O Reino Unido tem uma “boa chance” de fechar um acordo comercial com os Estados Unidos, afirmou o vice-presidente americano JD Vance, à medida que o sentimento do mercado global melhora com a esperança de alívio nas políticas tarifárias do presidente Donald Trump.
“Estamos certamente trabalhando muito com o governo de [primeiro-ministro do Reino Unido] Keir Starmer” em um acordo comercial, disse Vance em entrevista ao site UnHerd publicada na segunda-feira (14).
“Acho que há uma boa chance de que, sim, chegaremos a um ótimo acordo que seja do interesse de ambos os países”, disse Vance.
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Visita de estado e relações comerciais
O presidente dos EUA, Donald Trump, inspecionou uma guarda de honra durante uma cerimônia de boas-vindas no Palácio de Buckingham, no centro de Londres, em 3 de junho de 2019, no primeiro dia de sua visita de Estado de três dias ao Reino Unido.
O Reino Unido tem uma “boa chance” de fechar um acordo comercial com os Estados Unidos, afirmou o vice-presidente americano JD Vance, à medida que o sentimento do mercado global melhora com a esperança de alívio nas políticas tarifárias do presidente Donald Trump.
“Estamos certamente trabalhando muito com o governo de [primeiro-ministro do Reino Unido] Keir Starmer” em um acordo comercial, disse Vance em entrevista ao site UnHerd publicada na segunda-feira (14).
“O presidente realmente ama o Reino Unido. Ele adorava a Rainha [Elizabeth II]. Ele admira e ama o Rei [Charles]. É uma relação muito importante. E ele é um homem de negócios e tem várias relações comerciais importantes na [Grã-Bretanha]. Mas acho que é muito mais profundo do que isso. Há uma verdadeira afinidade cultural. E, claro, fundamentalmente, a América é um país anglo-saxão”, disse Vance.
“Acho que há uma boa chance de que, sim, chegaremos a um ótimo acordo que seja do interesse de ambos os países”, ele acrescentou.
Impacto tarifário e equilíbrio comercial
O Reino Unido escapou relativamente ileso do regime de tarifas de Trump, atingido com uma tarifa de 10% sobre todas as suas importações para os EUA — em contraste com uma tarifa de 20% imposta aos seus vizinhos na União Europeia.
A Grã-Bretanha tem uma relação comercial muito mais equilibrada com os EUA quando se trata de bens, embora tenha um superávit considerável no comércio de serviços.
Autoridades do governo britânico dizem que estão trabalhando arduamente para fechar um acordo comercial com os EUA, embora o escopo e a abrangência de qualquer acordo permaneçam desconhecidos.
Carinho de Trump pelo Reino Unido
Além da relação comercial mais equilibrada, o carinho de Trump pelo Reino Unido é bem documentado, com o presidente visivelmente desfrutando do esplendor de uma visita de Estado ao Reino Unido durante seu primeiro mandato, quando ele e a primeira-dama Melania Trump foram hóspedes da falecida Rainha Elizabeth II.
O presidente dos EUA, Donald Trump, encontra-se com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer na Casa Branca, em Washington, D.C., EUA, em 27 de fevereiro de 2025.
Durante uma recente visita a Washington, o primeiro-ministro Keir Starmer entregou pessoalmente outro convite do Rei Charles, convidando Trump para uma segunda visita de estado. O presidente dos EUA ficou visivelmente satisfeito com o gesto.
Vance: ‘Eu amo a Europa!’
Enquanto o Reino Unido está otimista em conseguir um acordo com seu aliado transatlântico, o restante da Europa tem uma relação mais volátil com os Estados Unidos, que frequentemente criticam a UE por seu grande superávit comercial.
Trump impôs uma tarifa “recíproca” de 20% sobre todas as importações da UE para os EUA, o que Bruxelas condenou como injusto e prejudicial para o comércio, empregos e crescimento econômico, antes de responder com suas próprias tarifas retaliatórias na mesma proporção.
A turbulência nos mercados globais após o anúncio das tarifas levou a um recuo do presidente, no entanto, com Trump suspendendo a tarifa de 20% sobre a UE por 90 dias e, em vez disso, reduzindo pela metade o imposto de importação para 10%. Em resposta, a UE também adiou sua tarifa retaliatória de 25% sobre uma série de produtos americanos, dizendo esperar fechar um acordo comercial com os EUA nesse meio tempo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-presidente JD Vance caminham para receber os campeões nacionais de futebol universitário de 2025 da Universidade Estadual de Ohio, na Casa Branca, em Washington, D.C., EUA, em 14 de abril de 2025.
Relações comerciais com a UE
Vance, que frequentemente critica a UE em relação ao comércio e aos gastos com defesa, sinalizou em sua entrevista ao UnHerd que Washington poderia fechar acordos comerciais com o bloco, mas disse que esses arranjos seriam ditados pela “equidade”.
“Com o Reino Unido, temos uma relação muito mais recíproca do que temos, digamos, com a Alemanha… Embora adoremos os alemães, eles são fortemente dependentes de exportar para os Estados Unidos, mas são bastante rigorosos com muitas empresas americanas que gostariam de exportar para a Alemanha”, comentou.
Vance disse acreditar que as negociações levariam a relações comerciais positivas com a Europa, insistindo que os EUA viam o continente como um aliado. “Nós só queremos que seja uma aliança onde os europeus sejam um pouco mais independentes, e nossas relações de segurança e comércio vão refletir isso”, afirmou.
Defesa e independência europeia
Vance foi novamente visto como crítico da Europa em recentes declarações vazadas detalhando conversas entre altos funcionários da administração Trump, no entanto, dizendo que odiava a ideia de “socorrer a Europa” quando se tratava de defesa.
Falando ao UnHerd, Vance pareceu recuar nessa posição, dizendo: “Eu amo a Europa.”
“Eu amo o povo europeu. Já disse repetidamente que acho que você não pode separar a cultura americana da cultura europeia”, disse Vance, embora tenha acrescentado novamente que o bloco precisa aumentar seus gastos com defesa.
“Não é do interesse da Europa, e não é do interesse da América, que a Europa seja um vassalo permanente de segurança dos Estados Unidos”, afirmou Vance.
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