O filme “Ainda Estou Aqui“, que foi indicado ao Oscar, livrou o Brasil da ideologia política binária e fez com que pessoas de diferentes lados se unissem, disse nesta quarta-feira (12) a atriz Fernanda Torres em entrevista do programa Morning Joe, da MSNBC, canal do mesmo grupo da CNBC.
O filme no Brasil “foi um fenômeno, as pessoas começaram a ir aos cinemas como não iam mais, pessoas de esquerda, de direita, de centro”, disse ela.
De acordo com a Ancine, 4,1 milhões de pessoas viram “Ainda Estou Aqui” nos cinemas.
O motivo disso, segundo Fernanda Torres, é que o filme “é baseado em uma família, e todos podem se conectar com isso: quem é jovem se vê nas crianças, quem é pai (se enxerga no pai), quem é mãe (se vê na mãe)”.
Ela afirmou ainda que, por causa de Ainda Estou Aqui, as pessoas jovens estão sendo “apresentadas ao significado real do que é viver numa ditadura”.
Indicação ao Oscar
Ela afirmou que a indicação é “um milagre”, porque trata-se de um filme em português e com um orçamento pequeno, comparado aos outros. “Acho que isso (o reconhecimento) diz muito sobre o poder dessa história e como as pessoas, assim que veem, ficam tocadas por essa família, por essa mulher”.
A atriz disse que não poderia recusar um convite do diretor Walter Salles e que a história do filme, que conta o sequestro de um ex-deputado nos anos 1970, merecia ser lembrada.
“É uma história de resistência, de esperança, e uma história muito especial para as crises com que lidamos hoje em dia, acho que é por isso que ela recebeu tanta atenção”, afirmou ela.
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