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O que é token? Entenda como ativos digitais estão mudando o mercado

Publicado 15/08/2025 • 14:22 | Atualizado há 2 horas

Redação Times Brasil

o que é token​

No universo da tecnologia e das finanças digitais, entender o que é token é essencial para não ficar para trás. 

Esses ativos digitais estão ganhando espaço em modelos de negócio inovadores, investimentos e novas formas de relacionamento com clientes e comunidades online. 

Saber como eles funcionam pode abrir oportunidades para empreendedores, investidores e gestores.

O que é token?

Um token é a representação digital de um ativo que existe dentro de uma blockchain, uma espécie de banco de dados descentralizado e transparente. 

Ele pode representar diversos ativos — como dinheiro, ações, obras de arte, pontos de fidelidade ou até mesmo contratos.

Em tecnologia bancária, o termo “token” pode significar um dispositivo gerador de senhas. 

Diferença entre token e criptomoeda

Toda criptomoeda é um token, mas nem todo token é uma criptomoeda. 

A diferença está na estrutura: criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, têm sua própria blockchain. 

Já os tokens são construídos sobre redes de blockchain já existentes, sem precisar criar uma nova infraestrutura.

Quer entender o que é token na prática? Vamos conhecer seu funcionamento.

Como funciona um token na prática?

Os tokens são criados dentro de uma blockchain existente, como Ethereum, Solana ou Polygon. Para isso, utilizam contratos inteligentes que determinam regras como quantidade máxima, modo de distribuição e funcionalidades. 

Após emitidos, eles não podem ser modificados ou censurados. Isso garante segurança, rastreabilidade e transparência. 

Qualquer pessoa pode verificar as transações feitas com um token, o que ajuda a prevenir fraudes.

O que pode ser tokenizado?

Quase tudo. De ativos físicos, como carros e imóveis, a itens digitais (músicas, jogos, filmes), passando por serviços, direitos autorais, contratos e até mesmo dados pessoais. 

O processo de tokenização transforma esses itens em ativos digitais rastreáveis e seguros.

Tipos de token

Para compreender o que é token de forma aprofundada, é fundamental conhecer os diversos tipos, que possuem diferentes funcionalidades. 

A seguir, listamos os principais:

1. Payment tokens (tokens de pagamento)

São tokens projetados para a transferência de valor e funcionam essencialmente como dinheiro eletrônico. 

O Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) são os exemplos mais conhecidos dessa categoria, ao lado de milhares de outras criptomoedas que servem para transações e pagamentos dentro de seus respectivos ecossistemas.

2. Utility tokens (tokens de utilidade)

Como o nome sugere, esses tokens conferem alguma utilidade específica aos seus detentores. 

Essa utilidade pode ser o acesso a um serviço exclusivo, descontos em produtos, direito de voto em decisões de uma plataforma ou até mesmo a participação em comunidades digitais.

Um exemplo prático e cada vez mais popular são os Fan Tokens, ativos digitais lançados por clubes de futebol, equipes esportivas e outras entidades. 

Detentores de Fan Tokens podem ter o direito de votar em enquetes (como a escolha da frase de uma camisa ou o nome de uma área do estádio), participar de promoções exclusivas ou ter acesso privilegiado a eventos.

3. Security tokens (tokens de segurança)

Estes tokens representam um valor mobiliário, funcionando de forma similar a ações negociadas em uma bolsa de valores, títulos ou cotas de fundos de investimento. 

Por estarem “ligados” a produtos financeiros regulados, os security tokens precisam aderir às regulamentações e leis dos mercados de capitais, sendo supervisionados por órgãos reguladores. 

Eles são a ponte entre as finanças tradicionais e o universo blockchain, oferecendo a possibilidade de tokenizar ativos do mercado financeiro convencional.

4. Non-fungible tokens (NFTs)

o que é token​: NFTs

Você já se perguntou o que é token não fungível? Os conhecidos NFTs são uma categoria única de tokens porque representam algo exclusivo e insubstituível. 

Ao contrário das moedas que podem ser trocadas por outras unidades idênticas (fungíveis), cada NFT é único. 

Eles podem representar a propriedade de obras de arte digitais, músicas, colecionáveis, itens dentro de jogos, capas históricas de revistas e até tweets. 

Ao adquirir um NFT, o comprador adquire essencialmente um código de computador registrado na blockchain que comprova a sua propriedade sobre aquele item digital.

5. Tokens lastreados

Os tokens lastreados são uma categoria de ativos digitais que têm seu valor atrelado a um ativo real ou financeiro subjacente. 

Isso significa que, ao contrário de criptomoedas como o Bitcoin, cujo valor é determinado principalmente pela oferta e demanda no mercado, o valor de um token lastreado busca refletir o valor de algo que existe fora da blockchain. 

A empresa emissora é responsável por administrar esse lastro e garantir a paridade entre o token e o ativo real. 

Exemplos incluem o PAX Gold (PAXG), atrelado ao ouro, e o Token da Vila (MBSANTOS01), que representa uma fração dos direitos do clube Santos.

6. Tokens de valores mobiliários

Semelhantes aos security tokens, mas com um foco maior na integração com os mercados tradicionais. 

