É quase impossível ignorar possibilidade de recessão global por tarifas, diz diretor do BC
Publicado 23/04/2025 • 15:26 | Atualizado há 1 dia
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Publicado 23/04/2025 • 15:26 | Atualizado há 1 dia
KEY POINTS
Fachada do Banco Central do Brasil
Marcello Casal Jr/Agência Brasi
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton David, avaliou nesta quarta-feira (23) que é quase impossível ignorar a possibilidade de uma recessão global em decorrência das tarifas anunciadas pelo governo norte-americano.
Segundo o diretor, o esfriamento da atividade econômica global pode, por outro lado, ajudar o Produto Interno Bruto (PIB) a voltar ao seu potencial, tirando assim a pressão sobre a inflação.
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“Esperamos que isso seja uma fonte de resfriamento no nível de atividade também. Isso será meio que útil na nossa movimentação para trazer a atividade de volta para o seu potencial ou abaixo dele”, comentou Nilton David, durante palestra em seminário do JP Morgan, realizado em Washington em paralelo às reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O diretor do BC comentou que as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump no dia 2 de abril, embora fossem uma promessa eleitoral precificada pelo mercado no primeiro trimestre, surpreenderam, levando a realocações de portfólio.
“Ainda estamos no meio de uma mudança de portfólios”, pontuou o diretor do BC, acrescentando que vê uma redução da atividade nos EUA e muito provavelmente no mundo. “É quase impossível não contemplar a possibilidade de uma recessão por tarifas”, concluiu.
Preços nos EUA
O diretor de Política Monetária do Banco Central disse também que as incertezas relacionadas às tarifas anunciadas nos Estados Unidos aumentaram e é possível dizer que os preços vão subir na maior economia do mundo, mas os efeitos sobre a inflação como um todo ainda são incertos.
“O tempo passou, e ao invés de ter uma redução da incerteza, como se esperaria, ela na verdade aumentou porque não sabemos o que será feito. Mas sabemos que os preços nos Estados Unidos têm de subir. Se isso vai gerar inflação ou não, ainda está por ver, por causa da renda disponível sendo retirada. E claro, existe alguma elasticidade”, comentou David.
Ao ponderar que a “única certeza que temos é que a incerteza aumentou”, Nilton David observou que os EUA devem aumentar os preços internamente, uma vez que as tarifas parecem ter impacto regressivo.
Ele frisou que as tarifas podem começar a afetar cadeias de suprimentos se as elevações de barreiras comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos se confirmarem.
O diretor pontuou que China e EUA têm, cada um, 10% do comércio global, ao passo que o comércio global brasileiro é equilibrado, embora tenha grande participação da China. Mas no mercado de capitais, a participação americana é de 70%.
“Se os EUA saírem do comércio global seria complicado; saírem dos investimentos seria mais complicado”, comentou Nilton David, acrescentando que a magnitude de ajuste de preços de mercado nos EUA foi muito alto. “É difícil não imaginar que mudanças de portfólio estejam afetando expectativas no mercado”, assinalou.
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