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Trump comemora promessa de investimento de US$ 600 bi da UE, que talvez não aconteça

Publicado 06/08/2025 • 10:31 | Atualizado há 3 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • O presidente Donald Trump está pressionando a União Europeia a realizar investimentos no valor de US$ 600 bilhões nos Estados Unidos.
  • A promessa faz parte do acordo comercial entre a UE e os EUA, que também inclui tarifas de 15% sobre produtos da União Europeia.
  • A União Europeia afirmou que o investimento virá do setor privado.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

Foto: JACQUELYN MARTIN/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, comemorou como vitória a promessa da União Europeia de investir US$ 600 bilhões adicionais nos Estados Unidos — embora não esteja claro se o bloco conseguirá concretizar esse compromisso.

Questionado em entrevista à CNBC na terça-feira sobre o que aconteceria se a UE não cumprisse o acordo, Trump afirmou: “Então, eles pagarão tarifas de 35%. Não, não. Eles reduziram as tarifas, então pagaram US$ 600 bilhões e, por isso, eu reduzi as tarifas deles de 30% para 15%.”

A promessa de investimento faz parte do acordo comercial firmado em julho entre os dois parceiros, que inclui tarifas de 15% sobre produtos da UE, além de um compromisso de aumentar os investimentos e adquirir US$ 750 bilhões em energia dos EUA.

Descrevendo o investimento como um “presente”, Trump declarou à CNBC na terça-feira que a UE “nos deu US$ 600 bilhões que podemos investir no que quisermos.”

Um porta-voz da UE informou à CNBC que a Comissão Europeia consultou setores e indústrias do bloco para levantar suas intenções de investimento nos EUA.

“Com base nisso, a Comissão Europeia conseguiu apresentar aos EUA um compromisso coerente, porém não vinculativo, sobre o investimento estimado da UE nos próximos anos”, afirmou o porta-voz.

Como pode ser esse investimento?

Até o momento, o único detalhe certo da promessa da UE é que os investimentos serão bancados pelo setor privado.

Alberto Rizzi, pesquisador do Conselho Europeu de Relações Exteriores, disse à CNBC que o investimento pode, na prática, ser realizado em qualquer setor da economia dos EUA.

“Mas, considerando as tendências recentes, os setores mais prováveis são manufatura, finanças, indústria química e tecnologia”, afirmou, observando que os destinatários finais dos recursos dependerão das decisões individuais de cada empresa.

Outras áreas com potencial — que Trump também pode desejar ver com mais investimentos — incluem automóveis, farmacêuticos e aviação, segundo William Reinsch, conselheiro sênior e presidente emérito do programa de Economia do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

Considerando os prazos, Reinsch observou que “essas coisas sempre avançam mais devagar do que o esperado.”

“A incerteza política gerada pelas ações de Trump vai atrasar ainda mais o processo de decisão. Um investimento de milhões de dólares não é feito de forma leviana. As empresas precisam ter certeza de que a perspectiva econômica de longo prazo é favorável”, disse ele à CNBC por e-mail.

Vale destacar que o prazo estabelecido pela UE — 2029 — coincide com o fim do mandato presidencial de Trump, após o qual o regime tarifário e comercial dos EUA é incerto.

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Vai acontecer?

Ainda não se sabe se o investimento será efetivado, principalmente porque a UE não tem poder para obrigar empresas a concretizarem seus planos.

“A promessa de investimento da UE… é muito mais fumaça e espelhos do que um compromisso vinculante”, comentou Rizzi. “A Comissão Europeia não tem poder para obrigar os Estados-membros, e, com exceção de empresas estatais, os governos tampouco podem impor decisões às companhias nacionais.”

Arthur Leichthammer, especialista em geoeconomia do Centro Jacques Delors, também disse que, embora os US$ 600 bilhões “não sejam economicamente irreais”, a incapacidade da UE de garantir o investimento torna a promessa difícil de cumprir.

“O valor não é absurdamente irreal, mas a capacidade da UE de se comprometer com credibilidade é limitada”, afirmou à CNBC.

Quanto à sugestão de Trump de impor tarifas ainda mais altas caso o investimento não se concretize?

“Esse é exatamente o risco”, disse Leichthammer, sugerindo que as promessas da UE deram a Trump margem para aumentar a pressão ou até ameaçar cancelar o acordo comercial no futuro.

“Isso mostra que não se trata de um acordo pontual, mas do início de um processo contínuo e transacional, que Trump pode intensificar a qualquer momento. O ‘acordo’, sendo mais um anúncio político, ganhou tempo, mas não trouxe estabilidade duradoura”, concluiu.

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