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SUN VALLEY, IDAHO - 8 DE JULHO: O CEO da OpenAI, Sam Altman, fala com a imprensa ao chegar ao Sun Valley Lodge para a Conferência Allen & Company Sun Valley, em 8 de julho de 2025, em Sun Valley, Idaho. Todos os anos, algumas das figuras mais ricas e poderosas do mundo, das esferas da mídia, finanças, tecnologia e política, se reúnem no Sun Valley Resort para a conferência exclusiva de uma semana, organizada pelo banco de investimentos boutique Allen & Co. (Foto de Kevin Dietsch / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

CNBCSam Altman, da OpenAI, diz que EUA subestimam avanço da China em inteligência artificial

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Sam Altman, da OpenAI, diz que EUA subestimam avanço da China em inteligência artificial

Publicado 18/08/2025 • 17:49 | Atualizado há 1 hora

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • O CEO da OpenAI, Sam Altman, alertou que os Estados Unidos podem estar subestimando a complexidade e a seriedade do avanço da China em inteligência artificial.
  • Ele afirmou ainda que controles de exportação, por si só, provavelmente não são uma solução confiável.
  • “Estou preocupado com a China”, disse Altman.
SUN VALLEY, IDAHO - 8 DE JULHO: O CEO da OpenAI, Sam Altman, fala com a imprensa ao chegar ao Sun Valley Lodge para a Conferência Allen & Company Sun Valley, em 8 de julho de 2025, em Sun Valley, Idaho. Todos os anos, algumas das figuras mais ricas e poderosas do mundo, das esferas da mídia, finanças, tecnologia e política, se reúnem no Sun Valley Resort para a conferência exclusiva de uma semana, organizada pelo banco de investimentos boutique Allen & Co. (Foto de Kevin Dietsch / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

O CEO da OpenAI, Sam Altman, fala com a imprensa ao chegar ao Sun Valley Lodge para a Conferência Allen & Company Sun Valley, em 8 de julho de 2025, em Sun Valley, Idaho. Todos os anos, algumas das figuras mais ricas e poderosas do mundo, das esferas da mídia, finanças, tecnologia e política, se reúnem no Sun Valley Resort para a conferência exclusiva de uma semana, organizada pelo banco de investimentos boutique Allen & Co.

Kevin Dietsch/Getty Images via AFP

O CEO da OpenAI, Sam Altman, alertou que os Estados Unidos podem estar subestimando a complexidade e a seriedade do avanço da China em inteligência artificial. Ele afirmou ainda que controles de exportação, por si só, provavelmente não são uma solução confiável.

“Estou preocupado com a China”, disse Altman.

Durante um encontro em um restaurante de tapas mediterrâneas no bairro Presidio de São Francisco — a apenas oito quilômetros ao norte do escritório original da OpenAI, no Mission District —, Altman ofereceu um raro briefing on the record a um pequeno grupo de jornalistas, incluindo a CNBC.

Ele advertiu que a corrida de IA entre EUA e China está profundamente entrelaçada e é mais relevante do que uma simples disputa para ver quem está na frente.

“Há a capacidade de inferência, na qual a China provavelmente consegue avançar mais rápido. Há pesquisa, há produto; são muitas camadas envolvidas”, afirmou. “Não acho que será tão simples quanto: os EUA estão na frente ou a China está na frente?”

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Apesar do aumento nos controles de exportação de semicondutores pelos EUA, Altman não está convencido de que a política acompanhe a realidade técnica.

Questionado se seria tranquilizador que menos GPUs chegassem à China, Altman demonstrou ceticismo. “Meu instinto é que isso não funciona”, disse.

“Você pode controlar a exportação de uma coisa, mas talvez não da coisa certa… talvez as pessoas construam fábricas ou encontrem outras soluções alternativas”, acrescentou, em referência às fábricas de semicondutores (as chamadas fabs), instalações especializadas que produzem os chips que alimentam desde smartphones até sistemas avançados de IA. “Adoraria uma solução fácil”, disse Altman. “Mas meu instinto é: isso é difícil.”

