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Trump corta tarifas, mas preços dos alimentos devem continuar altos
Publicado 21/11/2025 • 19:24 | Atualizado há 36 minutos
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Publicado 21/11/2025 • 19:24 | Atualizado há 36 minutos
KEY POINTS
Alimentos na prateleira de um mercado.
Valter Campanato/Agência Brasi
O presidente Donald Trump anunciou na última sexta (14) o cancelamento de algumas tarifas sobre itens como café, carne bovina, cacau e bananas, em uma tentativa de aliviar críticas relacionadas ao custo dos alimentos. No entanto, especialistas afirmam que os consumidores não verão reduções significativas tão cedo.
Segundo dados logísticos e o histórico da cadeia de suprimentos, o repasse para o consumidor levará tempo — e o motivo principal são os estoques.
Produtos importados quando as taxas estavam mais altas foram armazenados em depósitos e estão entrando agora no varejo, o que impede queda imediata nos preços.
“Os consumidores ainda não sentiram totalmente a pressão inflacionária porque ela está concentrada na ‘milha intermediária’ — armazéns e centros de distribuição”, afirmou Zachary Rogers, principal autor do Índice de Gerentes de Logística e professor de gestão da cadeia de suprimentos na Universidade Estadual do Colorado.
A pressão chegará às lojas agora
Especialistas em varejo e logística alertam que parte do impacto já está consolidada nas margens das empresas. Rogers afirma que a inflação será percebida assim que esses produtos — comprados com tarifas elevadas — chegarem à exposição.
Com as novas mercadorias entrando no comércio, varejistas precisam vendê-las por valores mais altos para recuperar os custos.
“As cadeias de suprimentos não reagem na mesma velocidade das decisões de preço — sejam elas tomadas pela Casa Branca ou pelas próprias condições de mercado”, explicou Phil Kafarakis, CEO da associação da indústria alimentícia IFMA.
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Por conta dos choques logísticos da pandemia, como o bloqueio do Canal de Suez pelo navio Ever Given, os preços geralmente levam cerca de seis meses para subir e mais seis meses para cair após a normalização.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, já havia afirmado que a combinação de gargalos logísticos e custos de transporte alimentou a “inflação transitória”.
“A inflação induzida por tarifas leva muito tempo para aparecer”, disse Powell, em coletiva de imprensa do Fed.
Tarifas revertidas e margens pressionadas
A Casa Branca classificou as taxas suspensas como “tarifas recíprocas”. Segundo Kafarakis, a redução entre 10% e 40% do lucro causada pelas tarifas só será compensada ao longo do tempo para produtores, transportadores, distribuidores e varejistas.
“Os efeitos dessa ordem executiva não chegarão ao consumidor tão cedo”, afirmou. “Podemos ter algum alívio para tomates e morangos na primavera.”
Itens como café e queijo podem aparecer em promoções pontuais, mas apenas por tempo limitado.
O Brasil, responsável por 30% do fornecimento de café aos EUA, teve sua tarifa reduzida em 10%, mantendo-se o nível de 40% imposto pela IEEPA.
Kafarakis afirmou que o setor de restaurantes deve sentir algum alívio, já que custos mais baixos ajudam a compensar a retração da demanda. Mas, para o consumidor final, os preços continuarão elevados.
Economistas alertam que, mesmo depois que os estoques forem renovados, isso não garante retorno aos preços anteriores.
Peter Boockvar, diretor de investimentos da OnePoint Wealth Advisers, disse que muitas empresas ainda estão reajustando preços para cima devido à estrutura de custos inflada pelas tarifas. Mesmo que Trump perca o poder de usar a IEEPA para impor tarifas amplas, “as empresas permanecerão em alerta para o que pode substituí-la”.
Carne bovina, cacau e outros itens seguem pressionados
As tarifas sobre carne bovina brasileira continuam em 40%, enquanto as taxas sobre os envios da Austrália, Argentina e Uruguai foram eliminadas. A tarifa de 15% da Nova Zelândia também foi zerada.
Para Boockvar, as tarifas sobre carne brasileira e argentina são as mais relevantes politicamente — e recaem sobre o consumidor americano. “A demanda cai, as pessoas passam a consumir frango, e os produtores domésticos não saem ganhando.”
Outros fatores também pressionam os preços: o rebanho bovino dos EUA é o menor em 74 anos, e um surto de dermatofitose no México levou à suspensão das importações de carne do país.
Efeitos indiretos: aço, alumínio e embalagens
Outro fator que limita quedas imediatas nos preços: os aumentos tarifários sobre aço e alumínio da Seção 232 (de 25% para 50%), que encarecem latas e maquinário.
Dados da NielsenIQ mostram, por exemplo, que o preço médio do molho de cranberry enlatado subiu de US$ 2,02 (nov/2024) para US$ 2,52 (out/2025). O alumínio usado nas latas é diretamente afetado por tarifas.
Ações dos varejistas
Supermercados como Walmart, Target, Aldi e Kroger estão promovendo kits de refeições de Ação de Graças como alternativas mais acessíveis.
Fontes afirmaram à CNBC que o pacote do Walmart deste ano tem 30% menos itens e substitui várias marcas tradicionais por produtos próprios para conter custos.
Uma análise da NielsenIQ com os itens populares das refeições festivas mostrou que quase metade dos 20 produtos teve preços mais altos e volumes menores no período de 6 de outubro a 1º de novembro, comparado com 2024.
Além do cranberry, a sopa cremosa de cogumelos também ficou mais cara. As tortas de noz-pecã subiram 15%, e os perus registram aumento devido ao rebanho reduzido — o menor em quase 40 anos por causa da gripe aviária.
Ainda, alguns fertilizantes importados enfrentam tarifas de dois dígitos, elevando os custos da produção agrícola usada para ração animal. A Casa Branca informou que parte desses fertilizantes deixará de ter tarifa.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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