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Pesquisa revela o que os brasileiros não sabem e gostariam de ter aprendido na escola
Publicado 08/12/2025 • 20:52 | Atualizado há 4 horas
Publicado 08/12/2025 • 20:52 | Atualizado há 4 horas
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TV Brasil
Pesquisa foi divulgada pelo Santander
Nove em cada dez brasileiros gostariam de ter aprendido educação financeira na escola, segundo uma pesquisa global de educação financeira realizada pelo Santander em parceria com a Ipsos UK. A proporção está acima da média global, de 84%.
O estudo ouviu 19.906 pessoas em dez países da Europa e das Américas, sendo 2.028 no Brasil.
O levantamento, apresentado no relatório “A moeda do aprendizado”, mostra que a percepção de preparo financeiro é maior do que o conhecimento real. No grupo total, 61% dos entrevistados afirmam ter conhecimento em finanças, mas apenas 11% se consideram muito bem informados. Quando testados, só 32% acertaram uma pergunta sobre inflação e 52% responderam corretamente a uma questão sobre juros.
No recorte brasileiro, 73% dos entrevistados dizem ter confiança na própria capacidade de gerir o próprio dinheiro, em linha com a média global, de 72%. Mas essa segurança não se sustenta quando o tema sai do discurso e vai para a prática.
“Suponha que a taxa anual de inflação no seu país caia pela metade, mas permaneça acima de zero. O que acontecerá com o custo geral de bens e serviços daqui a um ano?” – diante dessa simples pergunta sobre inflação, 68% dos entrevistados erraram na resposta, proporção que sobe para 73% no Brasil.
O mesmo padrão aparece em juros. Questionados sobre quanto teriam ao fim de um ano ao aplicar US$ 100 em uma conta com juros anuais de 2%, a alternativa correta, “mais de US$ 100”, foi deixada de lado por 48% dos entrevistados e por 67% dos brasileiros.
“A principal conclusão a que chegamos, a partir de um dos maiores levantamentos já feitos globalmente sobre educação financeira, é que este tema materializa um desejo e uma necessidade da maioria da sociedade. Vemos isso em todos os países em que temos presença, e especialmente no Brasil, onde há uma clara oportunidade de evoluir em nossa atuação”, afirma o CEO do Santander Brasil, Mario Leão.
“Como agentes financeiros, temos um papel fundamental neste processo, porque somos capazes de mobilizar agentes públicos e privados para levar conhecimento financeiro à população”, acrescenta.
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Apesar da demanda evidente, a formação estruturada ainda é exceção. No conjunto dos dez países, apenas 20% dos entrevistados afirmam já ter feito um curso de educação financeira. Enquanto isso, 84% não se lembram de ter recebido esse conteúdo na escola, mas gostariam de ter tido a oportunidade.
O Brasil aparece um pouco à frente dessa média: 27% dos respondentes dizem ter participado de algum curso, versus 20% no total.
Ainda assim, o estudo mostra que a percepção de benefício é ampla. Para 64% dos entrevistados no mundo, a educação financeira ajuda a tomar melhores decisões com o dinheiro; 59% veem ganho na capacidade de administrar finanças e dívidas e 52% destacam a possibilidade de organizar melhor o orçamento doméstico.
No Brasil, esses percentuais são iguais ou superiores: 66% associam educação financeira a decisões mais acertadas, 57% à melhor gestão de recursos e dívidas e 61% a um orçamento mais estruturado.
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Quando perguntados sobre o que gostariam de aprender, investimentos (63%), poupança (61%) e impostos (51%) lideram o ranking global. No Brasil, investimentos e poupança aparecem empatados em primeiro lugar, citados por 67% dos entrevistados, seguidos por orçamento doméstico (53%). Os números evidencial um sinal de interesse tanto em acumular quanto em organizar melhor as finanças do dia a dia.
O relatório indica ainda que o Brasil é o único país da pesquisa em que a confiança no uso de ferramentas on-line para gerenciar o dinheiro se iguala à confiança nos meios tradicionais. Mais da metade dos brasileiros (59%) utiliza recursos digitais semanalmente para acompanhar as finanças, enquanto apenas 13% dizem nunca recorrer a soluções online.
A adesão ao Pix ajuda a explicar esse comportamento: o sistema de pagamentos instantâneos é usado por 87% da população brasileira ouvida no estudo, o maior patamar entre os países analisados.
Mesmo com esse avanço tecnológico, o controle do orçamento ainda tem fragilidades. No Brasil, 84% dos entrevistados afirmam acompanhar seus gastos mensais (acima da média global, de 79%), mas apenas 47% dizem ter reservas suficientes para arcar com as despesas por três meses.
Globalmente, o relatório destaca que as redes sociais ganham espaço como fonte de informação financeira: um em cada cinco entrevistados usaria essas plataformas para tirar dúvidas sobre dinheiro, proporção que sobe para um em cada três entre os jovens de 16 a 24 anos e entre os respondentes do Brasil.
A pesquisa também reforça a ideia de que educação financeira é responsabilidade compartilhada. Entre todos os países, 91% dos entrevistados acreditam que escolas e pais devem garantir que as crianças recebam orientação sobre dinheiro, colocando o tema como a segunda disciplina mais desejada no currículo escolar, atrás apenas de matemática e à frente de matérias tradicionais como história e ciências.
Bancos e organizações especializadas também aparecem como parte da equação: 71% dos entrevistados concordam que as instituições financeiras têm um papel a cumprir na oferta de conteúdo educativo, e 64% citam entidades especializadas como parceiras importantes.
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No caso brasileiro, o relatório menciona iniciativas como o programa Educar para Prosperar, voltado a microempreendedores individuais e pequenos negócios, com foco em gestão e educação financeira. Ao todo, mais de 8 mil pessoas participaram de encontros em 2024.
Em um país onde a confiança supera o conhecimento, o levantamento do Santander indica que há terreno fértil para avançar: o interesse existe, falta transformá-lo em aprendizado estruturado. A digitalização já incorporada ao cotidiano pode acelerar esse processo.
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