O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou nesta terça-feira (22) que o governo americano deverá negociar uma prorrogação do prazo final para as tarifas comerciais impostas à China. O tema será tratado durante reunião com representantes chineses na próxima semana, em Estocolmo, na Suécia.
Em meados de maio, Washington e Pequim concordaram em suspender por 90 dias a maioria das tarifas pesadas aplicadas entre os dois países, como forma de dar continuidade às negociações. Esse prazo expira no dia 12 de agosto.
“Provavelmente vamos acertar uma extensão do acordo durante as conversas em Estocolmo, na segunda e terça-feira”, disse Bessent em entrevista à Fox Business. “Acho que o comércio com a China está em uma posição muito boa agora.”
O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, confirmou mais tarde que o país sediará a nova rodada de negociações.
“É positivo que ambos os países queiram se reunir na Suécia para buscar entendimento mútuo”, escreveu Kristersson em publicação no X (antigo Twitter).
“As conversas dizem respeito principalmente à relação EUA-China, mas também têm grande relevância para o comércio global e a economia. Defender um sistema internacional baseado em regras e os interesses econômicos da Suécia em um ambiente global complexo é prioridade do governo.”
Excedente industrial chinês e petróleo russo
Bessent afirmou que espera que o encontro aborde outros pontos de possível consenso, incluindo um pedido para que Pequim reduza o excesso de produção industrial e fortaleça seu mercado interno de consumo.
Além disso, os Estados Unidos querem discutir a importação de petróleo russo e iraniano pela China, apesar das sanções em vigor. Washington quer entender o grau de apoio chinês à Rússia na guerra contra a Ucrânia.
“Acho que entramos em um novo nível de relação com a China, um nível muito construtivo”, disse Bessent. “Vamos conseguir avançar bastante agora que o comércio se estabilizou.”
Trégua parcial
A retomada do diálogo acontece após uma escalada nas tarifas comerciais promovida pelos dois países. Em abril, o presidente Donald Trump aumentou as tarifas sobre produtos chineses para uma alíquota média efetiva de 145%, como parte de sua nova política para redesenhar o cenário global de comércio.
Em resposta, a China aplicou tarifas de 125% sobre produtos dos EUA.
Após negociações em maio, em Genebra, os dois lados concordaram em reduzir suas tarifas em 115%, dando início a uma trégua provisória. A medida foi reafirmada em um segundo encontro, realizado em Londres, no fim de junho, quando autoridades dos dois países confirmaram o acordo preliminar.
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