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Audiovisual brasileiro movimenta bilhões e vive seu melhor momento em anos; veja o que mudou
Publicado 22/12/2025 • 09:16 | Atualizado há 2 horas
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Publicado 22/12/2025 • 09:16 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
O setor audiovisual brasileiro entrou em um novo ciclo de expansão em 2024 - Foto: reprodução Sony Pictures
Setor audiovisual volta a crescer no Brasil
O setor audiovisual brasileiro entrou em um novo ciclo de expansão em 2024, depois de anos marcados por queda de investimentos e retração de público.
O movimento, impulsionado pela preferência crescente por produções nacionais, pelo aumento de investimentos públicos e pela repercussão internacional de filmes brasileiros, reforçou a recuperação econômica do segmento e recolocou o país no radar global da indústria.
O desempenho solidificou uma retomada que se espalha por todas as etapas da cadeia produtiva e começa a reposicionar o audiovisual como um dos motores da Nova Indústria Brasil.
O avanço do setor ficou evidente nos números consolidados do ano, segundo relatório da Oxford Economics, o audiovisual adicionou R$ 70 bilhões à economia brasileira em 2024, movimentando 608.970 empregos diretos e indiretos.
Apenas o impacto direto representou R$ 31,6 bilhões do PIB, o equivalente a 12% do setor de serviços públicos.
As exportações também reforçam o novo momento, a pesquisa encomendada pela Motion Picture Association (MPA) mostra que o Brasil vem ampliando sua presença no mercado externo desde 2017, com expansão média anual de 19%.
Produções brasileiras como Sintonia, da Netflix, Dom, do Amazon Prime Video, Beleza Fatal, da Max, e Eu Ainda Estou Aqui, da Sony Pictures Classics, evidenciam a crescente influência cultural do Brasil no cenário internacional, fortalecendo o chamado soft power do país.
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A balança comercial da área contribuiu com US$ 234,5 milhões (R$ 2,7 bilhões) para o PIB em 2023, tendência que se manteve no ano seguinte.
A reação do público completou o quadro, as 3.510 salas de cinema em funcionamento registraram arrecadação de R$ 2,5 bilhões e 125 milhões de ingressos vendidos, aumento de 9,8% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (ANCINE).
O interesse por filmes e séries nacionais ganhou impulso significativo em 2024. A participação do cinema brasileiro nas bilheterias saltou de 3,2% em 2023 para 10% em 2024, aproximando-se dos níveis registrados antes da pandemia, ainda com base nos dados da ANCINE.
No Rio de Janeiro, o consumo de filmes brasileiros chegou a 16%, índice 60% superior à média nacional, segundo a RioFilme.
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Um dos títulos que se tornou símbolo desse avanço é drama Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar de melhor filme internacional, superou 5,8 milhões de espectadores no Brasil e impulsionou a retomada de prestígio e visibilidade do audiovisual brasileiro, de acordo com a Associação Brasileira de Cinematografia.
Projeções da PricewaterhouseCoopers (PwC) reforçam a expectativa de crescimento contínuo global da indústria de entretenimento. A consultoria estima que o mercado deve crescer 6,1% até 2029.
A SPCINE divulgou o desempenho financeiro do setor audiovisual na cidade de São Paulo, e pode-se observar que o mercado passou por variações marcantes ao longo dos últimos anos. Entre 2016 e 2019, as receitas avançavam de forma constante, com aumentos anuais próximos de 11%. Esse ritmo, porém, foi interrompido na virada para 2020, quando o faturamento registrou queda de 20% em relação ao ano anterior.
A recuperação veio logo depois: de 2020 para 2021, impulsionado pela retomada das produções e pela forte expansão das plataformas de streaming, o setor alcançou seu maior salto, com crescimento de 42%. Nos períodos seguintes, o avanço se manteve em patamar positivo, 19% entre 2021 e 2022 e, posteriormente, 11% em 2023.
Em 2024, o mercado praticamente repetiu o desempenho do ano anterior, indicando que o audiovisual paulista estabilizou seu nível de faturamento e mantém expectativas favoráveis para continuar se expandindo nos próximos ciclos.
Para 2025, está previsto um orçamento de R$ 1,2 bilhão, o recurso será distribuído entre produções cinematográficas, TV pública e plataformas digitais, segundo Agência Nacional do Cinema – ANCINE.
O Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (CGFSA) aprovou suplementações orçamentárias para editais em andamento e o novo Plano Anual de Investimentos (PAI) de 2025, que prevê a aplicação de R$ 911 milhões no setor audiovisual.
A decisão amplia os recursos destinados à produção para cinema, TV e plataformas de vídeo sob demanda, além de autorizar o lançamento de novas chamadas públicas e reforçar a segurança e a previsibilidade dos investimentos.
