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China: por que as pequenas empresas também querem robótica e IA em seus processos?

Publicado 14/12/2025 • 13:36 | Atualizado há 8 horas

AFP

KEY POINTS

  • País é o maior mercado mundial de robôs industriais, e as autoridades estão injetando bilhões de euros em robótica e inteligência artificial (IA) para fortalecer essa tendência.
  • Essa automação levanta desafios em termos de potencial perda de empregos, mas também quanto ao custo da transição para empresas de menor porte.
  • O uso crescente da IA na indústria chinesa, incentivado pelas autoridades, já torna a automação total possível em muitos setores chineses.

Jade Gao / AFP

Funcionários trabalham na linha de produção do veículo Neolix X3, fabricante chinesa de veículos autônomos de entrega, em Yancheng, na província de Jiangsu, no leste da China

Em uma fábrica chinesa, um braço robótico manobra um veículo autônomo parcialmente montado, enquanto operários ajustam suas câmeras. Um símbolo da revolução que automatiza, passo a passo, até as pequenas e médias empresas (PMEs) do gigante manufatureiro.

A China é o maior mercado mundial de robôs industriais, e as autoridades estão injetando bilhões de euros em robótica e inteligência artificial (IA) para fortalecer essa tendência. As primeiras fábricas quase sem presença humana já estão em operação.

Essa automação levanta desafios em termos de potencial perda de empregos, mas também quanto ao custo da transição para empresas de menor porte. Para muitos, a solução reside em um modelo híbrido, uma automação parcial, explicam especialistas e gestores de fábricas à AFP.

Na fábrica de automóveis de Yancheng, a 300 quilômetros ao norte de Xangai, o diretor Liu Jingyao ressalta que a presença humana continua indispensável, inclusive nas linhas de produção mais avançadas. “Para muitas decisões” e para “certos gestos técnicos”, “ainda são necessários humanos”, afirma Liu, cuja empresa, a Neolix, fabrica pequenos veículos utilitários autônomos para o transporte urbano de encomendas.

Logo ao lado, veículos sem motorista percorrem uma pista de testes repleta de obstáculos, como poças d’água e pequenas pontes. Em uma sala adjacente, operários montam as câmeras e os chips eletrônicos, os verdadeiros cérebros dos veículos.

A automação visa “sobretudo auxiliar o humano, aliviar sua carga de trabalho, e não substituí-lo”, ressalta Liu Jingyao.

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“Fosso digital”

No entanto, o uso crescente da IA na indústria chinesa, incentivado pelas autoridades, já torna a automação total possível em muitos setores, afirma Ni Jun, especialista em engenharia mecânica na Universidade Jiaotong de Xangai.

A gigante de tecnologia Xiaomi, fabricante de produtos eletrônicos, opera, por exemplo, uma fábrica onde braços robóticos e sensores conseguem produzir smartphones sem intervenção humana.

Um “fosso digital” aumenta naturalmente entre os grandes grupos, capazes de investir maciçamente na modernização, e as PMEs, que têm dificuldade em acompanhar, observa Ni Jun. 

Pequenas fábricas, como a de Zhu Yefeng, a Far East Precision Printing, não têm condições de arcar com uma automação completa. Localizada perto de Xangai, essa gráfica emprega algumas dezenas de pessoas. Lá, os operários inserem manualmente manuais de instrução em dobradeiras e operam máquinas que imprimem etiquetas.

Até dois anos atrás, a empresa fazia o controle das tarefas a serem realizadas com papel e caneta. Isso obrigava os gerentes a atravessar a fábrica para transmitir informações sobre os pedidos. “Era o caos total”, resume Zhu Yefeng.

Desde então, a empresa utiliza um software que permite aos funcionários escanear códigos QR para alimentar um sistema de rastreamento interno. Em uma tela, Zhu Yefeng pode consultar tabelas que detalham o andamento de cada pedido e a produtividade de cada funcionário.

E o emprego?

“Já é um primeiro passo”, explica ele. “Vamos avançar para tecnologias de automação ainda mais sofisticadas. Só assim conseguiremos atrair pedidos maiores de grandes clientes”.

Mas falta dinheiro. “Somos uma pequena empresa. Existem certas despesas que não podemos nos dar ao luxo de ter”, observa Zhu.

Segundo Jacob Gunter, analista do Instituto Mercator de Estudos sobre a China, com sede em Berlim, a automação em larga escala corre o risco de provocar perdas de empregos. “As empresas ficarão satisfeitas em reduzir seu quadro de funcionários (…) Mas o governo não vai gostar. Ele estará sob forte pressão para resolver essa situação”, afirma.

A vontade de Pequim de desenvolver maciçamente a robótica industrial “vai colidir com o imperativo de manter um alto nível de emprego, em um mercado já muito tenso”, observa ele.

Os industriais terão que encontrar um equilíbrio “entre viabilidade técnica, responsabilidade social e necessidade econômica”, resume Ni Jun, da Universidade Jiaotong.

Para Zhou Yuxiang, chefe da Black Lake Technologies, a startup que produz o software utilizado na fábrica de Zhu, os locais de produção provavelmente permanecerão “híbridos”. “Pergunte a qualquer patrão” se uma fábrica sem seres humanos “é um objetivo em si, e a resposta será não”, ressalta. “O verdadeiro objetivo continua sendo otimizar a produção, entregar o que os clientes querem e ganhar dinheiro.”

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