Apesar de tarifas de Trump, Coreia do Sul ainda é porto seguro para GM e Hyundai
Publicado qui, 13 fev 2025 • 3:57 PM GMT-0300 | Atualizado há 3 horas
Musk vai retirar oferta se OpenAI continuar sem fins lucrativos, dizem advogados
Com Trump apostando na criptografia, touros do bitcoin acreditam que trilhões nos balanços corporativos serão os próximos
67% dos americanos endividados com cartão cometem esse ‘grande erro’, diz especialista
AppLovin dispara 33% após queda dos lucros; veja detalhes
Apesar de tarifas de Trump, Coreia do Sul ainda é porto seguro para GM e Hyundai
Publicado qui, 13 fev 2025 • 3:57 PM GMT-0300 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
Foto: Hyundai/Divulgação
Hyundai
Com ameaças de Trump de aumentar ainda mais as tarifas, o maior impacto para a indústria automotiva fora da América do Norte seria a aplicação de taxas adicionais sobre a Coreia do Sul e o Japão.
Os países do Leste Asiático produziram, juntos, 16,8% dos veículos vendidos no ano passado nos EUA, incluindo um recorde de 8,6% da Coreia do Sul e 8,2% do Japão, segundo dados fornecidos à CNBC pela GlobalData.
Eles foram os maiores exportadores de veículos para os EUA fora do México — e enfrentam poucas ou nenhuma tarifa em comparação com os 25% que Trump ameaçou impor ao Canadá e México.
Montadoras como a General Motors e a Hyundai, com sede na Coreia do Sul, exportam veículos sem tarifas do país, que ultrapassou o Japão e o Canadá no ano passado, tornando-se o segundo maior exportador de novos carros para os EUA.
A Coreia do Sul ficou atrás apenas do México, que representou 16,2% das vendas de automóveis nos EUA em 2024, segundo a GlobalData.
“Obviamente, a Hyundai tem uma exposição massiva. Atrás dela está a GM, com modelos de volume relativamente grandes,” disse Jeff Schuster, vice-presidente global de pesquisa automotiva na GlobalData. “Há muito risco potencial, mas limitado a essas duas empresas”.
As importações do Japão estão atualmente sujeitas a uma tarifa de 2,5% para montadoras como Toyota, Nissan e Honda. Os veículos do Japão representaram cerca de 1,31 milhão de automóveis vendidos no ano passado nos EUA.
A porcentagem de vendas do Japão diminuiu nos últimos anos, enquanto as exportações e vendas da Coreia do Sul continuaram a subir de menos de 845 mil em 2019 para mais de 1,37 milhão em 2024.
A Coreia do Sul tem tarifas de 0% sobre carros, apesar de Trump ter renegociado um acordo comercial com o país durante seu primeiro mandato em 2018. Esse acordo foi elogiado por melhorar as importações de veículos para a Coreia do Sul, mas fez pouco para abordar as exportações de veículos para os EUA.
O acordo também fez pouco para aumentar as exportações automotivas para a Coreia do Sul, de acordo com dados da Comissão de Comércio Internacional. As exportações de veículos de passageiros dos EUA para a Coreia do Sul na verdade diminuíram cerca de 16%.
Além dos carros, as tarifas sobre caminhões exportados da Coreia do Sul e Japão para os EUA, bem como para outros lugares, são de 25%.
Uma tarifa é um imposto sobre importações, ou bens estrangeiros, levados para os EUA. As empresas que importam os bens pagam as tarifas, e alguns especialistas temem que as empresas repassem quaisquer custos adicionais aos consumidores — aumentando o custo dos veículos e potencialmente reduzindo a demanda.
A Hyundai, com sede na Coreia do Sul, é a maior exportadora de veículos para os EUA, seguida pela GM e depois pela Kia Corp., que faz parte da Hyundai, mas opera de forma independente nos EUA.