As declarações acontecem enquanto Washington ajusta suas políticas para tentar conter as ambições da China em IA. O governo Biden inicialmente endureceu os controles de exportação, mas em abril o presidente Donald Trump foi além — interrompendo totalmente o fornecimento de chips avançados, incluindo modelos projetados para atender às regras da era Biden.

Na semana passada, no entanto, os EUA abriram uma exceção para certos chips considerados “seguros para a China”, permitindo a retomada das vendas sob um acordo controverso e inédito, que obriga Nvidia e AMD a repassar ao governo federal 15% da receita obtida com chips vendidos à China.

O resultado é um regime fragmentado, que pode ser mais fácil de driblar do que de aplicar. Enquanto empresas americanas aumentam a dependência de chips da Nvidia e da AMD, companhias chinesas avançam com alternativas fornecidas pela Huawei e outros fabricantes domésticos — levantando dúvidas sobre se cortar o fornecimento está realmente surtindo o efeito esperado.

Código aberto e China

O avanço da China em IA também influenciou a forma como a OpenAI pensa sobre liberar seus próprios modelos.

Embora a empresa tenha resistido por muito tempo a tornar sua tecnologia totalmente aberta, Altman afirmou que a concorrência com modelos chineses — especialmente sistemas de código aberto como o DeepSeek — foi um fator na decisão recente da OpenAI de lançar modelos com open weights.

“Estava claro que, se não fizéssemos isso, o mundo caminharia para ser construído principalmente em cima de modelos chineses de código aberto”, disse Altman. “Isso certamente pesou em nossa decisão. Não foi o único motivo, mas teve grande impacto.”

No início deste mês, a OpenAI lançou dois modelos de linguagem com open weights — os primeiros desde o GPT-2, em 2019 —, marcando uma mudança significativa de estratégia para uma empresa que sempre manteve sua tecnologia restrita por meio de APIs.

Os novos modelos apenas de texto, chamados gpt-oss-120b e gpt-oss-20b, foram projetados como opções de menor custo, que desenvolvedores, pesquisadores e empresas podem baixar, rodar localmente e personalizar.

Um modelo de IA é considerado open weight quando seus parâmetros — os valores aprendidos durante o treinamento que determinam como ele gera respostas — são disponibilizados publicamente. Isso garante transparência e controle, mas não é o mesmo que código aberto. A OpenAI ainda não libera seus dados de treinamento nem o código-fonte completo.

Com esse lançamento, a OpenAI passa a integrar essa onda e, por enquanto, se destaca como a única grande empresa americana de modelos fundacionais a adotar ativamente uma abordagem mais aberta.

Enquanto a Meta havia abraçado a abertura com seus modelos Llama, o CEO Mark Zuckerberg sugeriu, na teleconferência de resultados do segundo trimestre, que pode recuar nessa estratégia.

Já a OpenAI segue no sentido oposto, apostando que a maior acessibilidade ajudará a ampliar seu ecossistema de desenvolvedores e a reforçar sua posição contra concorrentes chineses. Altman já havia reconhecido anteriormente que a OpenAI estava “do lado errado da história” ao manter seus modelos fechados.

No fim, a decisão da OpenAI mostra que a empresa quer manter os desenvolvedores engajados dentro de seu ecossistema. Esse movimento acontece enquanto a Meta reavalia sua postura sobre código aberto e laboratórios chineses inundam o mercado com modelos projetados para serem flexíveis e amplamente adotados.

Ainda assim, a estreia dos open weights recebeu críticas mistas.

Alguns desenvolvedores consideraram os modelos decepcionantes, observando que muitos dos recursos que tornam os produtos comerciais da OpenAI tão poderosos foram retirados.

Altman não contestou, explicando que a equipe intencionalmente otimizou para um caso de uso específico: agentes de programação rodando localmente.

“Se a demanda mundial mudar de direção”, disse ele, “é possível adaptá-lo para outra coisa.”

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