Ibovespa B3 fecha em leve alta com apoio da produção industrial e cautela externa

O Ibovespa B3 encerrou esta sexta-feira (3) em leve alta de 0,17%, aos 144.200,65 pontos, após um pregão de volatilidade influenciado tanto pelo noticiário internacional quanto pelos dados domésticos.

A alta da produção industrial brasileira em agosto, acima do esperado, deu suporte ao índice, enquanto a cautela com o terceiro dia de paralisação do governo dos Estados Unidos (shutdown) limitou maiores ganhos.

Entre as ações de destaque, o pregão foi marcado por forte volatilidade em empresas de menor liquidez. PDG Realty (PDGR3) despencou 46,15%, enquanto Ambipar (AMBP3) também registrou queda expressiva de 45,09%, refletindo realização e pressões específicas sobre os papéis.

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Já Magazine Luiza (MGLU3) conseguiu leve recuperação, avançando 0,22%, após fortes perdas nos últimos dias. A GOL (GOLL54), por sua vez, recuou 0,54%, refletindo ainda o impacto do câmbio e dos custos de combustível.

No mercado de juros, a Taxa DI para 2029 seguiu em 14,90%, enquanto o Índice DI subiu para 52.459,68 pontos. Já o índice de volatilidade, o S&P/B3 IBOVESPA VIX, caiu 0,4%, para 14,98 pontos, mostrando ligeira redução da aversão ao risco, apesar do cenário internacional delicado.

Dólar recua com foco no shutdown e dados locais

O dólar à vista fechou praticamente estável, em leve queda de 0,07%, cotado a R$ 5,336 na venda, após oscilar entre a máxima de R$ 5,361 e a mínima de R$ 5,324 ao longo do dia.

O movimento refletiu principalmente a desvalorização global da moeda americana, em meio à falta de indicadores-chave nos EUA devido ao shutdown do governo federal, que já dura três dias e impediu a divulgação do relatório oficial de emprego (payroll), previsto para esta sexta-feira.

A ausência de dados aumenta a incerteza sobre os rumos da economia americana e da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

No Brasil, a surpresa positiva da produção industrial de agosto, que cresceu 0,8% em relação a julho, bem acima da mediana das projeções (+0,3%), reforçou o apetite por ativos locais e ajudou a limitar pressões sobre o câmbio. O resultado também trouxe algum alívio aos juros futuros, que chegaram a cair durante parte do pregão.

No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a necessidade de cortes adicionais da Selic, argumentando que a inflação está em trajetória de queda e que juros menores favorecem o crescimento.

Ele também celebrou a aprovação, na Câmara, da isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, medida que agora segue para o Senado.

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Felipe Pjevac

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