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Saiba por que as ‘big techs’ apostam em energia nuclear para projetos de IA

Publicado ter, 12 nov 2024 • 7:10 PM GMT-0300 | Atualizado há 47 dias

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Por causa da Inteligência artificial, o consumo de energia elétrica dos data centers deverá aumentar significativamente nos próximos anos.
  • As grandes empresas de tecnologia precisam contratar mais energia para seus data centers, e têm recorrido a fontes nucleares.
  • Apesar de ser um tipo de energia firme e com pouca emissão de gases do efeito estufa, há preocupações a respeito da segurança.
Imagem de usina de energia nuclear

Imagem de usina nuclear e linhas de transmissão

Reprodução Pexels

As grandes empresas de tecnologia do mercado (conhecidas como “big techs”) passaram a demandar um volume muito maior de energia quando começaram a oferecer serviços de inteligência artificial (IA)

O uso das ferramentas de IA tem aumentado rapidamente: de acordo com a OpenAI, em agosto, havia mais de 200 milhões de pessoas enviando perguntas no popular ChatGPT toda semana, o dobro em relação a novembro do ano passado.

Os desenvolvedores alugam servidores de alta capacidade das big techs, como Amazon, Microsoft e Google.

Os data centers dessas empresas são muito demandados tanto pelos aplicativos de inteligência artificial modernos como pela computação em nuvem. 

O consumo global de eletricidade para alimentar esses serviços deve dobrar entre 2022 e 2026, de acordo com um relatório de pesquisa da Agência Internacional de Energia 

  • Consumo em 2022: 460 terawatts-hora (TWh)
  • Consumo em 2026 (previsão):  mais de 1.000 TWh

Os data centers precisam de muita energia para “treinar” e operar os modelos de inteligência artificial de larga escala.

Por isso, as big techs passaram a procurar fontes de geração para suprimir a demanda delas, e a energia nuclear entrou no radar delas.

A Microsoft e o Google estão entre as empresas que fecharam acordos para comprar energia nuclear de certos geradores dos EUA com o objetivo de aumentar a capacidade energética para seus data centers.

Pequenos geradores do Google

Em outubro, o Google disse que compraria energia da Kairos Power, uma desenvolvedora de pequenos reatores modulares, para ajudar a “dar continuidade ao progresso da IA”.

“A rede precisa desses tipos de fontes de energia limpas e confiáveis ​​que possam dar suporte à construção dessas tecnologias”, disse Michael Terrell, diretor sênior de energia e clima do Google, em uma ligação com a imprensa. “Sentimos que a energia nuclear pode desempenhar um papel importante para ajudar a atender nossa demanda, e ajudar a atender nossa demanda de forma limpa, de uma forma mais ininterrupta.”

O Google ainda disse que seu primeiro reator nuclear da Kairos Power estaria em operação até 2030, com mais reatores entrando em operação até 2035.

Microsoft “ressuscita” reator dos anos 1970

Em setembro, a Microsoft assinou um acordo com a empresa de energia norte-americana Constellation para ressuscitar um reator desativado na usina nuclear de Three Mile Island, na Pensilvânia, cujo reator está inativo há cinco anos.

A usina de Three Mile Island foi o local do mais grave colapso nuclear e vazamento de radiação da história dos EUA em março de 1979, quando a perda de água de refrigeração através de uma válvula defeituosa causou o superaquecimento de um reator.

Amazon fará seu próprio investimento em energia nuclear

Enquanto isso, para não ficar para trás, a Amazon anunciou seu próprio mega investimento em energia nuclear em outubro, em um acordo de US$ 500 milhões com a Dominion Energy para explorar o desenvolvimento de um pequeno reator nuclear modular perto da usina nuclear de North Anna da empresa de serviços públicos.

Controvérsias da energia nuclear

Alguns ativistas climáticos se opõem à geração nuclear. Eles afirmam que há riscos ambientais e de segurança e, além disso, não é exatamente uma fonte de energia renovável.

“A energia nuclear é incrivelmente cara, perigosa e lenta de ser construída”, afirma o Greenpeace em seu site.

“Ela é frequentemente chamada de energia ‘limpa’ porque não produz dióxido de carbono ou outros gases de efeito estufa quando a eletricidade é gerada, mas a realidade é que não é uma alternativa plausível às fontes de energia renováveis.”

Livre de emissão de gases do efeito estufa e firme

Os defensores da energia nuclear, por outro lado, dizem que ela oferece uma forma de eletricidade quase livre de carbono e é mais “firme” do que fontes renováveis ​​como a solar e a eólica (ou seja, a geração não é suscetível a variações como a disponibilidade de luz ou vento).

“Construída da maneira correta, acredito que a energia nuclear é o futuro”, disse Rosanne Kincaid-Smith, diretora de operações do Northern Data Group, um provedor global de data center, à CNBC em uma conferência de tecnologia em Londres em outubro.

“As pessoas têm medo da energia nuclear por causa dos desastres que tivemos no passado. Mas o que está por vir, eu simplesmente não vejo as redes tradicionais sendo a energia sustentável que está em andamento no desenvolvimento da IA”, disse Kincaid-Smith.

O Northern Data Group não usa energia nuclear e nem tem planos para isso, mas a empresa quer “contribuir para essa conversa porque é importante para o ecossistema mais amplo, para a economia mais ampla”, disse Kincaid-Smith à CNBC.

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