A gigante alemã BMW está reforçando a aposta no valor de sua marca ao se preparar para lançar uma frota de veículos elétricos controlados por software para enfrentar rivais chineses e a Tesla, de Elon Musk.
Em declarações à CNBC antes do salão do automóvel de Munique da próxima semana, onde as montadoras europeias em dificuldades devem enfrentar os recém-chegados chineses, o CEO da BMW, Oliver Zipse, apresentou a estreia mundial do veículo utilitário esportivo iX3.
O SUV é o primeiro modelo de produção desenvolvido como parte da tão aguardada plataforma de veículos elétricos Neue Klasse, da BMW.
Com sede em Munique, a empresa pretende lançar mais de 40 veículos e versões atualizadas até 2027, na tentativa de acompanhar seus concorrentes.
Zipse disse à repórter da CNBC, Annette Weisbach, na sexta-feira, que a estreia do iX3 é o resultado de uma jornada de cinco anos.
“É o investimento mais importante e o maior que já fizemos, e mostra o caminho para o futuro. O que você vê aqui é apenas o primeiro carro de uma série de modelos que utilizam as mesmas tecnologias”, afirmou.
A BMW busca revolucionar a oferta digital de seus novos modelos com o foco em uma chamada “arquitetura supercérebro”, que substitui o hardware por um sistema centralizado de computador.
Segundo a companhia, um “novo sistema nervoso digital” para a plataforma Neue Klasse tem mais de 20 vezes a capacidade de processamento da geração atual de veículos.
Essas plataformas digitais fornecem capacidade de computação para funções de condução automatizada e de entretenimento, além de recursos básicos do carro, como controle de climatização e de conforto.
O esforço para destacar o desenvolvimento tecnológico da empresa ocorre no momento em que montadoras europeias tradicionais correm para reduzir a distância em relação às líderes em veículos definidos por software. A fabricante norte-americana Tesla atualmente domina esse espaço, ao lado das chinesas Xpeng e BYD.
“Há uma concorrência feroz, especialmente em preços, com a China. Existem muitos novos participantes no mercado e há uma disputa intensa por participação de mercado”, disse Zipse.
Por outro lado, o executivo destacou que a empresa detém pouco mais de 3% de participação global e não precisa competir em todos os segmentos. O que ajudará nas áreas em que atua, segundo ele, é o valor da marca.
“A BMW é uma promessa. A marca é uma promessa de ter a mais alta qualidade possível, de contar com a tecnologia mais avançada e de ser muito orientada ao cliente. Acho que isso é muito importante”, afirmou Zipse.
As ações da BMW acumulam alta de cerca de 13% no ano.
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