O presidente-executivo da Volkswagen afirmou que a montadora alemã busca reforçar sua liderança em mobilidade elétrica na Europa com uma nova linha de veículos compactos e acessíveis.
O grupo, maior fornecedor de carros elétricos tanto na Alemanha quanto no conjunto da Europa neste ano, apresentou no fim de semana o modelo conceitual totalmente elétrico ID. Cross, antes do lançamento no mercado previsto para o primeiro semestre do próximo ano.
Esse é o quarto lançamento da empresa dentro da família de novos modelos elétricos, após o ID.2 all, o ID. GTI Concept e o ID. EVERY1.
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“Trabalhamos muito nos últimos anos para melhorar nosso software, aprimorar nossas baterias. Essa será a primeira família na qual estamos introduzindo nosso conceito de célula unificada em termos de bateria”, disse o CEO da Volkswagen, Oliver Blume, à jornalista Annette Weisbach, da CNBC, nesta segunda-feira (8).
“Seremos competitivos e, neste momento, na Europa, por exemplo, já somos líderes de mercado em mobilidade elétrica, com 28% de participação. Essa família é mais um impulso para aumentar ainda mais essa fatia de mercado”, afirmou Blume.
Segundo ele, o ID. Cross Concept terá preço inicial em torno de 25 mil euros (US$ 29.316).
As declarações ocorrem às vésperas da abertura do IAA Mobility, salão do automóvel em Munique, onde fabricantes europeus em dificuldades devem enfrentar a concorrência de estreantes chineses.
As ações da Volkswagen acumulam alta de cerca de 12,2% neste ano, apesar das pressões das tarifas impostas pelos Estados Unidos à indústria automotiva europeia.
Questionado sobre a forte concorrência das montadoras chinesas de veículos elétricos, Blume disse receber o desafio de forma positiva.
“Para mim, a concorrência é algo muito positivo. É como no esporte: quando você tem bons competidores, precisa ser melhor. É isso que temos feito nos últimos anos, buscando melhorar”, declarou o executivo. “Não tenho medo da concorrência”, acrescentou.
Pressão tarifária
O setor automotivo europeu enfrenta atualmente uma série de desafios, que vão do aumento dos custos de produção às tarifas dos EUA, além de interrupções nas cadeias de suprimentos e pressões regulatórias.
Como resumiu recentemente Ola Källenius, CEO da Mercedes-Benz Group: “Nossa indústria está enfrentando chuva forte, granizo, tempestades e neve ao mesmo tempo”.
Blume, da Volkswagen, comemorou o recente avanço em negociações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia, com um acordo que deve reduzir as tarifas de importação de automóveis nos EUA para 15%, abaixo dos atuais 27,5%.
Ainda assim, segundo ele, a nova taxa continuará sendo um “fardo” para a empresa, que pretende manter altos investimentos nos Estados Unidos.
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