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Especialistas dizem que Sudeste Asiático não precisa escolher entre EUA e China na disputa tecnológica; região pode aprender com ambos

Publicado 08/07/2025 • 08:27 | Atualizado há 2 meses

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • O Sudeste Asiático deve resistir a escolher um lado na corrida tecnológica entre EUA e China, disseram os painelistas na conferência East Tech West da CNBC em Bangkok, Tailândia.
  • “ É muito importante que continuemos focados em não fragmentar a tecnologia, padronizá-la e trabalhar para que a tecnologia transcenda a geopolítica e, em última análise, seja usada para o bem”, disse Julian Gorman, chefe da APAC na GSMA.
Índice de Gerentes de Compras no setor de Serviços cresce nos EUA.

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À medida que China e Estados Unidos disputam protagonismo na área de inteligência artificial, o Sudeste Asiático deve extrair o melhor dos dois países enquanto desenvolve suas próprias tecnologias, afirmaram especialistas durante a conferência East Tech West 2025, promovida pela CNBC em 27 de junho, em Bangkok, na Tailândia.

Julian Gorman, diretor da GSMA para a região Ásia-Pacífico — associação global do setor de redes móveis —, afirmou que seria negativo se o Sudeste Asiático fosse forçado a escolher um lado.

“O Sudeste Asiático é muito dependente das duas economias, tanto da China quanto dos Estados Unidos. Acredito que é bastante difícil imaginar que a região vá pender completamente para um ou outro lado”, disse Gorman.

“É muito importante que continuemos focando em não fragmentar a tecnologia, mas sim padronizá-la, e trabalhar para que ela transcenda a geopolítica e, no fim, seja usada para o bem”, acrescentou.

A expansão das empresas de inteligência artificial dos EUA e da China em mercados globais tem sido uma das principais tendências do ano, à medida que Washington e Pequim buscam ampliar sua influência nas tecnologias mais avançadas.

Soluções dos EUA e da China

Segundo George Chen, diretor-gerente e copresidente da área digital do The Asia Group, inicialmente o Sudeste Asiático demonstrou preferência por modelos de IA dos Estados Unidos, como os oferecidos por Google e Microsoft.

No entanto, a ascensão da chinesa DeepSeek impulsionou a popularidade dos modelos desenvolvidos pela empresa na região, graças ao baixo custo e ao modelo de licenciamento de código aberto — que permite adaptar os sistemas às prioridades locais.

Código aberto se refere, em geral, a softwares cujo código-fonte está livremente disponível para visualização, modificação e redistribuição. Empresas chinesas que desenvolvem modelos de linguagem têm apostado nesse formato desde a estreia da DeepSeek.

Painéis anteriores da East Tech West já destacaram os modelos de código aberto como ferramenta essencial para que regiões fora da China e dos EUA desenvolvam suas próprias capacidades de IA soberana.

Enquanto isso, no setor de hardware, os Estados Unidos continuam liderando a produção de chips voltados à inteligência artificial, por meio da gigante Nvidia. Embora o governo norte-americano tenha imposto restrições ao acesso da China a esses chips, eles ainda estão disponíveis no Sudeste Asiático — o que, segundo Chen, deve continuar sendo aproveitado pela região.

Chen alertou, porém, que o cenário da IA pode mudar drasticamente na próxima década, com a China conseguindo oferecer alternativas mais acessíveis à Nvidia.

“Não tomem partido de forma precipitada. Pensem em como maximizar o potencial econômico”, sugeriu.

Gorman, da GSMA, apontou que esse “equilíbrio” entre superpotências não é uma novidade para o Sudeste Asiático. A indústria de mobilidade da região, por exemplo, depende fortemente da manufatura chinesa em hardware, enquanto recorre aos EUA em áreas como telecomunicações.

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A vantagem do Sudeste Asiático

Apesar de EUA e China estarem na dianteira do desenvolvimento de modelos avançados de IA, o Sudeste Asiático também tem vantagens no cenário global, afirmaram os painelistas.

“Se você pensar na IA como uma tecnologia, no fim das contas ela precisa ser aplicada a um produto ou serviço real. É assim que as pessoas vão usá-la”, disse Chen, do The Asia Group.

A região tem um ecossistema robusto de aplicativos, o que representa “grande potencial”, afirmou ele. “A demografia é jovem, o que significa que sempre haverá potencial de talentos, e o custo de P&D (pesquisa e desenvolvimento) é relativamente mais baixo do que em outras localidades.”

Esses fatores de custo já contribuíram para que a Malásia despontasse como potência global em data centers e computação voltados à IA, especialmente na região sul de Johor.

Ainda assim, o Sudeste Asiático deve atrair empresas com tecnologias de manufatura avançada que possam transferir conhecimento e beneficiar as indústrias locais — estratégia semelhante à adotada pela China para alcançar o Ocidente nas tecnologias de ponta, segundo Chen.

Potencial de liderança em regulação

Para Gorman, da GSMA, o Sudeste Asiático também pode funcionar como território neutro entre China e EUA, onde os dois lados possam dialogar em alto nível sobre o uso responsável da inteligência artificial.

A região ainda pode ter um papel proativo na regulação da IA, disse ele, citando como exemplo recente o Shared Responsibility Framework de Singapura, voltado ao combate de fraudes e golpes internacionais.

Até o momento, há poucas regulações globais sobre IA. A União Europeia já adotou uma política específica, mas Estados Unidos e países da ASEAN ainda não fizeram o mesmo.

Chen acrescentou que a região precisará se unir e adotar estruturas comuns para conquistar maior protagonismo no desenvolvimento e na regulação global da inteligência artificial.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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