carulli alertou que essa política pode levar as empresas a níveis de endividamento acima do considerado “saudável”.

A BP e, mais recentemente, a TotalEnergies anunciaram planos para reduzir os retornos aos acionistas.

Em abril, a BP diminuiu sua recompra de ações para US$ 750 milhões, ante US$ 1,75 bilhão no trimestre anterior, após divulgar um lucro trimestral abaixo das expectativas do mercado. A TotalEnergies, por sua vez, informou no fim do mês passado que decidiu ajustar o ritmo de suas recompras “para enfrentar as incertezas econômicas e geopolíticas e manter margem de manobra”.

Carulli classificou essas medidas como uma “mudança de direção sensata” e afirmou que outras petroleiras provavelmente seguirão o mesmo caminho.

Thomas Watters, diretor-gerente e líder de setor de petróleo e gás da S&P Global Ratings, concordou.
“As companhias petrolíferas estão sob pressão com a queda dos preços do petróleo, que podem cair para a faixa dos US$ 50 no próximo ano, à medida que a Opep continua liberando capacidade excedente e os estoques globais aumentam”, disse Watters à CNBC por e-mail.

“Diante do desafio de sustentar esses retornos em um ambiente de preços mais baixos, muitas buscarão reduzir custos e investimentos de capital onde for possível”, acrescentou.

Cortes em dividendos “causariam calafrios em Wall Street”

Clark Williams-Derry, analista de finanças energéticas do Instituto de Economia e Análise Financeira de Energia (IEEFA), uma organização sem fins lucrativos, afirmou que reduzir as recompras de ações é provavelmente a opção mais fácil para as grandes petroleiras.

“Nos últimos anos, as companhias de petróleo têm usado recompras para devolver dinheiro aos investidores e sustentar os preços das ações. E é melhor cortar recompras do que dividendos: para os investidores, as recompras são o molho, mas os dividendos são a carne”, disse Williams-Derry à CNBC por e-mail.

“Um corte nos dividendos causaria calafrios em Wall Street”, afirmou.

A estatal saudita Saudi Aramco fez exatamente isso no início do ano, reduzindo o maior dividendo do mundo em meio à incerteza sobre os preços do petróleo. Williams-Derry associou a decisão à queda constante no preço das ações da companhia ao longo do ano e observou que outras petroleiras privadas buscarão evitar o mesmo destino.

No fim das contas, Williams-Derry disse que as grandes petroleiras agora precisam responder a três perguntas, após o fim do boom dos preços impulsionado pela guerra na Ucrânia:

“Continuarão contraindo novas dívidas para financiar os pagamentos aos acionistas? Cortarão as recompras, eliminando um dos principais fatores de sustentação dos preços das ações? Ou reduzirão a perfuração, sinalizando uma produção mais fraca no futuro?”, questionou.

“Há riscos em cada escolha, e, independentemente do caminho que escolherem, inevitavelmente deixarão alguns investidores insatisfeitos”, acrescentou.

Perspectivas para o setor

Para alguns analistas, a situação atual das grandes petroleiras não é tão ruim quanto poderia parecer.

“Talvez não tenha sido tão sombria quanto se esperava no início do ano, porque, desde o anúncio das tarifas do presidente Trump em abril, havia a narrativa de que o mercado de petróleo entraria em excesso de oferta no fim do ano”, disse Peter Low, co-chefe de pesquisa de energia do Rothschild & Co Redburn, em entrevista por videochamada à CNBC.

“O que realmente surpreendeu foi a resiliência dos preços, que permaneceram na faixa de US$ 65 a US$ 70 por barril, mais ou menos”, acrescentou.

Os preços do petróleo, contudo, caíram abaixo dessa faixa.

Na segunda-feira, os contratos futuros do Brent — referência internacional — para dezembro subiram 1,4%, a US$ 63,61 por barril, enquanto os futuros do WTI, referência dos EUA, com vencimento em novembro, avançaram 1,4%, para US$ 59,77.

“A questão, talvez menos para o terceiro trimestre e mais para o quarto, é até que ponto as distribuições e, em particular, as recompras precisarão ser cortadas para refletir um ambiente de preços mais fracos”, disse Low.

“Acredito que, dado que o terceiro trimestre foi razoável, as empresas provavelmente esperarão para ver o que acontece nas próximas semanas e meses, e o quarto trimestre será o momento mais natural para revisarem as distribuições aos acionistas”, concluiu.

A TotalEnergies e a britânica Shell devem divulgar seus resultados do terceiro trimestre em 30 de outubro, enquanto Exxon Mobil e Chevron farão isso em 31 de outubro. A BP deve publicar seus resultados trimestrais em 4 de novembro.

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