O anúncio de tarifas do presidente Donald Trump provocou uma liquidação global, levando a perdas para muitos investidores ao redor do mundo. Os mais ricos do planeta viram dezenas de bilhões de dólares desaparecerem de seus patrimônios em poucos dias.
Uma exceção notável: o CEO da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, cujo patrimônio líquido cresceu US$ 20 bilhões desde o início de 2025, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg.
Atualmente, Buffett está classificado como a quarta pessoa mais rica do mundo pela Bloomberg, com um patrimônio de US$ 162 bilhões — subindo da sexta posição na segunda-feira (7). Entre os 18 primeiros nomes da lista, o ícone dos investimentos é o único cuja fortuna pessoal cresceu este ano, até a manhã desta quinta-feira (10).
O CEO da Tesla, Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, perdeu US$ 107 bilhões até agora em 2025, segundo a Bloomberg. O patrimônio estimado de Jeff Bezos, fundador da Amazon, caiu US$ 28,7 bilhões este ano, e o de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, caiu US$ 723 milhões.
Buffett está na contramão da tendência com uma abordagem cautelosa: o “Oráculo de Omaha” acumulou um recorde de US$ 334 bilhões em caixa no final de 2024, segundo documentos da SEC. Buffett não investiu esse dinheiro porque “nada parece atraente”, escreveu em uma carta aos acionistas em 22 de fevereiro, embora alguns analistas tenham interpretado essa estratégia conservadora como uma preparação para uma recessão.
Agora, alguns investidores veem a Berkshire Hathaway — com sua grande quantidade de caixa — como um porto seguro para investir durante a turbulência dos mercados, informou à CNBC Pro no domingo (6).
As ações da Berkshire Hathaway subiram mais de 11% desde o início de 2025, embora tenham caído 6,5% desde o fechamento dos mercados em 2 de abril.
Buffett é conhecido por uma abordagem de investimento que prioriza o pensamento de longo prazo e a diversificação em diversas empresas e setores americanos. Ele costuma pregar paciência a seus seguidores, advertindo-os a não reagir de forma exagerada às oscilações do mercado.
“Pessoas que se incomodam demais com flutuações de preços… não deveriam possuir ações”, disse Buffett ao programa Squawk Box da CNBC em fevereiro de 2018.
Seu conselho típico: não tome decisões precipitadas com base nas últimas previsões econômicas. “Seja medroso quando os outros estão gananciosos, e ganancioso quando os outros estão com medo”, escreveu no New York Times em 2008.
De modo geral, a filosofia de Buffett defende manter uma ampla variedade de ações por um longo período — pelo menos 10 anos — porque o mercado tende a subir ao longo do tempo.
“Nossa perspectiva para tais compromissos quase sempre ultrapassa um único ano. Em muitos casos, nosso pensamento envolve décadas”, escreveu ele em sua carta de fevereiro. “Esses investimentos de longo prazo são os que, às vezes, fazem o caixa tocar como sinos de igreja.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
