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Para gestor da Warren, perdas em COEs ligados a Ambipar e Braskem poderiam ter sido evitadas com mais transparência
Publicado 09/10/2025 • 22:12 | Atualizado há 7 minutos
Publicado 09/10/2025 • 22:12 | Atualizado há 7 minutos
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Perdas em COEs da Ambipar e Braskem chegam a 93% e expõem falhas na venda de produtos complexos.
As perdas de investidores que aplicaram em Certificados de Operações Estruturadas (COEs) atrelados a títulos de dívida da Ambipar e da Braskem acenderam um sinal de alerta no mercado financeiro. Em alguns casos, as perdas chegaram a 93% do valor aplicado.
Para Frederico Nobre, gestor de investimentos da Warren, essas perdas poderiam ter sido evitadas.
Segundo ele, o COE (Certificado de Operação Estruturada) é uma operação composta por derivativos, instrumentos financeiros complexos, frequentemente utilizados por investidores institucionais.
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“O COE em si é um instrumento sofisticado, mas o problema está na forma como ele é empacotado e vendido ao investidor de varejo, com altas comissões”, explicou.
O gestor destacou que esse tipo de produto costuma ser apresentado como uma oportunidade de ganho fácil, mas é inadequado para a maioria dos investidores pessoas físicas. “O enredo costuma se repetir. Agora foi Ambipar e Braskem, mas já vimos casos parecidos antes. Muitos investidores compram sem saber exatamente no que estão aplicando”, disse.
Frederico Nobre criticou o modelo de distribuição e de comissionamento adotado por parte das corretoras e assessores.“O assessor que vende o produto muitas vezes também não tem ideia do risco de crédito que ele representa, porque confia no distribuidor. E o distribuidor, por sua vez, tem incentivos perversos relacionados às comissões”, afirma.
Segundo ele, o COE costuma render entre 5% e 10% de comissão para a corretora que origina o produto, o que cria conflitos de interesse na hora da recomendação. “O investidor pessoa física entra acreditando que terá taxas atrativas ou proteção contra perdas, mas não percebe que há custos e riscos embutidos”, acrescenta.
Nobre ressaltou que o problema não está apenas no COE, mas na estrutura de incentivos da indústria financeira. “Esses incentivos levam o investidor a aplicar em produtos inadequados para o seu perfil, sem o devido conhecimento. É um problema maior, que vai além dos COEs”, explica gestor de investimentos.
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Para o gestor da Warren, a venda de COEs para investidores de varejo é um erro de origem. “Na minha opinião, o COE, por ser um produto sofisticado, não deveria ser voltado ao investidor de varejo, e sim ao investidor qualificado ou profissional, que entende o funcionamento e atesta isso por escrito.”
Ele acrescentou que falta educação financeira no Brasil e que muitos investidores são mal orientados sobre os riscos. “Muitas vezes, as sofisticações são vendidas como soluções milagrosas, mas a coisa mais sofisticada que se pode fazer é simplesmente não oferecer um produto inadequado para o investidor.”
Nobre disse que com certeza não recomendaria COEs a seus clientes. Segundo ele, investidores institucionais até utilizam derivativos para montar estratégias, mas sabem exatamente o que estão fazendo e não pagam comissões elevadas como as cobradas de pessoas físicas.
“No mundo dos investimentos, principalmente para o investidor de varejo, fazer o simples é a melhor coisa”, afirmou.
Ele destacou que o Brasil tem cerca de R$ 90 bilhões aplicados em COEs, valor superior ao montante investido em ETFs, que são fundos que replicam índices de mercado. “Isso é um sintoma da falta de educação financeira e do modelo comissionado, que traz taxas escondidas e incentivos perversos para a venda de produtos inadequados”, concluiu.
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