Entre os destaques estão o aumento de R$ 100 milhões no edital de Produção Seletivo Cinema, que passa a contar com R$ 260 milhões, e a suplementação dos editais voltados à TV, VoD e ao desempenho comercial de programadoras, ampliando o alcance de obras brasileiras nas diferentes telas.
O Comitê também autorizou a abertura de tratativas para a criação de uma nova linha de investimento focada no desenvolvimento de projetos audiovisuais, com o objetivo de estimular a inovação e ampliar oportunidades para roteiristas, criadores e produtoras independentes.
As medidas reforçam o compromisso do FSA, do Ministério da Cultura e da Ancine com o fortalecimento da cadeia produtiva do audiovisual, a geração de empregos e a valorização da diversidade e da produção independente no Brasil.
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A maior fatia, de R$ 300 milhões, será destinada aos arranjos regionais de coinvestimento. Rio de Janeiro e São Paulo receberão R$ 100 milhões cada um, montante que possibilita níveis inéditos de fomento, de acordo com a publicação do Ministério da Cultura.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste dividirão R$ 210 milhões, enquanto Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Espírito Santo receberão R$ 90 milhões.
“Esta ação é mais uma demonstração do compromisso do MinC com o desenvolvimento da indústria audiovisual brasileira e contribui para que os recursos cheguem em todo país. A nacionalização do investimento aquece a cadeia produtiva, promove e valoriza a diversidade, possibilita e amplia a chegada de novos profissionais do setor, gera emprego e renda. O Brasil é o país do cinema. A qualidade das produções brasileiras é reconhecida aqui e internacionalmente”, afirmou Margareth Menezes, ministra da Cultura.
A expansão dos investimentos fortalece o setor em diversas regiões do país. Em São Paulo, que não recebia aportes do FSA desde 2018, a Spcine celebra um aporte histórico de R$ 100 milhões do fundo, complementado por R$ 36,1 milhões em recursos estaduais e municipais, divulga o Ministério da Cultura.
No Rio de Janeiro, a atividade já ocupa a décima posição na economia local. Entre 2021 e 2024, o setor arrecadou R$ 146,5 milhões em impostos.
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A capital registrou 8.782 diárias de filmagem em 2024, número, superando Paris e Cidade do México e ficando atrás apenas de Los Angeles e Madri. Segundo dados divulgados pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Já o SPcine divulgou que São Paulo aparece em seguida, com 5.098 autorizações. A RioFilme também anunciou o maior edital de sua história, destinando R$ 5,3 milhões a projetos não reembolsáveis, como festivais, curtas, webséries e iniciativas de circulação internacional.
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Em Belo Horizonte, o setor registrou crescimento na arrecadação municipal ao longo da última década. Entre 2020 e 2025, foram investidos mais de R$ 43 milhões, e a produção audiovisual movimentou R$ 88 milhões apenas entre 2022 e 2025, segundo dados divulgados pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Após 9 anos, o BNDES retomou seu edital de apoio ao cinema, com aporte total de R$ 15 milhões. A a ministra da Cultura Margareth Menezes destacou que o audiovisual é um setor estratégico da economia criativa.
“Ao longo de sua história, o BNDES já apoiou mais de 400 filmes. Investimento que foi interrompido por gestões que ignoravam a importância da produção cultural no Brasil. Agora, no governo do presidente Lula, o Banco retomou o compromisso de apoiar o cinema nacional porque acredita na indústria do audiovisual e no potencial que ela tem de gerar de novos empregos”, disse Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
A Petrobras também ampliou sua participação, anunciando investimentos de R$ 100 milhões até 2027. Entre as produções patrocinadas estão Malês, dirigido por Antônio Pitanga, e Deus Ainda É Brasileiro, último longa de Cacá Diegues, com estreia prevista para 2026. A estatal mantém ainda apoio a festivais, projetos de formação e a espaços de exibição.
Embora os números indiquem recuperação, especialistas afirmam que o desempenho continua distante do potencial do setor.
Para a diretora do Festival do Rio e presidente da Federação da Indústria e do Comércio Audiovisual (Fica), Walkíria Barbosa, a reorganização institucional é essencial para ampliar o impacto econômico do segmento, de acordo com a publicação da Agência Brasil.
Criada em 2024, a Fica foi um passo nesse sentido, e seu pleito resultou na entrada do Ministério da Cultura no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial. O programa interministerial lançado desde então busca estruturar toda a cadeia produtiva, da produção e exportação ao parque exibidor e ao combate à pirataria.
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O desempenho das bilheterias, os investimentos públicos e privados e a presença crescente do país no circuito internacional indicam um setor do audiovisual em plena transformação.
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