Eles podem representar dívidas, ações ou títulos emitidos por governos e empresas, sujeitos às leis do mercado financeiro. 

Oferecem benefícios como liquidação instantânea e divisibilidade (possibilidade de comprar frações de ativos caros).

7. Equity Tokens

Podem ser considerados um subtipo de security token que representa especificamente uma fração do capital social de uma empresa. 

Isso significa que, ao possuir um equity token, o detentor pode se tornar sócio de uma startup ou projeto, com direito a uma parte dos lucros e do patrimônio. 

Agora que você entendeu o que é token e quais são seus principais tipos, vamos falar sobre seu modo de criação.

Como são criados os tokens?

A criação de tokens, embora não siga uma regra única para todos os tipos, geralmente envolve um processo estruturado para garantir segurança e respaldo jurídico. 

A emissão de ativos tokenizados segue algumas fases distintas:

  1. Estruturação: O processo começa com a análise e validação do ativo a ser tokenizado por uma empresa especializada (tokenizadora). Nesta fase, é elaborado um contrato jurídico que define as características do token e os direitos dos seus detentores, garantindo a idoneidade da operação.
  2. Emissão: Os contratos inteligentes (smart contracts) são programados e registrados na rede blockchain escolhida. Eles estabelecem parâmetros cruciais como o limite máximo de tokens a serem emitidos, taxas de envio e regras de uso.
  3. Distribuição: Após a emissão, os tokens são divulgados e ofertados ao público, permitindo que investidores os adquiram em vendas públicas (como ICOs – Initial Coin Offerings) ou mercados secundários.
  4. Governança: Esta fase envolve os processos de controle, a distribuição de rendimentos (quando aplicável) e a garantia de que os detentores dos tokens possam usufruir dos benefícios prometidos.

É importante ressaltar que qualquer pessoa ou empresa pode criar registros em blockchains públicas sem a necessidade de autorização prévia. 

Isso destaca a importância da idoneidade do emissor e da gestão cuidadosa do ativo subjacente, mesmo com a segurança tecnológica das redes blockchain. 

A custódia e a garantia do ativo real que originou o token são cruciais.

Como os tokens estão sendo usados nos negócios?

como os tokens estão sendo usados nos negócios

A compreensão do que é token e como funciona a tokenização abre um leque de oportunidades inovadoras para empreendedores, investidores e gestores de diferentes áreas de negócios:

  • Investimentos acessíveis: tokens permitem que qualquer pessoa compre frações de ativos que antes exigiam grande capital.
  • Captação de recursos: Empresas podem levantar capital através de ofertas iniciais de moedas (ICOs) ou ofertas de tokens de segurança (STOs), oferecendo uma alternativa ao financiamento tradicional.
  • Novos modelos de negócios: A tokenização permite a criação de modelos de negócios disruptivos, como a propriedade fracionada de ativos de alto valor (imóveis, obras de arte), tornando investimentos antes inacessíveis mais democráticos.
  • Fidelização de clientes e expansão de comunidades: Utility tokens e fan tokens podem ser utilizados para criar programas de fidelidade inovadores, recompensando clientes e fomentando o engajamento de comunidades digitais, como visto em clubes esportivos e plataformas de jogos.

Os tokens são realmente seguros?

Do ponto de vista tecnológico, o investimento em tokens é consideravelmente seguro, desde que o ativo seja registrado em blockchains robustas e com mecanismos de validação transparentes. 

A segurança do sistema é garantida por:

  • Criptografia avançada: As transações são protegidas por algoritmos complexos, tornando-as virtualmente impossíveis de serem violadas.
  • Rede descentralizada de validadores: Um grande número de participantes independentes verifica e registra as transações, o que impede a manipulação de dados.

As regras de emissão de cada token são públicas e auditáveis, o que significa que nenhuma entidade consegue reverter ou modificar registros. 

Além disso, a tecnologia blockchain permite que o próprio usuário armazene seus tokens em uma carteira digital, sem depender de terceiros para movimentação ou venda, garantindo autonomia sobre seus ativos.

Contudo, é impossível classificar todos os tokens com um único perfil de risco. 

As características do emissor, o ativo subjacente (aquilo que o token representa) e a liquidez do mercado variam significativamente. 

Portanto, é fundamental que o investidor analise cada oferta individualmente, avaliando cuidadosamente todos os riscos envolvidos antes de investir.

Os tokens são legais no Brasil?

Sim. A legislação brasileira reconhece tokens como ativos digitais. 

A Lei 14.478/2022, conhecida como Marco Legal das Criptoativos, estabelece regras para o uso e emissão desses ativos. 

Além disso, a Receita Federal exige a declaração de tokens no Imposto de Renda.

Compreender o que é token vai além da curiosidade tecnológica. Trata-se de entender uma transformação real no modo como ativos, serviços e relações de valor são construídos. 

Da arte digital ao mercado financeiro, os tokens representam inovação, segurança e acessibilidade. 

Para empreendedores e investidores, dominá-los é se antecipar às próximas mudanças no mundo dos negócios, aproveitando oportunidades que só esse novo ecossistema digital é capaz de oferecer.

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