Tarifaço de Trump vira jogo de entra-e-sai: itens são incluídos e retirados da lista de exceções

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (5) uma nova ordem executiva que altera a lista de exceções do tarifaço global anunciado em abril. Produtos como hidróxido de alumínio, resinas e silicones passaram a ser tarifados, enquanto artigos ligados a ouro, minerais críticos e alguns medicamentos foram retirados das tarifas. As mudanças entram em vigor em 8 de setembro.

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Alterações nas tarifas

As tarifas recíprocas, anunciadas em 2 de abril, incidem sobre quase todas as importações, com exceção de algumas classes de produtos, como determinados medicamentos, semicondutores e artigos listados em anexo da ordem inicial.

Segundo a Casa Branca, as mudanças na lista de exceções são necessárias para proteger a segurança nacional e enfrentar o déficit comercial dos EUA.

Quadro para novos acordos

Trump também criou o “Anexo de Ajustes Potenciais de Tarifas para Parceiros Alinhados” (PTAAP), que lista bens que poderão ter tarifas reduzidas caso países fechem acordos recíprocos com os EUA. Entre eles estão determinadas aeronaves e peças de avião, medicamentos genéricos e insumos farmacêuticos, recursos naturais não disponíveis internamente e alguns produtos agrícolas.

Tarifaço contra países

Desde abril, Trump anunciou uma série de sobretaxas adicionais:

• 20% contra a China, por causa da cadeia de opioides sintéticos;
• 25% contra o México, para combater o tráfico de drogas pela fronteira sul;
• 35% contra o Canadá, pelo mesmo motivo na fronteira norte;
• 40% contra o Brasil, após ações do governo brasileiro consideradas ameaça à segurança e à economia dos EUA;
• 25% contra a Índia, por compras contínuas de petróleo da Rússia.

Além disso, foram aplicadas tarifas com base na Seção 232 para setores como automóveis, cobre, aço e alumínio, sob a justificativa de proteger indústrias estratégicas para a segurança nacional.

Investimentos e acordos

A Casa Branca afirma que a política tarifária já atraiu compromissos de investimento bilionários:

• a União Europeia prometeu US$ 750 bilhões em compras de energia americana e US$ 600 bilhões em novos investimentos até 2028, aceitando tarifa de 15%;
• o Japão se comprometeu a investir US$ 550 bilhões em setores industriais nos EUA;
• o acordo com o Reino Unido ampliou o acesso a mercados para exportações americanas;
• e outros pactos estão em negociação com Indonésia, Filipinas, Coreia do Sul e Vietnã.

Contexto

O tarifaço foi lançado para enfrentar o que Trump classificou como uma “emergência nacional” causada pelo déficit comercial dos EUA. A estratégia combina tarifas punitivas e acordos bilaterais com cláusulas de reciprocidade.

“O objetivo é garantir que a política comercial americana beneficie nosso povo, fortaleça a segurança nacional e promova a justiça econômica”, disse a Casa Branca no comunicado.