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Tarifas do Trump

‘A China tem um poder de barganha claro nas negociações com os EUA’, diz professor de relações internacionais

Publicado 11/08/2025 • 22:21 | Atualizado há 2 meses

KEY POINTS

  • A recente extensão da trégua tarifária entre os Estados Unidos e a China por mais 90 dias tem gerado debates sobre suas implicações para as relações comerciais entre os dois países.
  • Em entrevista ao Conexão, o professor Marcos Vinícius de Freitas, especialista em Direito e Relações Internacionais e professor visitante na China Foreign Affairs University, analisou os desdobramentos dessa decisão, avaliando se a China sai vitoriosa neste embate político.

A extensão da trégua tarifária entre os Estados Unidos e a China por mais 90 dias, anunciada hoje pelo presidente dos EUA, Donald Trump, tem gerado debates sobre suas implicações para as relações comerciais entre os dois países. Segundo o professor Marcus Vinícius de Freitas, especialista em Direito e Relações Internacionais e professor visitante na China Foreign Affairs University, não é a primeira vez que o presidente Trump adota uma estratégia de prolongar negociações até o último momento, um movimento que, segundo ele, tem como objetivo forçar uma concessão da outra parte.

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Segundo o especialista, essa tática de “pressão máxima” é característica da abordagem de Trump, que já a utilizou com outros países, como o México. “Trump quer sempre tirar o máximo de vantagem em uma negociação, e ele sabe que a China tem uma resistência que outros países não conseguem oferecer”, afirmou de Freitas.

O professor destacou a resiliência da China, que, apesar das tarifas pesadas, continua a exercer um papel central na economia global. A China, segundo ele, tem forte presença no mercado norte-americano, o que dificulta uma solução rápida para o impasse. “Empresas como a Apple, que dependem do mercado chinês, sabem que perder essa base seria irrecuperável”, comentou de Freitas, reforçando a importância estratégica da relação comercial entre os dois países.

Além disso, o professor também ressaltou outros pontos que fortalecem a posição da China nas negociações, como a redução de sua posse de títulos da dívida americana, a crescente utilização do yuan em negociações internacionais e sua posição dominante no mercado de minerais raros essenciais para a indústria tecnológica dos EUA.

Perda de confiança nos EUA

Ao ser questionado sobre o impacto da estratégia de Trump no capital político e na confiança internacional nos EUA, o professor de Freitas foi claro: “Trump é o melhor presidente que a China poderia ter, porque suas atitudes minam a confiança no sistema dos EUA”.

De acordo com o especialista, as ações de Trump, como a implementação de tarifas e o ataque às instituições multilaterais, enfraquecem o poder de liderança dos Estados Unidos no cenário global.

De Freitas também alertou que, mesmo com a possível mudança de governo, como aconteceu com Joe Biden, as tarifas impostas por Trump provavelmente continuarão em vigor, pois se tornaram uma fonte importante de receita para o governo dos EUA.

Competição sino-americana

O professor também observou que, ao contrário de outras nações, a China tem se mostrado um competidor à altura para os Estados Unidos, sendo capaz de resistir às pressões tarifárias de Trump.

“A China não é um inimigo fácil de derrotar para Trump, mas sim um competidor resiliente que entende o seu poder de barganha”, concluiu de Freitas.

Extensão de trégua

O presidente Donald Trump, nesta segunda-feira (11), adiou o retorno das altas tarifas dos EUA sobre produtos chineses por mais 90 dias, disse um oficial da Casa Branca à CNBC.

Essas tarifas estavam programadas para serem retomadas na terça-feira, mas Trump assinou uma ordem executiva horas antes, estendendo o prazo até meados de novembro, de acordo com o oficial.


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