Vendas anuais de veículos sul-coreanos nos Estados Unidos, em milhares
A GM aumentou notavelmente suas importações da Coreia do Sul nos últimos anos. As vendas nos EUA de veículos produzidos na Coreia do Sul — principalmente modelos de entrada — aumentaram de 173 mil em 2019 para mais de 407 mil no ano passado, segundo a GlobalData.
A GM é o maior investidor estrangeiro direto na indústria de manufatura da Coreia, de acordo com o site da montadora. A empresa investiu 9 trilhões de won sul-coreanos (cerca de 35,9 bilhões de reais) desde que estabeleceu operações em 2002.
A GM produz seus crossovers Buick Encore GX e Buick Envista, bem como os crossovers Chevrolet Trailblazer e Chevrolet Trax em fábricas na Coreia do Sul. A empresa destacou os veículos como sendo um marco para o crescimento lucrativo da montadora em veículos de entrada, que têm margens menores.
“Estamos reduzindo custos dos programas, melhorando a rentabilidade e criando veículos que os clientes adoram, como o novo Chevy Trax e o Buick Envista,” disse Mark Reuss, presidente da GM, durante o dia do investidor da empresa em outubro. “Trax e Envista ajudaram a elevar nossa participação no mercado de SUVs pequenos nos EUA ao seu nível mais alto desde 2007”.
A GM e a Hyundai não responderam imediatamente quando questionadas sobre potenciais tarifas na Coreia do Sul. A Kia se recusou a comentar.
Terence Lau, reitor da Faculdade de Direito da Universidade de Syracuse, que trabalhou como especialista em comércio para a Ford Motor, disse que a indústria automotiva é construída sobre o comércio livre. Se tarifas forem implementadas, a indústria pode se ajustar, mas isso leva tempo.
“A indústria automotiva pode se ajustar a qualquer coisa. Realmente, pode. Ela sempre vai fabricar produtos que os clientes querem comprar, porque mobilidade pessoal e transporte são necessidades humanas em todo o mundo,” disse ele. “O que a indústria automotiva não pode fazer bem é mudar rapidamente”.
Lau argumentou que uma tarifa de um dígito pode ser um “transtorno”, mas uma vez que elas atingem 10% ou mais, é quando os custos adicionais realmente começam a corroer a margem dos produtos.
O CEO da Ford Motor, Jim Farley, argumentou na semana passada que, se Trump for implementar tarifas que afetem a indústria automotiva, ele deveria ter uma visão “abrangente” de todos os países para nivelar o campo de jogo na América do Norte.
Farley destacou a Toyota e a Hyundai por importarem centenas de milhares de veículos anualmente do Japão e da Coreia do Sul, respectivamente.
“Há milhões de veículos entrando em nosso país que não estão sendo aplicados a essas [tarifas adicionais],” disse Farley durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre da empresa com investidores. “Então, se vamos ter uma política de tarifas… é melhor que seja abrangente para nossa indústria.”
“Não podemos simplesmente escolher aqui ou ali, porque isso é uma bonança para nossos concorrentes importadores.”
A Casa Branca não respondeu a comentários sobre possíveis tarifas na Coreia do Sul.
Trump marcou uma coletiva de imprensa no Salão Oval para discutir seu plano de impor tarifas recíprocas a outros países para quinta-feira (13) às 15h, horário de Brasília, mas não está claro se a Coreia do Sul e o Japão seriam incluídos.
O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Mike Johnson, disse à Reuters na quarta-feira (12) que acredita que Trump está considerando isenções que incluiriam as indústrias automotiva e farmacêutica, entre outras.
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 NAS PRÓXIMAS SEMANAS: FAST Channels: Samsung TV Plus, Pluto, TCL, LG Channels | Novos Streamings
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
Mais lidas
Honda e Nissan encerram negociações de fusão
Shein quer que 85% de suas vendas no Brasil sejam de produtos ou de fornecedores locais
PIX: usuários relatam instabilidade em aplicativos de diversos bancos
Musk vai retirar oferta se OpenAI continuar sem fins lucrativos, dizem advogados
Após derrota para o Corinthians, Neymar critica bola oficial do paulistão: 'muito ruim'