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Presente em 99% dos lares brasileiros, macarrão tem um dia para chamar de seu

Publicado 25/10/2025 • 07:00 | Atualizado há 3 horas

KEY POINTS

  • Setor de massas alimentícias cresce 4,2% e movimenta R$ 7,7 bilhões no primeiro semestre de 2025
  • Macarrão está presente em 99% dos lares brasileiros, segundo levantamento da Abimapi
  • Indústrias apostam em inovação e produtos saudáveis para manter relevância no mercado

Dia do macarrão

O macarrão, um dos alimentos mais democráticos do mundo, tem um dia dedicado a ele: 25 de outubro, o Dia Mundial do Macarrão. No Brasil, a data reforça a força econômica e cultural de um setor que continua crescendo mesmo com oscilações do câmbio e forte dependência do trigo estrangeiro.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), com base na NielsenIQ, o mercado de massas alimentícias cresceu 4,2% em faturamento e movimentou R$ 7,7 bilhões no primeiro semestre de 2025, com mais de 654 mil toneladas comercializadas.

As massas secas concentram 82% da categoria, com R$ 4,5 bilhões em faturamento. As versões de sêmola e sêmola com ovos respondem por mais de dois terços do volume vendido. Já as massas instantâneas, presentes em 14,6% das vendas, somaram R$ 2,9 bilhões e 95 mil toneladas.

O estudo da Worldpanel by Numerator, encomendado pela Abimapi, mostra que o macarrão está presente em 99% dos lares brasileiros. O consumo é mais intenso entre jovens de até 39 anos (40%), pessoas que moram sozinhas (32,7%) e a classe C (46,3%).

“O macarrão é um produto essencial no orçamento familiar, e sua penetração praticamente universal mostra sua força como solução versátil e acessível”, afirmou Claudio Zanão, presidente executivo da Abimapi.

Exportações

Donald Trump tentou, mas não foi suficiente para barrar a exportação das massas brasileiras. Segundo dados obtidos com exclusividade pelo Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, a exportação de massas alimentícias no período de janeiro a setembro de 2025 resultou em um faturamento de US$ 26 milhões, o que representa um crescimento de 16,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em volume, foram exportadas 12,9 mil toneladas, um avanço de 11,9%.

Do ponto de vista da competitividade da categoria, o resultado dos primeiros nove meses do ano foi ‘muito positivo’ para as massas instantâneas, que cresceram 32,5% até setembro deste ano. 

O Brasil é o principal fornecedor de massas no Paraguai e Uruguai, além de ser o 4º maior fornecedor na Colômbia e 6º no Chile. Os maiores mercados compradores de massas brasileiras, em valor, de janeiro a setembro de 2025, são:

  • Uruguai: US$ 4,6 milhões (+6,8%)
  • Colômbia: US$ 4,6 milhões (+20,2%)
  • Argentina: US$ 3,6 milhões (+741,1%)
  • Estados Unidos: US$ 3,5 milhões (-21,8%)
  • Chile: US$ 3,4 milhões (+62,0%)

Segundo Rodrigo Iglesias, diretor internacional Abimapi,  o tarifaço afetou a exportação da categoria de massas para os EUA, uma queda de 21,8% no mesmo período. Por outro lado, todos os outros cinco países que mais exportam apresentaram crescimento.

“Para contornar o cenário, o setor busca ampliar os mercados, nos últimos dez anos o país saltou de 34 países exportadores para 100, em 2025”, disse.

Apesar da alta nos embarques, o Brasil ainda é deficitário nesse mercado. Em 2025 a balança comercial das massas alimentícias está negativa em US$ 22,3 milhões. O país importou US$ 48,3 milhões e exportou US$ 26 milhões.

“Resultado da importação principalmente da massa seca tipo grano duro, já que a maior parte vem da Itália (US$ 38,4 milhões)”, completou Iglesias.

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Inovação e mudança de hábitos

O desafio para as fabricantes é manter a tradição e, ao mesmo tempo, atender novas demandas. Para Maurizio Scarpa, diretor-geral da Barilla no Brasil, o mercado vive “um momento promissor, mas desafiador”. Ele destaca que o futuro das massas depende de inovação nutricional e sustentabilidade. “A reformulação com proteínas, fibras e ingredientes funcionais como lentilha e grão-de-bico está em expansão, acompanhada de embalagens sustentáveis e eficiência na cadeia produtiva”, diz.

A Selmi, dona das marcas Renata, Galo e Todeschini, investe em produtos com apelo saudável, como a linha Veggie Protein+, rica em proteína vegetal, e o Macarrão Renata Orgânico Spaghetti. “O desafio é inovar sem perder o sabor e a tradição”, afirma Marcelo Guimarães, diretor comercial da companhia.

Na Orquídea Alimentos, o foco é valorizar a experiência do consumidor. A marca lançou a linha Massas Mais Molho, feita em molde de bronze, que absorve melhor o tempero e usa ovos de galinhas livres de gaiolas, reforçando a aposta em qualidade e bem-estar animal.

A Urbano segue ampliando seu portfólio, com massas sem glúten, de grão-de-bico e versões infantis com personagens da Disney. “O consumidor busca leveza e nutrição, mas sem abrir mão da praticidade e do preço acessível”, explica Janine Franzner Klitzke, gerente de marketing.

Já a Bifum, pioneira no macarrão de arroz, consolidou-se como referência nesse nicho. “O produto tem apenas dois ingredientes — arroz e água — e dialoga com o estilo de vida atual, mais leve e saudável”, afirma Ellian Chiang, gerente comercial.

Praticidade e custo-benefício

Na avaliação de Anna Carolina Martins Teixeira, diretora executiva de marketing da M. Dias Branco, o crescimento da categoria está ligado ao custo-benefício e à conveniência.

“A inovação é essencial para educar o consumidor sobre os diferentes tipos de massa e ampliar o repertório de consumo”, explica. A empresa lançou o Lámen Zero Fritura, nas marcas Adria, Isabela e Vitarella, voltado a quem busca praticidade com apelo saudável.

Com presença em praticamente todos os lares brasileiros e crescimento contínuo, o setor de massas confirma seu peso na economia. A Abimapi, que representa mais de 110 empresas responsáveis por 80% da produção nacional, destaca que o macarrão é hoje um símbolo de estabilidade do consumo, combinando tradição, inovação e resiliência econômica — atributos que mantêm o alimento firme no prato e no orçamento das famílias brasileiras.

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