Piores (e melhores) ações durante os difíceis primeiros 100 dias de Trump

Algumas ações registraram grandes oscilações nos 100 dias desde o retorno do presidente Donald Trump à Casa Branca.

Trump colocou os investidores americanos em alerta com planos que movimentam o mercado, como tarifas e cortes de gastos do governo federal. O S&P 500 está programado para registrar seus piores primeiros 100 dias de presidência desde o segundo mandato de Richard Nixon, na década de 1970.

Nos bastidores, alguns nomes estão apresentando movimentos expressivos. A CNBC analisou o S&P 500 para ver quais ações apresentaram o melhor e o pior desempenho desde que Trump retornou ao Salão Oval em janeiro. Para isso, a CNBC utilizou os níveis de fechamento da sexta-feira anterior à posse de Trump.

Os piores desempenhos

Deckers Outdoor liderou a queda do S&P 500, com uma queda de 48% neste período.

A fabricante de Ugg e Hoka foi afetada, com investidores preocupados com a possibilidade de o plano de Trump de impor taxas sobre importações prejudicar os lucros da empresa. Jesalyn Wong, analista da Evercore, disse a clientes no início deste mês que a maior parte da produção da Deckers provavelmente está na China e no Vietnã.

Apesar deste período difícil, Wall Street espera uma recuperação à frente. O analista típico consultado pela LSEG tem recomendação de compra e um preço-alvo médio que sugere um potencial de alta de cerca de 67%.

A Tesla também foi um dos nomes mais afetados, perdendo cerca de um terço do valor de suas ações ao longo dos 100 dias. Além das preocupações com tarifas, a empresa enfrenta protestos contra o apoio do CEO Elon Musk à campanha de Trump e à liderança da controversa iniciativa governamental de eficiência.

“Quando os carros das pessoas correm o risco de serem danificados ou incendiados, mesmo quem apoia Musk ou é indiferente a ele pode pensar duas vezes antes de comprar um Tesla”, disse Ben Kallo, analista da Baird, à CNBC no mês passado.

Embora a maioria dos analistas consultados pela LSEG tenha recomendação de compra para as ações, o preço-alvo médio sugere que as ações permanecerão estáveis ​​ao longo do próximo ano.

As companhias aéreas Delta e United entraram na lista, com as ações de cada uma delas despencando mais de 36%.

Com a queda da confiança do consumidor, os investidores questionam se o setor sofrerá uma retração, com as pessoas prevendo uma recessão à frente. As companhias aéreas estão enfrentando uma demanda fraca no segundo semestre e estão recorrendo a promoções para incentivar as reservas.

Além disso, os investidores estão preocupados com a possibilidade de cortes nos gastos do governo e o aperto de cintos por parte das empresas prejudicarem as viagens corporativas.

Apesar da recente crise, Wall Street prevê recuperações à frente. O analista médio para cada ação tem recomendação de compra e um preço-alvo que sugere uma alta de mais de 30%, segundo a LSEG.

Os melhores desempenhos

Embora o mercado em geral tenha enfrentado dificuldades, alguns nomes conseguiram contrariar a tendência.

A Palantir liderou o índice durante esse período, com ações disparando mais de 57%. Isso ocorre depois que o nome badalado do setor de tecnologia de defesa já havia se destacado no ano passado.

A favorita dos investidores de varejo parece ser uma das chamadas ações de Trump, que foram protegidas da liquidação de ações induzida por tarifas. Executivos disseram que veem o trabalho de eficiência governamental de Musk e Trump, conhecido pela sigla DOGE, como benéfico para os negócios.

“Acredito que a DOGE trará meritocracia e transparência ao governo, e é exatamente isso que é o nosso negócio comercial”, disse Shyam Sankar, diretor de tecnologia da Palantir, na teleconferência de resultados da empresa em fevereiro.

No entanto, Wall Street está cautelosa após a alta monstruosa das ações. O analista típico recomenda manter as ações com um preço-alvo que sugere que elas podem cair cerca de 18% no próximo ano, de acordo com a LSEG.

A Netflix é outra das empresas com melhor desempenho, com as ações do serviço de streaming subindo mais de 28%. O foco da empresa a tornou praticamente imune às tarifas.

Após essa alta, os analistas não veem muito mais potencial de valorização. Embora a maioria dos analistas pesquisados ​​pela LSEG tenha recomendações de compra, o preço-alvo médio indica que as ações podem subir menos de 2% no próximo ano.

Em outros lugares, vários nomes defensivos estavam entre os que apresentaram desempenho superior. A gigante do tabaco Philip Morris subiu 40%, enquanto as ações de telecomunicações AT&T subiram mais de 20%.

Ambas as ações têm recomendações de compra da maioria dos analistas pesquisados ​​pela LSEG. O preço-alvo típico reflete um potencial de valorização de quase 2% para a Philip Morris e cerca de 3,6% para a AT&T.

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Rodrigo.Sasaki

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