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Boeing diz que China não está aceitando aviões devido às tarifas dos EUA

Publicado 23/04/2025 • 17:25 | Atualizado há 4 horas

AFP

KEY POINTS

  • O CEO da Boeing confirmou na quarta-feira que a China parou de aceitar novas aeronaves por causa da guerra comercial entre os EUA e a China, mesmo com as ações da empresa subindo após uma perda menor do que o esperado.
  • Em uma entrevista televisionada para a CNBC, o Diretor Executivo da Boeing, Kelly Ortberg, disse que os clientes chineses "pararam de receber aeronaves devido ao ambiente tarifário", acrescentando que, se a paralisação continuasse, a gigante da aviação logo comercializaria os jatos para outras companhias.
  • A Boeing tinha planejado enviar cerca de 50 aeronaves para a China em 2025, disse Ortberg, que contou à rede que a empresa não "esperaria muito" para enviar os jatos para outros clientes.
Às 10h50 (de Brasília), a ação da Boeing subia 1,04% em nova York.

Às 10h50 (de Brasília), a ação da Boeing subia 1,04% em nova York

Divulgação

O CEO da Boeing confirmou nesta quarta-feira (23) que a China parou de aceitar novas aeronaves por causa da guerra comercial entre os EUA e a China, mesmo com as ações da empresa subindo após uma perda menor do que a esperada.

Em uma entrevista televisionada para a CNBC, o Diretor Executivo da Boeing, Kelly Ortberg, disse que os clientes chineses “pararam de receber aeronaves devido ao ambiente tarifário”, acrescentando que, se a paralisação continuasse, a gigante da aviação logo comercializaria os jatos para outras companhias.

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Impacto da guerra comercial na Boeing

Os conflitos comerciais do Presidente Trump com a China e outros países pairam como uma incógnita para a Boeing, uma grande exportadora dos EUA, apesar dos resultados sólidos de quarta-feira (23).

A Boeing tinha planejado enviar cerca de 50 aeronaves para a China em 2025, disse Ortberg, que contou à rede que a empresa não “esperaria muito” para enviar os jatos para outros clientes.

“Não vou deixar isso atrapalhar a recuperação da nossa empresa, então daremos aos clientes uma oportunidade se eles quiserem aceitar os aviões”, disse Ortberg. “É o que preferimos fazer. Mas, se não, vamos remarcar essas aeronaves.”

Discussões comerciais e relacionamento com a Casa Branca

Os comentários vieram enquanto Trump e altos funcionários do governo falaram mais otimisticamente sobre um acordo comercial com a China. No entanto, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse a repórteres na quarta-feira (23) que Washington “ainda não” está conversando com Pequim sobre tarifas.

O envolvimento da Boeing com a Casa Branca sobre comércio tem sido “muito dinâmico”, disse Ortberg em uma teleconferência com analistas.

“Não posso prever” o rumo das negociações comerciais, disse Ortberg. “Ouvimos sinais que indicam que haverá acordos negociados… Só não sei o momento.”

Uma prioridade é “garantir que não vejamos mais países na mesma situação em que estamos com a China”, disse Ortberg.

Impacto financeiro e estratégias da Boeing

Os executivos esperam que as tarifas dos EUA sobre matérias-primas e componentes custem à Boeing menos de 500 milhões de dólares (cerca de 2,5 bilhões de reais) por ano. Sob um programa de devolução de impostos dos EUA, a Boeing pode recuperar taxas alfandegárias na importação de mercadorias quando os aviões são exportados.

Perda menor

A gigante da aviação reportou uma perda de 123 milhões de dólares (cerca de 615 milhões de reais) no primeiro trimestre, menor do que a perda de 343 milhões de dólares (cerca de 1,7 bilhão de reais) no mesmo período do ano anterior. As receitas aumentaram 18%, chegando a 19,5 bilhões de dólares (cerca de 97,5 bilhões de reais).

Em seu comunicado de resultados, a Boeing confirmou metas para aumentar a produção de aviões comerciais enquanto reforça seus esforços de segurança após incidentes importantes.

A empresa reafirmou que a produção do 737 MAX atingirá 38 unidades por mês em 2025, enquanto a produção do 787 Dreamliner aumentará para sete por mês, partindo de cinco por mês.

A Boeing também disse que ainda espera a primeira entrega do 777-9 em 2026.

A Boeing também relatou um consumo de caixa de 2,3 bilhões de dólares (cerca de 11,5 bilhões de reais), “muito melhor” do que a expectativa de um impacto de 3,7 bilhões de dólares (cerca de 18,5 bilhões de reais) no fluxo de caixa livre, segundo analistas da TD Cowen.

Reestruturação e planos de venda de ativos

Na terça-feira (22), a Boeing anunciou planos de vender partes de seu negócio de soluções de aviação digital para a firma de investimentos focada em software Thoma Bravo por 10,55 bilhões de dólares (cerca de 52,75 bilhões de reais) enquanto a gigante da aviação busca fortalecer sua posição financeira.

Ortberg disse aos analistas que está considerando outras vendas de ativos “menores” do que aquelas no acordo com a Thoma Bravo, que inclui a Jeppesen, uma empresa de navegação aérea de 81 anos.

Desafios e melhorias em segurança

Ortberg se juntou à Boeing no último verão após uma mudança de liderança em consequência de um voo da Alaska Airlines em janeiro de 2024 que fez um pouso de emergência após um painel se soltar no meio do voo.

Antes disso, houve acidentes fatais com o 737 MAX em 2018 e 2019 na Indonésia e na Etiópia.

Para reconquistar a confiança de legisladores e clientes, a Boeing tem implementado aprimoramentos de controle de qualidade sob a vigilância dos reguladores federais.

Ortberg descreveu a reviravolta como estando nos trilhos.

“Nossa empresa está indo na direção certa à medida que começamos a ver uma melhoria no desempenho operacional em todos os nossos negócios, devido ao nosso foco contínuo em segurança e qualidade”, disse Ortberg em um comunicado à imprensa.

As ações da Boeing subiram 5,5% logo após o meio-dia.

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